Tem uma longa estória a luta contra a mineração de urânio
no nosso país. Ainda nos anos 70 do século passado grupos ecologistas, com 1ªs
páginas de jornais denunciavam os riscos para a terra e as populações, assim
como é óbvio para os trabalhadores dessas, das minas da Urgeiriça.
Desde o seu encerramento um forte movimento de
ex-trabalhadores, com a presença relevante e incansável de António Minhoto, tem
lutado continuamente pelo ressarcimento e direitos desses e suas famílias assim
com a reabilitação destas terras devastadas.
Em Nisa, desde o final dos anos 80 que a tentativa de
abrir um estaleiro tem esbarrado com a população local, grupos ecologistas e
também o apoio solidário do movimento dos ex-mineiros da Urgeiriça.
O urânio é uma das pontas destapadas do ciclo de ruína e degradação
da nuclear, que hoje aqui ao lado em Almaraz nos coloca, cada dia que passa em
maior risco.
O nosso Ministro do Ambiente está, todavia, descansado.
E também está descansado ou desinformado sobre o projecto
de abertura de uma zona de mineração de
urânio em Salamanca, Retortlillo, a poucos Kms de Portugal.
Um projecto rodeado de fumos de corrupção, envolvendo um
ex alto funcionário (do então Ministro da Agricultura e actual comissário da Energia Arias Cañete),
que assessorou a empresa titular a Berkeley perante a Comissão Europeia que deu
um parecer favorável a este. Conhecemos
casos destes...muitos...
Pois a Audiência
Nacional ( Procuradoria)vai estudar a legalidade do licenciamento dado que
sendo uma instalação nuclear de 1ª (nela será feito o enriquecimento) deve
ser o licenciamento feito pelo
intervenção do Estado e com uma declaração de impacto ambiental!
E para essa, para o estudo, deve ser tida em conta a
posição e o envolvimento do Estado português, seja porque a emissão de
rádio-isotopos não conhece fronteiras, seja pela possível contaminação dos
friáticos desta zona.
Andará o nosso ministro desinformado ou continua com a
mesma confiança que também tem em relação a Almaraz?
Dia 11 de Junho em Cáceres este será também um dos temas
em discussão.
Fechar Almaraz, pôr fim ao ciclo nuclear, defender a
sustentabilidade e o ambiente!
Aos 28 de Abril de 2016
António Eloy, membro do Movimento Ibérico Anti-nuclear ( M.I.A.)