A cultura mais antiga da
freguesia de Amieira deve, porém, ser a da oliveira, de que ainda agora há
exemplares velhíssimos que narram a história da oliveira desde tempos
longínquos na nossa terra.
Já lá vão os tempos em que entre
nós existiam muitos e velhos lagares de vara e fuso, quase todos situados ao
longo da Costa da Ribeira, que mais tarde foram substituídos por outros mecânicos
e mais aperfeiçoados e com capacidade para uma maior produção.
Ainda não há muitos anos era de
11 o número dos velhos lagares de Amieira e seu termo, sendo 8 na Ribeira da
Maia, 1 em Vila Flor ,
1 no Ribeiro das Correia e 1 na Fonte Branca. Dos da Ribeira da Maia estavam
uns na margem direita junto à passagem para a Fonte da Cal e outros mais abaixo
na margem esquerda, junto à ponte do rio.
Desde D. Afonso Henriques até
1834 pertenceu à Ordem de Malta o monopólio dos lagares de azeite, dando ela, todavia,
autorização a quem lhe a solicitasse para a construção de lagares, mediante o
pagamento de certa pensão ou renda.
Mas a oliveira é muitíssimo mais
velha, remotamente muitíssimo mais velha em Amieira, desta circunstância vindo
e da sua produtividade e excelência de frutos, o motivo de à Vila ser dado
desde longe o qualificativo de Amieira do Azeite e aos seus habitantes a
alcunha regional de “Bagaceiros”.
Deixando uma pouco para trás a
sua história, Amieira não foi muito feliz na produção de Azeitona e Azeite em 1990. A azeitona foi pouca,
de pouco aproveitamento porque muita desta se encontrava bichosa e podre. A
acidez do Azeite foi bastante elevada, não nos permitindo ter o tão famoso e
precioso líquido com tão elevada e acostumada qualidade.
Jorge Pires - “O Amieirense” – Dez. 1990