18.2.22

AMBIENTE: Aprovação de abate de sobreiros no Gavião

 
OS VERDES ACUSAM O GOVERNO DE PROMOVER ANIQUILAÇÃO DO MONTADO DE SOBRO E CONTRIBUIR PARA A DESERTIFICAÇÃO DO ALENTEJO
A declaração proferida, ontem, pelo Governo de “imprescindível utilidade pública” do projeto de uma instalação de uma central solar fotovoltaica, no concelho de Gavião, distrito de Portalegre, que vem autorizar o abate de 1079 sobreiros, é mais um duro golpe para a biodiversidade, para as nossas espécies autóctones é mais um passo a caminho da desertificação do Alentejo.
Os Verdes consideram que esta autorização de abate de 1079 sobreiros, espécie autoctone protegida por Lei,é tanto mais escandalosa quando vai ao arrepio do próprio parecer técnico dado pelo ICNF, que considerou os impactos negativos muito significativos.
Os Verdes consideram que a  hipocrisia do Governo PS,  nomeadamente da tutela do ambiente, é grande, ao sustentar a atribuição do "imprescindível interesse público", deste projeto, no cumprimento do objetivo da neutralidade carbónica, quando esta implica o abate de 1079 sobreiros e quando é hoje do conhecimento cientifico que o sobreiro é das espécies autóctones que mais contributos dá para a retenção da humidade do ar e a que melhor contribui para travar a desertificação do Alentejo.
Para Os Verdes, esta decisão reflete a sintonia total deste Governo com os grandes interesses económicos, tanto do setor energético (como ficou claro com a venda da barragem do Tua,  da exploração de lìtio e agora com as centrais fotovoltaicas) e do agro-alimentar que têm levado a uma verdadeira regressão da biodiversidade no nosso país. Uma decisão que, a somar a muitas outras similares está a pôr em causa uma espécie autóctone com grande valor ecológico e cultural (o sobreiro e a azinheira), a mudar completamente a paisagem, a empobrecer os solos e a agravar a seca, na zona do país mais afetada pelas alterações climáticas, o Alentejo.
Os Verdes consideram ainda que, estas políticas do Governo de apoio às  "monoculturas" superintensivas, sejam elas agrícolas, forestais (o Gavião vê também aumentar a sua área de eucaliptos com a alteração que foi feita aos Planos de Ordenamento da floresta) ou de paineís solares estão, ainda, a promover e a proteger um verdadeiro saque económico, levado a cabo por grandes empresas, às terras alentejanas com capacidades de produção agro-florestal num sistema de sustentabilidade ambiental e social que tanto seria necessária para combater o despovoamento e a desertificação do Alentejo e promover o seu desenvolvimento.
Os Verdes comprometem-se a não dar tréguas a estas decisões politicas do Governo PS, e estão empenhados em tudo fazer para travar estes crimes que hipotecam o futuro do Alentejo e do país.
O Partido Ecologista Os Verdes