A Banda Filarmónica "nasceu" há 180 anos (1844)
O domingo espreguiçava, num longo amanhecer, onde as mulheres preparavam o pequenique para no campo ser deliciado e pela tarde ao som da música se circulava no "passeio público" da aldeia.
Um tempo curioso, lento, sem pressas nem correrias.
A música e o prazer de passear eram um forte sentimento das populações, de então.
Nesse tempo em que a maioria das Bandas e Filarmónicas renasciam, como actividade lúdica de quantos pretendiam ocupar o seu lazer, em aprender e tocar música.
Era o tempo do quotidiano, sobretudo.
Nas aldeias e vilas onde nasciam as bandas, especialmente, surgiu a necessidade de construir um coreto para que a Banda tocasse sem ter que se preocupar com as intempéries, por outro lado dava-lhe um estatuto especial na festa.
Nisa não podia ficar indiferente a estas atitudes, por isso em 1901 foi projectado um coreto para a vila por Edmundo Baptista Bispo, de Castelo Branco, obra cujo valor ascendeu a 300,000 réis, uma pequena fortuna na época.
As escavações para as fundações custaram 680 réis, para um total de construção da base do mesmo em 53.100 réis. O soalho custou 18.535 réis e a estrutura em ferro ascendeu a 185.745 réis, tendo a pintura custado 22.000 réis.
Os candeeiros para iluminação orçaram em 12.000 réis e para imprevistos garantiu-se a verba de 8.620 réis.
* Texto e desenhos publicados n´O Pregão - 30 Set. 1994