No passado 8 de março, o Dia
Internacional da Mulher foi palco para o lançamento do meu livro
"Artesanato de Nisa, o legado de um povo". Dia propício para o
lançamento, não fosse o dia escolhido a dedo, uma vez que maioritariamente o
artesanato nisense é realizado por mulheres.
Foi na Sede da União de Freguesias do
Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e S. Simão que pelas 15h30 a sala começou
a encher.
Este meu trabalho tem muitos anos de
vida, mas só agora deu os seus primeiros passos. A convite e sugestão do Sr.
Mário Mendes, aceitei transformar este trabalho em livro. Da sua ideia à
conceção foi num ápice que tudo aconteceu. Em menos de 1 mês estava já na
editora, preparava-se o seu lançamento sem sequer ter tempo para digerir que
aquelas folhas escritas à mão em 1997 iam ter vida e cor.
Já com a sala cheia, as cadeiras
começaram a faltar e as portas abriram-se para que quem não conseguiu lugar
pudesse assistir no corredor...
O Sr. João Malpique, Presidente da
União de Freguesias fez o seu discurso. Enalteceu o artesanato de Nisa e o
trabalho que têm feito em prol da cultura e da sua divulgação. Financiou este
livro pois para esta União de Freguesias o artesanato não pode morrer, devemos
sim dar-lhe cada vez mais vida.
Seguiu-se o Sr. Mário Mendes, que além
de ser o impulsionador do nascimento deste livro, fez uma viagem pelo
artesanato e costumes da nossa vila de Nisa que para muitos foi novidade, vidas
passadas que deram origem à vila que é hoje.
De seguida fiquei eu com a palavra!
Sem ser escritora ou historiadora, fiz questão que soubessem que este trabalho
é uma homenagem ao nosso artesanato e aos artesãos que são responsáveis por tais
maravilhas. Artesãos que ainda continuam a trabalhar as artes com toda a
paixão, artesãos, alguns que já nos deixaram e levaram consigo as suas artes,
artesãos que temem o fim uma vez que não há seguidores para fazer perdurar
estas obras de arte. Ficou o desejo de se criarem soluções para que se possa
ensinar a fazer o nosso artesanato a quem queira aprender ou, estimular a que o
queiram fazer para a tradição não se perder.
O Sr. João Ribeirinho Leal, meu amigo,
fez questão de deixar umas palavras e, com o seu discurso genuíno e memória
como ninguém, criou na sala um verdadeiro cenário de histórias nisenses onde o
público mergulhou com enorme saudosismo e satisfação.
Terminadas as palavras, o meu amigo
Nuno Cebola, meu artilheiro, uma vez que nasceu no mesmo ano que eu, com o seu
acordeão encheu a sala de música e de mais tradição, enquanto eu numa mesa
assinava os livros que iam sendo comprados. A fila que aguardava era
considerável e a minha alegria era muito maior. Ver a adesão da população foi
incrível o que mostra que o artesanato de Nisa é Rei, mas não podemos deixá-lo
sair do trono.
Deixei a minha contribuição para o meu
concelho, cada linha foi escrita com amor e que a sua leitura seja feita do
mesmo modo.
De resto só me resta terminar com uma
única palavra, Gratidão!
Patrícia Porto
Março/2025