É no quadro mais amplo das contradições daquilo que tem vindo a ser designado como processo de globalização, e neste contexto de guerra na Ucrânia, que urge propor uma reflexão que abrange uma dupla crise: climática e energética.
No cenário aberto pela guerra na Ucrânia, após a invasão da Rússia, as contradições da globalização e a limitação da soberania nacional intersectam-se com as crises energética e climática. A guerra na Ucrânia, também protagonizada por uma aliança política e militar liderada pelos Estados Unidos e pela OTAN, impôs aos países europeus uma mudança drástica nas tradicionais áreas de abastecimento de combustíveis fósseis – principal motor da crise climática –, especialmente o gás natural. À substituição do gás russo correspondeu um aumento das importações de gás natural liquefeito proveniente de outras regiões, como o Golfo Pérsico. Contudo, o actual aumento dos preços da energia na Europa não pode ser dissociado da liberalização e desregulamentação dos mercados de energia, processos desencadeados pela integração europeia e que precedem a guerra na Ucrânia.
Em Maio de 2022, a Comissão Europeia anunciou um plano de resposta, cuja estratégia assenta numa combinação entre abandono das importações energéticas russas, expansão das energias renováveis e ganhos de eficiência energética. Contudo, esta transição energética acarreta vários problemas, como a centralidade do sector privado, as assimetrias à escala comunitária e a subtracção de soberania aos Estados. Num contexto de justaposição de crises, que instrumentos podem ser usados, à escala nacional, para assegurar o controlo democrático da energia, respondendo, simultaneamente, à crise climática?
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