Quem era, quem foi, o que era, coisa ou
pessoa, que mandava nestas portas ditas do Ródão? Quem era ou o que era o Ródão?
Era pessoa, rio, montanha, feito histórico, lenda? Perguntámos, perguntámos e
surpresa... ninguém sabia dizer-nos porquê Ródão.
Finalmente, lembrámo-nos de perguntar a quem
estuda estas coisas e, finalmente, talvez tenhamos chegado à descoberta do
famoso desconhecido Ródão. Como sempre, a realidade é muito mais simples do que
o imaginado! Afinal o tal Ródão parece ser afilhado adotivo de “pais incógnitos”
provenientes de terras longínquas banhadas pelas águas de um seu semelhante
europeu de renome, que ainda hoje dá pelo nome de Rhone (Ródano).
Para compreenderem tal apadrinhamento ou
batismo, aconselho-vos a fazer o mesmo que eu... ler atentamente um texto,
editado pela Associação de Estudos do Alto Tejo, intitulado “Occitejano, sobre
a origem occitana do subdialecto do alto Tejo português” ou “ occitejano, about
the occitan origin of the portuguese subdialect of upper Tagus (www.altotejo.org/acafa/acafa_n5.html).
Lá se diz que o batismo da Velha Vila data
de 1296, ano em que recebeu foral; antes disso parece ter-se chamado Açafa. 83
anos antes, a Vila Franca das Cardosas tinha passado a chamar-se Castelo
Branco. Já nessa época, eram os desentendimentos e conflitos ente os Senhores,
que obrigavam os servos a refugiar-se longe das suas terras de nascença para
poderem sobreviver.
Como neste caso, ao trazer gente de
Montauban, Albi, Toulouse, Nice, etc., para as nossas actuais Montalvão,
Tolosa, Nisa e terras albicastrenses.
Mais de 700 anos depois, embora de outra
maneira, também os de Ródão andarão a dar outros nomes às margens do Zambeze ou
do Limpopo, do Amazonas ou do Orinoco.
C.M. – in VIVER – Vidas e Veredas da Raia –
Agosto 2013