É tempo de ir à escola
Há tanto para aprender
Deram-te a linha e a cola
Mas não tempo para crescer.
Vês a alegre correria
Meninos na brincadeira
Mas tu passas todo o dia
Sentado nessa cadeira
Sem tempo para o que gostas
Nem momentos de lazer
Não endireitas as costas
Tens trabalho para fazer.
O patrão é exigente
Quer os sapatos bem feitos
Para ele tu não és gente
E não tens quaisquer direitos.
Não sabes o que são férias
E o pouco que paga à peça
Só agrava as misérias
Por estranho que pareça.
Deixa marcas para a vida
Esse ciclo vicioso
A tua infância perdida
É um tempo precioso
É tempo de ir à escola
Há tanto para aprender
Deram-te a linha e a cola
Mas não tempo para crescer.
* João Alberto Roque