2.8.25

NISA: AS GRADES DO JARDIM PÚBLICO - Alguns elementos para a sua hitsória

Tal como os edifícios, as pontes e outras obras de engenharia - civil ou militar - também as pequenas estruturas que modelam o espaço urbano ou rural, têm a sua história.

A do gradeamento do jardim público não deixa de ser curiosa, por estar (ficar) ligada a alguns factos e circunstâncias políticas, desde a sua implantação até, agora, à sua remoção (arranque).

 Um gradeamento "monárquico" e "republicano"

A ideia de implantar, no Rossio de Dentro, um gradeamento sobre o muro de suporte, partiu do último executivo municipal monárquico que serviu o concelho de Nisa, tendo à frente o dr. Mário de Miranda Monteiro, a quem se deve, entre outras obras, o aformoseamento do Rossio (actual zona da Alameda) com a plantação de plátanos.

Lançado o concurso para a feitura e colocação do gradeamento, ainda durante a Monarquia, foi já no período da República que a obra teve lugar e foi concluída, no início de 1911.

Há 93 anos, que o gradeamento do Rossio de Dentro, primeiro, e do Jardim Público, depois, a partir de 1932, se encontrava implantado no espaço nobre da vila.

Agora, tal como no poema, "jaze morto e apodrece". Um golpe profundo, vil, foi desferido na memória e no sentimento de muitos nisenses, ficando a manchar - tal como, aliás, outras "soluções" arquitectónicas e urbanísticas com que, ultimamente, temos sido "presenteados" -, uma obra há muito desejada, mas feita sem a participação, nalguns casos, à revelia, dos seus prinicipais destinatários: a população de Nisa.

 O derrube "filipino"

Por coincidência - ou talvez não - o último troço que restava do gradeamento, foi arrancado no passado dia 1º de Dezembro, como a querer assinalar o fim do domínio filipino, em 1640. Só que esta obra - a implantação do artístico gradeamento - não foi feita por "espanhóis", mas sim projectada e realizada por nisenses.

Não a deixaram completar 100 anos, como aconteceu com o Coreto, que vai manter-se no local e fica a assinalar uma época, a nível da arquitectura e da promoção da cultura, através da música.

Que viva a música. Que estalem os foguetes e morram os "velhos do Restelo". Sobre os escombros das grades e da memória, surgirá a modernidade, voarão em vertiginosa velocidade os "skates" e outras enormidades importadas dos States.

O espaço vivido terá mesmo vida. Não será um espaço de todos? Que importa? Importante é requalificar, erguer de novo, destruir pela raiz, não deixar qualquer marca do regime anterior. Daqui a uns meses, quando a obra estiver pronta, "linda", inaugurada, na véspera da disputa dos votos, quem se vai lembrar de umas grades "monárquicas" e "republicanas" de 1911?

DOCUMENTOS

Concurso para fornecimento e collocação de uma grade e oito candieiros, tudo de ferro.

Aos quatro dias do mez de Setembro de 1910, Jayme Marçal Pimentel Fragoso, vereador servindo de presidente da mesma Câmara e tendo dado onze horas da manhã. Foram apresentadas cinco propostas.

Edital: Vedação, sobre o muro de suporte existente no Rocio de Dentro, desta villa.

1º A grade deve ter o comprimento de 118 metros, sendo uma pequena parte em curva, onde o muro faz volta entre duas ruas que se cruzam em angulo recto.

2º A grade terá os supportes necessários para sua conveniente fixação; 3ª Os candieiros serão de collunas, decorativos, e serão colocados 2 nas extremidades da grade, 2 nos lados da escada de cantaria, que fica aproximadamente a meio da grade e os restantes, intermédios, servindo todos de supporte e apoio à grade, dispensando, portanto, em taes pontos de supporte de fixação 4º ? 5º?

Verba orçamental 350$000 reis

Nisa,10/8/1910 - O Presidente da Câmara: Mário Monteiro

Foram apresentadas várias propostas: Abel M. de Carvalho & Irmão, do Crato; Lino Martins Cardoso, da Figueira da Foz; Empreza Industrial Portuguesa, de Lisboa; Joaquim Porto Basso, de Niza; José Maria Rafael Malhado, de Niza, 348$000 reis.

Auto de adjudicação, do fornecimento e collocação de uma grade e oito candieiros, tudo de ferro, no Rocio de Dentro, d´esta villa de Niza, feita a José Maria Raphael Malhado pela quantia de 348$000 reis.

Aos tres dias do mez de Outubro do anno de mil novecentos e dez, n´esta villa de Niza, paços do Concelho e secretaria da Camara Municipal, compareceu o Senhor Doutor Mario Augusto de Miranda Monteiro, presidente da mesma Camara, comigo secretario d´esta, e pelo mesmo senhor presidente foi declarado, em virtude da deliberação hoje tomada pela referida Camara, que adjudica, para todos os effeitos legaes, a José Maria Raphael Malhado, casado, ferreiro, residente n´esta villa e n´este acto presente, o fornecimento e colocação de uma grade e oito candieiros de illuminação, tudo de ferro, com as condições do respectivo concurso (...)

Prazo de execução, fornecimento e colocação: até 31 de Dezembro, podendo, todavia prorrogar-se o dito prazo se isso for necessário, ao que tudo se obrigou o senhor José M R Malhado.

 

1.8.25

Carlos Flores é o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Arronches


Carlos Flores, natural de Arronches, é o candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas. Com 46 anos, o candidato apresenta se com um profundo sentido de dever cívico e de responsabilidade para com o concelho que o viu nascer e crescer. Com um percurso político que passa pela Assembleia de Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal, Carlos Flores traz consigo uma vasta experiência autárquica. “Estas vivências ensinaram-me a escutar, a entender as necessidades das pessoas e a trabalhar sempre para o bem comum”, afirma. A par do seu percurso nos órgãos autárquicos, Carlos Flores é licenciado em Língua e Literatura Modernas, Estudos Portugueses e Ingleses e exerceu funções como professor de Português e Inglês nos níveis básico e secundário entre 2002 e 2013, em várias escolas públicas e privadas. Em 2013, ingressou no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) como técnico superior, onde se mantém até hoje, desempenhando funções ligadas à qualificação e à formação profissional. A sua candidatura inspira-se nos valores herdados da sua família e na dedicação do seu avô ao serviço da comunidade arronchense. “Hoje, o meu compromisso é honrar a sua memória dele e a de todos os que contribuíram para o desenvolvimento do nosso concelho”, sublinha Carlos Flores, assumindo a ambição de “seguir os exemplos de todos aqueles autarcas que dedicaram trabalho árduo, honestidade e paixão pela nossa terra”. O candidato socialista defende uma liderança baseada no diálogo, na proximidade e na construção coletiva de soluções. “Quero ser o líder que sabe ouvir, que sabe unir e que sabe trabalhar com todos para construir um futuro mais próspero e justo para a nossa terra.” Carlos Flores apresenta-se com uma mensagem de esperança, pedindo a confiança dos arronchenses para liderar uma nova etapa: “Arronches merece um futuro com ambição, diálogo e compromisso. Conto com o vosso apoio para construirmos esse caminho juntos.” "Mais Ambição, Mais União, Mais Arronches!"