22.4.19

EUROPEIAS: PEV contra apoios comunitários ao eucalipto e pela restrição aos pesticidas

Os Verdes estão contra apoios comunitários ao eucalipto. Defendem alimentos livres de OGM e uma Política Agrícola Comum (PAC) que privilegie a agricultura familiar e biológica. E querem a restrição da utilização de fitossanitários. E querem acabar com todos os acordos internacionais de comércio.
As eleições pata o Parlamento Europeu realiza,-se a 26 de Maio de 2019. E o agriculturaemar.com vai passar a publicar os programas de cada partido, no que diz respeito ao mundo rural e à economia do mar. Hoje é vez do PEV — Partido Ecologista Os Verdes.
O PEV concorre integrado na CDU – Coligação Democrática Unitária – coligação formada com o Partido Comunista Português (PCP) e à qual se junta a Associação Intervenção Democrática (ID).
Promover a floresta autóctone
Para as eleições europeias de 2019, Os Verdes defendem uma floresta diversificada, combatendo a monocultura florestal com fins industriais.
“Consideramos estratégico o reforço dos meios financeiros e humanos para as florestas nomeadamente para a vigilância, planeamento e promoção das espécies autóctones, como o carvalho, o sobreiro, a azinheira, o castanheiro e o pinheiro manso”, dizem os ecologistas de esquerda.
E acrescentam que “só assim é possível a defesa da floresta contra os incêndios”. E recusam “a canalização de fundos comunitários para os eucaliptos e outras espécies de crescimento rápido ou culturas intensivas”.
Indústria da celulose
O programa do PEV ataca mesmo a indústria da celulose, afirmando que rejeita que a floresta portuguesa, a biodiversidade e a segurança das populações “estejam condicionadas aos interesses económicos ligados à indústria da celulose”.
“É preciso defender uma política florestal que salvaguarde o interesse público e que garanta as diversas funções da floresta, designadamente a nível ambiental, social, e económico, salientando a importância do sector da cortiça, entre outros”, acrescentam Os Verdes.
Protecção das abelhas
Por outro lado, o partido compromete-se a defender no Parlamento Europeu um reforço do investimento na recuperação e na conservação de habitats para a protecção de espécies da flora e fauna em perigo.
“É necessário também promover medidas que promovam a conservação da Natureza, protejam e fortaleçam a rede de áreas protegidas sob a gestão do Governo e impeçam a extinção de animais selvagens vulneráveis, como é o caso das abelhas ou do Lobo-ibérico”, dizem aqueles ecologistas.
Agricultura biológica e produção local
Por outro lado, defendem a produção e o consumo local, com base na agricultura biológica, como forma não só de dinamizar a economia local como também de promover práticas agrícolas mais amigas do ambiente, livres de pesticidas, promotoras de uma alimentação mais saudável para as populações e com uma reduzida pegada ecológica.
“Para tal é imperioso uma mudança radical na Política Agrícola Comum (PAC) para que dê prioridade ao investimento na agricultura familiar e nos mercados locais, que protejam as sementes e a cultura que encerram, dizendo não aos OGM e para que restrinja a utilização de fitossanitários, promovendo práticas que protejam os solos e os lençóis de água”, dizem Os Verdes.
Políticas ao serviço dos pequenos agricultores
No seu programa eleitoral, o PEV defende ainda “políticas que estejam ao serviço dos pequenos agricultores, designadamente garantindo preços justos pagos à produção, e dos consumidores, garantindo o seu direito a uma alimentação saudável e sustentável e não das multinacionais do agro-alimentar e da distribuição”.
Para aqueles políticos “esta é também uma forma de incentivar a produção não intensiva, local e familiar, que garanta o bem-estar animal e a segurança alimentar e contrarie o transporte de animais vivos em longas distâncias”.
Protecção das águas e dos mares
Na área do mar, dizem Os Verdes que defendem a eliminação dos plásticos descartáveis e a sua substituição por materiais biodegradáveis. “A utilização massiva de plásticos, micro-plásticos e descartáveis está a elevar os níveis de poluição para valores insustentáveis e a conduzir à degradação acelerada dos ecossistemas, nomeadamente marinhos”, refere o programa do PEV.
“Exigir a protecção dos nossos rios e mares é reduzir a utilização de plásticos e combater outros focos de poluição, que nos dias de hoje já não fazem sentido, mas que continuam a existir. Os Verdes continuarão empenhados em lutar por mais e melhores meios de monitorização, em exigir um melhor desempenho ambiental das as indústrias, suiniculturas ou ETAR’s que continuam a fazer dos nossos rios um esgoto a céu aberto”.
Renováveis
Os Verdes querem promover políticas de poupança e eficiência energética, de microgeração e de energias renováveis, limpas e diversificadas com particular incidência na energia solar. No processo de combate às alterações climáticas “é fundamental a eliminação gradual da energia fóssil. Defendemos o encerramento das centrais nucleares existentes e o abandono da energia nuclear”, acrescenta o programa.
“Da mesma forma recusamos a construção de mais barragens hidroeléctricas, nomeadamente a barragem do Fridão, com os seus fortes impactes negativos para as populações locais e para os ecossistemas envolventes”, salientam aqueles responsáveis.
Economia Circular? Só sem comércio livre
Os Verdes defendem igualmente a promoção da Economia Circular, aumentando o tempo de vida útil dos produtos ou garantindo que não têm apenas uma única utilização e que podem ser reutilizados, reparados ou transformados novamente em matéria para a criação de um novo produto, princípio fundamental para reduzir a exploração dos recursos naturais.
Mas dizem que “para que isto seja uma realidade consequente, Os Verdes recusam os Acordos Internacionais do Comércio (TTIP, CETA e outros) que comprometem o ambiente e as pequenas economias. Com estes acordos o progresso ambiental, social e a economia dos países são colocados em causa”.