17.12.18

MEMÓRIA - Azeitona e produção de azeite em Amieira: Um pouco de história

A cultura mais antiga da freguesia de Amieira deve, porém, ser a da oliveira, de que ainda agora há exemplares velhíssimos que narram a história da oliveira desde tempos longínquos na nossa terra.
Já lá vão os tempos em que entre nós existiam muitos e velhos lagares de vara e fuso, quase todos situados ao longo da Costa da Ribeira, que mais tarde foram substituídos por outros mecânicos e mais aperfeiçoados e com capacidade para uma maior produção.
Ainda não há muitos anos era de 11 o número dos velhos lagares de Amieira e seu termo, sendo 8 na Ribeira da Maia, 1 em Vila Flor, 1 no Ribeiro das Correia e 1 na Fonte Branca. Dos da Ribeira da Maia estavam uns na margem direita junto à passagem para a Fonte da Cal e outros mais abaixo na margem esquerda, junto à ponte do rio.
Desde D. Afonso Henriques até 1834 pertenceu à Ordem de Malta o monopólio dos lagares de azeite, dando ela, todavia, autorização a quem lhe a solicitasse para a construção de lagares, mediante o pagamento de certa pensão ou renda.
Mas a oliveira é muitíssimo mais velha, remotamente muitíssimo mais velha em Amieira, desta circunstância vindo e da sua produtividade e excelência de frutos, o motivo de à Vila ser dado desde longe o qualificativo de Amieira do Azeite e aos seus habitantes a alcunha regional de “Bagaceiros”.
Deixando uma pouco para trás a sua história, Amieira não foi muito feliz na produção de Azeitona e Azeite em 1990. A azeitona foi pouca, de pouco aproveitamento porque muita desta se encontrava bichosa e podre. A acidez do Azeite foi bastante elevada, não nos permitindo ter o tão famoso e precioso líquido com tão elevada e acostumada qualidade.
Jorge Pires - “O Amieirense” – Dez. 1990