24.3.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XVIII) - João Marques Faustino

 


A TERRA SEMPRE A GIRAR

Há tanta gente a brilhar

Para morrer num momento

A terra sempre a girar

É eterna e dura sempre.

*** 

Dá gosto dá alegria

Ver tanto vivente na terra

Tudo canta tudo berra

Com a maior valentia

Quando é ao nascer do dia

Toca tudo a levantar

Começa o sol a raiar

Dá uma luz que até consola

No mundo que é uma bola

Há tanta gente a brilhar.

*** 

E não há nem um cantinho

Que não tenha bicharada

Está a terra formada

Com tanto e tanto bichinho

Todos têm o seu ninho

E o seu entendimento

Andam ao rigor do tempo

Quer de noite quer de dia

E a terra tudo cria

Para morrer num momento.

*** 

Seguem-se as árvores no campo

As roseiras no jardim

Vejam bem que é assim

Muita gente a sofrer tanto

Muita santa, muito santo

Tanto peixinho no mar

Tanta gente a navegar

Tudo anda tudo corre

E tudo acaba e tudo morre

A terra sempre a girar.

*** 

O sol, os astros e a lua

Que nunca desaparecem

Diariamente aparecem

Na carreira que é a sua

E a terra continua

A criar todo o vivente

Tanto animal, tanta gente

Morre o velho e a criancinha

E a terra que é tão velhinha

É eterna dura sempre.