Manuel Alves Cargaleiro, Ceramista e Pintor, nasceu em Chão das Servas (Vila Velha de Ródão), a 16-03-1927, e faleceu em Lisboa, a 30-06-2024. Pintor, Gravador, Ceramista e Ilustrador. Ainda criança, com 2 anos de idade, foi residir para Almada.
Frequentou a Faculdade de Ciências de Lisboa, que abandonou para se dedicar às artes plásticas. Ingressou então na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Sob a orientação do Pintor-Ceramista Jorge Barradas, estudou Cerâmica. Mais tarde foi Professor da mesma modalidade na Escola de Artes Decorativas, em Lisboa, exercendo então grande actividade como Pintor Ceramista, ganhando, em 1954, o Prémio Nacional de Cerâmica.
Em 1957, estudou em Itália como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura e, em 1958, em França, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Esteve no Brasil, em 1964, a convite do Ministério das Relações Exteriores daquele País.
Foi como Ceramista que iniciou a sua actividade artística, sob a orientação de Jorge Barradas, estreando-se no I Salão de Cerâmica Moderna, em 1949, apresentando azulejos com motivos decorativos abstractos.
Galardoado com o prémio nacional de cerâmica, em 1954, efectuou painéis cerâmicos para edifícios públicos e ilustrou livros de poesia, em Portugal e em França.
Entre 1954 e 1957, foi professor de cerâmica na Escola António Arroio (Lisboa), período durante o qual continuou a acumular galardões: recebeu o Diplôme D’Honneur de L’Académie Internationale de la Céramique (Cannes, 1955) e o primeiro prémio do concurso de cerâmica para a Cidade Universitária. Instalado em Paris a partir de 1957, obteve uma bolsa da Fundação Gulbenkian, passando a dedicar-se exclusivamente á pintura, tendo privado com Maria Helena Vieira da Silva, de quem sofreu a influência.
Nos trabalhos a óleo, bem como nos guaches, tem mantido a mesma utilização repetitiva de elementos geométricos, ligada à estrutura formal que encontrou no azulejo. Desta abstracção formal não estão, porém, ausentes sinais de ligação com o real, nas sugestões da presença urbana ou na construção imaginária de uma paisagem.
Conhecido internacionalmente, sobretudo pela sua pintura a óleo e a guache, Manuel Cargaleiro conseguiu, igualmente, no estrangeiro, enorme reputação no domínio da Azulejaria. O Ministério da Cultura de França encomendou-lhe importantes painéis cerâmicos, que estão colocados em Limoges, Puy-de-Dôme, Antibes Royan, entre outras localidades.
Está representado em diversos Museus de Portugal, França, Bélgica, Itália, Suíça, Brasil, Israel, Estados Unidos da América e Japão.
Agraciado com a ordem da Cruz de Santiago da Espada (1982) e com o grau de Officier des Arts et des Lettres (França, 1984), realizou várias exposições individuais. Na década de 80, concebeu os painéis de azulejos presentes na Estação do Colégio Militar do Metropolitano de Lisboa e a sua obra, entretanto continuada, encontra-se dispersa por diferentes museus e colecções particulares.
O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora (Avenida Manuel Cargaleiro); Castelo Branco (Museu Manuel Cargaleiro); Vila Velha de Ródão (Rua Mestre Manuel Gargaleiro).