21.3.25

POESIA, QUERIDA E SUSPIRADA

 


Busca contínua

Invoco o perdão

Para os mansos do coração

E para os que estão em busca da razão

Que sustenta a força de vier.

Não consigo conceder

A medida certa da emoção

Aparece como o dilúvio

E vai, como o fim do trovão

Qual relâmpago que iluminou o caminho,

Por breves instantes.

Resta-me o sabor do teu beijo
Que guardo, como eternidade

Para quando estiver só e triste

Lambendo as feridas, cansado

Como agora, nesta hora

Que anseio saber o que é a verdade.

Será a carne rasgada e em sangue

No arame farpado em Gaza?

Ou a verdade encaixa numa faixa

Entre as “fronteiras da maldade”?

 

Passou uma mulher de vestes tradicionais,

Dos seus olhos brotavam lágrimas e medo,

E eu não encontro sossego.

Agora percebo!

O arame farpado tem espinhos mortais

E tão iguais aos que Jesus ostentou na Cruz!

E este sangue nunca secou…

·        António Borrego (inédito) 2013