Quando na florida Primavera da vida
O primeiro objectivo se alcança
É porque está a ser bem construida
Uma vida nova, cheia de esperança.
Se a um novo porto já chegaste
Sem nunca perder o rumo norte
Se outras viagens já planeaste
Faz-te ao mar, procura a sorte.
A vida é uma infindável labuta
Não começa agora, nem acaba aqui
Em cada momento o que se disputa
É a felicidade simples de quem sorri
É passar do sonho à realidade
É ser-mos donos da nossa vontade.
* José Hilário
NOTA: José Miguéns Louro Hilário faleceu ontem no Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco. Ao amigo, poeta, contador de histórias, cidadão interveniente e solidário, deixo como homenagem este seu poema, um entre tantos que escreveu e deixou para a posteridade no seu livro "Pinceladas de Poesia e Contos da Aldeia", editado em 2006 e que tive a honra de prefaciar. Nesta hora triste que é sempre a despedida de um Amigo, recordo o marinheiro de Abril e cidadão do mundo que, mesmo no Outono da vida, não recusou participar na construção de um mundo melhor, contribuindo, à sua maneira, para melhorar as condições de vida da sua aldeia natal: Pé da Serra. À família, de modo especial à sua esposa D. Gisela, apresento sentidas condolências, ciente de que " o homem morre mas o seu exemplo fica".
Mário Mendes