O ministro do Ambiente considerou de "imprescindível utilidade pública" a central fotovoltaica da Margalha, no Gavião, autorizando o abate de 1079 sobreiros e 4 azinheiras, espécies protegidas, numa área de 14,83 ha de povoamento daquelas espécies, no concelho de Gavião.
Esta central fotovoltaica, obra do grupo francês Akuo Energy SAS e que pretende fazer um investimento de 95 milhões de euros, vai estender-se por 278 hectares, entrando pelos concelhos vizinhos de Nisa e Abrantes.
A DORPOR do PCP discorda desta decisão inaceitável.
O que o ministro do Ambiente, e o governo do PS, consideram "imprescindível", não faz o mínimo sentido do ponto de vista de ocupação do território e muito menos do ponto de vista ambiental, porque não é necessário abater cerca de 15 ha de montado, destruindo, além de árvores autóctones, o nicho ecológico de várias espécies e um ecossistema biodiverso e sustentável.
A DORPOR do PCP defende a suspensão imediata deste processo de modo a reavaliar todas as alternativas que não impliquem a destruição do montado.
Sabendo-se que os interesses do capital não são verdes e que estes fazem desta necessidade da descarbonização da energia um negócio, é necessário definir regras que não abram precedentes irreparáveis para o futuro.
A DORPOR do PCP defende a preservação dos ecossistemas mediterrânicos, nomeadamente do montado e áreas florestais com espécies autóctones, e a regulação das áreas de implantação de painéis solares, salvaguardando os valores ambientais e patrimoniais, incluindo a paisagem.
A DORPOR do PCP compromete-se a acompanhar este processo e a tudo fazer em defesa do ambiente, dos territórios e das populações.
Portalegre, 21 de Fevereiro de 2021
A DORPOR do PCP