Invoco o perdão
Para os mansos do coração
E
para os que estão em busca da razão
Que
sustenta a força de vier.
Não
consigo conceder
A
medida certa da emoção
Aparece
como o dilúvio
E
vai, como o fim do trovão
Qual
relâmpago que iluminou o caminho,
Por
breves instantes.
Para
quando estiver só e triste
Lambendo
as feridas, cansado
Como
agora, nesta hora
Que
anseio saber o que é a verdade.
Será
a carne rasgada e em sangue
No
arame farpado em Gaza?
Ou a
verdade encaixa numa faixa
Entre
as “fronteiras da maldade”?
Passou
uma mulher de vestes tradicionais,
Dos
seus olhos brotavam lágrimas e medo,
E eu
não encontro sossego.
Agora
percebo!
O
arame farpado tem espinhos mortais
E tão
iguais aos que Jesus ostentou na Cruz!
E
este sangue nunca secou…
·
António Borrego (inédito) 2013