21.12.18

NISA - Natal: O Silêncio dos Inocentes

Mais um ano dado por passado, mais uma consoada se aproxima: luzes, prendas, é este o espírito natalício.
Para nós é um Natal sem neve, mas nem por isso deixa de ser Natal, o que para alguns, com neve ou sem neve, esta época é sempre como outra triste qualquer. Que diferença lhes faz comer bacalhau com a respectiva couve e batatas? Pois talvez já não conheçam o seu sabor!
Perante o frio cortante, debaixo de mantas ou dentro de caixas de papelão, vêem os pinheiros brilhantes nas moradias; ouvem as badaladas da meia-noite, e esta gente, simplesmente permanece na consoada de todas as noites.
É nestas alturas, principalmente, que nos devemos imaginar nessas condições, só assim a nossa opinião sobre esta quadra começa a mudar.
Natal é Verdade!
Natal é Justiça!
Natal é Amor!
Natal é Liberdade!
Diz a velha canção que a cada ano que passa entra pelos nossos ouvidos, mas, em plenas ruas, em plenas esquinas, o Natal de muita gente resume-se simplesmente em “nada”.
Pessoas que talvez, já nem se lembrem de como é abrir um presente, de como é estar em família e dizer: Feliz Natal.
De facto ninguém é igual, nem todos nasceram com um lugar no mundo. Claro que nem sempre podemos ajudar o próximo, mas pensar nas diferentes formas de viver o Natal faz parte da palavra Solidariedade, a primeira regra do Ser Humano.
Patrícia Porto – Notícias de Nisa” – 24 Dez. 1997