31.7.25

ESTREMOZ: I Encontro de Cuidados Continuados do Distrito de Évora


- PROGRAMA

Acontece, no dia 12 de setembro, no Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, o 1.º Encontro de Cuidados Continuados do Distrito de Évora:

PROGRAMA

\\08:30 - Abertura do secretariado

\\09:00 - Painel I – Integração de Cuidados

Moderador: Dr.ª Clara Morais

Do acolhimento à alta do utente – a definir

A ECCI como processo de transição e integração na comunidade – ECCI de Évora

Interculturalidade na rede – Dr.ª Hélia Bracons

\\10:30 - Coffee break

\\11:00 - Mesa de abertura

Ministra da Saúde ou seu Representante

Secretária de Estado da Segurança Social – Dr.ª Clara Marques Mendes

Presidente da CME – Dr. José Daniel Sádio

Diretor do Centro Distrital da S.S. de Évora – Dr. Nuno Alas

Direção Executiva do SNS – Enf. Hélder Sousa

Coordenador ECR – Enf. Fernando Roques

Presidente do Conselho de Administração da ULSAC

\\12:00 - Painel II – O futuro da Rede

Moderador: Enf.ª Carla Calça

RNCCI: Da visão nacional à resposta local – desafios, estratégias e humanização para uma rede sustentável, eficiente e integrada – Enf. Hélder Sousa

A Rede de Cuidados Continuados no Alentejo – Dr.ª Clara Morais

\\13:00 - Almoço Livre

\\14:30 - Painel III – Inovação/Comunicação

Moderador: Dr.ª Carmo Peixoto

Comunicação – Dr.ª Cláudia Telles

Novas Tecnologias na avaliação de feridas – Enf.ª Sónia Guerreiro

Desconstruir os estigmas dos cuidados paliativos – Professora Adjunta ESSCVP Norte – Dr.ª Sónia Novais

\\16:00 - Painel IV – Articulação/Boas Práticas

Moderador: Dr.ª Rosa Campaniço

Cultura de segurança e gestão de risco na rede – Enf.ª Cristina Carochinho

Humanitude: uma nova forma de intervir, um caminho a seguir – Unidade de Ferreira do Alentejo

Diferentes olhares, um só cuidado: a visão integrada da nossa equipa técnica – Unidade de Cuidados Continuados Inácio Coelho Perdigão – Reguengos de Monsaraz

Demências na rede de Cuidados Continuados – Dr. Caldas Almeida

Testemunho de um cuidador informal

\\17:15 - Sessão de Encerramento

Dr.ª Sónia Caldeira

Enf.ª Sílvia Noruegas

Dr.ª Rosa Campaniço

\\17:30 - Entrega de Prémios

Momento Cultural

Comissão Organizadora:

Câmara Municipal Estremoz e ECL Estremoz (Enf.ª Sílvia Noruegas; Dr.ª Rosa Campaniço; Dr.ª Susana Lopez)

Carla Calça – Enf.ª Gestora – ULSAC

Inês Polme – Coordenadora UCC Estremoz (Enf.ª Especialista) – ULSAC

Mónica Rosinha – Assistente Social ECCI Estremoz – ULSAC

Paula Pires – Assistente Técnica UCC Estremoz – ULSAC

Clara Morais – Equipa Coordenadora Regional Alentejo – DE do SNS

Patrícia Coias – Terapeuta Ocupacional ECCI de Estremoz – ULSAC

Carmo Peixoto – Diretora Técnica da Unidade de Longa Duração e Manutenção de Estremoz

Ana Santos – Assistente Social – Centro Distrital da Segurança Social Évora

Cláudia Ganga – Enf.ª de UCC Redondo – ULSAC

Comissão científica:

Presidente: Paula Pimpão – Enfermeira Especialista UCC Arraiolos – ULSAC

Ermelinda Caldeira – Professora Coordenadora da Universidade de Évora – Escola Enfermagem São João de Deus

Cristina Sousa – Equipa Coordenadora Regional Alentejo – DE do SNS

Cármen Pereira – Enfermeira Especialista UCC Estremoz – ULSAC

Susete Sá – Enfermeira UCC Borba

Cláudia Xavier – Enfermeira Especialista UCC de Vila Viçosa – ULSAC

Inscrições através do QRCode na imagem ou AQUI

 

HUMOR EM TEMPO DE CÓLERA

 


Cabeça na areia Cartoon editorial da @revistasabado- Vasco Gargalo

NISA: Dois detidos e 16 infrações em operação especial de prevenção criminal


O Comando Territorial de Portalegre, através do Destacamento Territorial de Nisa, no dia 26 de julho, desenvolveu uma operação especial de prevenção criminal no decorrer de um evento realizado no concelho de Nisa, que resultou na detenção de um homem de 28 anos e de uma mulher de 27 anos, na constituição como arguido de um homem de 21 anos, bem como na elaboração de 16 autos de contraordenação.

O empenhamento deste dispositivo operacional teve como principal objetivo garantir a segurança dos participantes, prevenir a criminalidade e fiscalizar comportamentos de risco associados a grandes aglomerações, o consumo de estupefacientes, a condução sob efeito de álcool e perturbação da ordem pública.

A operação resultou na obtenção dos seguintes resultados:

125 condutores fiscalizados e testados;

Dois detidos por condução sob o efeito do álcool;

Um arguido por tráfico de estupefacientes;

Oito contraordenações relacionadas com o consumo de estupefacientes;

Oito contraordenações rodoviárias;

Uma fiscalização de um estabelecimento;

A ação permitiu ainda apreender o seguinte material:

68,36 doses de haxixe;

25,1 doses de MDMA;

6,6 doses de cocaína;

Um cigarro de haxixe.

A operação contou com o reforço dos Destacamentos Territoriais de Portalegre e Elvas e do Destacamento de Trânsito (DT) do Comando Territorial de Portalegre.

 

30.7.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XLIII) - Manuel dos Santos Tavares


CHANTIERS

Sois como casulos de abelhas

Onde zangãos vêm fazer seu ninho

Sugando o suor de quem trabalha

Agravando ainda mais o seu destino.

 

Monstruosas fortunas de parasitas

Sangue e suor do trabalhador

Como legiões de escravos malditas

E conforto de tanto explorador

 

Longe daqui

Estão os palácios opulentos

Da vossa abelha mestra

Mas no interior de barracas nojentas

Está o triste drama

Duma negra orquestra.

 

Nauseabunda injustiça

Sem perdão

Do século vinte

A luz ausente

Como ainda feroz escuridão

Ao serviço

De quem amor não sente!

 

Enxame de abelhas, fazendo mel

Fora e dentro desta colmeia

Recebendo, de recompensa, o fel

Triste destino de quem tanto bem semeia…

 

Das pátrias madrastas de todo o mundo

Aqui vem trabalhar, barata mão

Dos deserdados, de sofrer profundo

Cuja família, lhes vem no coração.

 

O teu pensamento

Voou junto ao meu

Até ao fim

Subindo até ao firmamento

Para só na morte

Findar tão tristemente

A nossa sorte…

 

Do nosso enlace

Como forte traço de união

Ficaram quatro folas

Como rosas em botão

Que me revive, ao vê-las…

 

Quantas vezes

E até em tua última hora

Me rogaste, carinhosamente

Que, para tua memória

Amparasse eternamente

As quatros folhas

Da nossa bela aurora.

 

Aqui estou, pois

A cumprir o teu desejo

Cumprindo a vontade

De nós os dois

E depositando assim

Em tua fronte

O último beijo.

 

·         Manuel dos Santos Tavares1.05.1966 Dijon (França)

*******

 

NISA: 3ª Edição do Jogo de Emigrantes


É já no sábado, 9 de agosto, que Nisa volta a ser palco de um grande encontro entre os que cá estão e os que estão longe, mas nunca esquecem as raízes!

🕢 19h30 – Jogo de Abertura (Crianças)

Os miúdos do escalão mais jovens do Sport Nisa e Benfica entram em campo para abrir a festa!

🔴⚔️ Jogo Principal – Emigrantes vs Mistos do Sport Nisa e Benfica (Juvenis + Seniores + Veteranos SNB)

Logo de seguida, os Emigrantes defrontam um misto de jogadores juvenis, seniores e veteranos do Sport Nisa e Benfica, num jogo cheio de emoção, reencontros e espírito de união!

🍻 Bar, 🍔 comida e 🎵 música ambiente garantem o convívio até mais tarde!

Vem apoiar, rever amigos e celebrar a nossa comunidade!

MARVÃO: Portagem Cultural - Animação de Verão

 


VALÊNCIA DE ALCÂNTARA: 38º Festival de Folclore "Pueblos del Mundo"

 


GALVEIAS: Exposição de Arte Sacra de Bernardo Cortiço

 


ÉVORA: Apresentação do Livro O Palhaço e a Demência


Data: 19 de setembro de 2025

Local: Centro de Inovação Social da Fundação Eugénio de Almeida (Rua Vasco da Gama, nº 13)

Horário: 17h30 - 19h00

Destinatários: Público em Geral

O Centro de Inovação Social, em parceria com o projeto Rugas de Riso, em incubação no CIS, promove a apresentação do livro O Palhaço e a Demência, da autoria de Fernando Terra.

A obra resulta de uma investigação artística desenvolvida com o apoio da psicóloga geriátrica Dra. Isabel Sousa e aborda temas como o vínculo com o idoso, a adaptação da linguagem, o trabalho em dupla de palhaços em contexto clínico e uma reflexão poética sobre a finitude. Enriquecido com imagens do programa Rugas de Riso, o livro convida artistas, cuidadores e profissionais de saúde a refletirem sobre o cuidado relacional, a escuta estética e a presença genuína em contextos de vulnerabilidade.

Participação gratuita, mediante inscrição prévia »»»  https://www.fea.pt/areas-de-intervencao/area-social-e-de-desenvolvimento/centro-de-inovacao-social/educacao-para-o-empreendedorismo-social/detalhe-1/apresentacao-do-livro-o-palhaco-e-a-demencia

 

29.7.25

CASTELO BRANCO: Há Cinema no Parque


O Parque da Cidade, o Centro Cívico e o Parque Urbano da Cruz do Montalvão, em Castelo Branco, acolhem sessões de cinema ao ar livre durante o mês de agosto.

Promovido pela autarquia albicastrense, o “Há Cinema no Parque” regressa para projetar um conjunto de filmes, com entrada gratuita. Todas as sessões têm início às 21h15.
As primeiras duas sessões vão decorrer Parque da Cidade, com “Ainda Estou Aqui”, na 6ªfeira, dia 8; e “Homem-Cão”, no dia seguinte.
As restantes sessões irão acontecer no Centro Cívico, a 15, com “A Complete Unknown” e a 16 com “Lilo & Stitch”.
As restantes serão no Parque Urbano da Cruz do Montalvão. Dia 22 com “F1”; dia 23 com “Élio”; dia 29 com “Jurassic World: Rebirth”; e dia 30 com “Smurfs”.
Assim, uma vez mais, a Câmara de Castelo Branco desafia a levar a manta e a assistir cinema ao ar livre.

XX Festival Transfronteiriço Boda Régia une Marvão a Valencia de Alcántara


Marvão e Valencia de Alcántara celebraram o 20º Festival Transfronteiriço “Boda Régia”, declarado como “festa de interesse turístico regional da Extremadura”, em 2016, entre os dias 31 de julho e 3 de agosto.

Com um programa repleto de atividades culturais e o maior elenco de sempre, ao nível de atores e figurantes, a Boda Régia vai contar com a participação de quatro dezenas de marvanenses, onde se destaca a turma de Teatro e Dança Medieval, da Universidade Sénior de Marvão.

“1947: A fronteira do Enlace Real” - Recriação histórica na Portagem

No dia 31 de julho (quinta-feira), a partir das 22h00, a Ponte Quinhentista da Portagem será o cenário para a recriação histórica da chegada do Rei D. Manuel a Marvão, com a participação de 30 atores e 40 figurantes, todos com um papel especial em cena.

O programa para esta noite contempla uma representação teatral baseada na obra “D. Manuel - Duas Irmãs para Um Rei”, de Isabel Stilwell, intitulada “1947: A fronteira do Enlace Real”, mas também um cenário vivo com mercado de ofícios, cavaleiros, soldados em lutas de espadas e danças medievais.

“Numa noite silenciosa, aquele que ficará para a história conhecido como ‘O Venturoso’, cruza a ponte da Portagem, rumo a Valencia de Alcántara, onde se vai realizar o enlace real.”

Boda Régia em Valencia de Alcántara

Na sexta-feira, dia 1 de agosto, a partir das 20h00, realiza-se o tradicional desfile das comitivas reais por Valencia de Alcántara, onde o Rei D. Manuel vai ser acompanhado por quatro dezenas de convidados marvanenses, numa noite que termina com um torneio medieval.

Já a recriação histórica do casamento que uniu o Rei de Portugal, D. Manuel I, com a Infanta Isabel, filha dos Reis Católicos, em 1497, está agendada para 2 e 3 de agosto, às 22h00, no átrio da Igreja de Rocamador, em Valencia de Alcántara. “De amor, justiça e conveniência” é o nome da obra teatral, que tem texto e encenação de Javier Uriarte.

 

OPINIÃO: Pragmatismo na rodovia


«QUEREMOS LIGAR PORTALEGRE POR  AUTOESTRADA COM TODAS AS  CAPITAIS  DE  DISTRITO» . Já há mais de 20 anos, SANTANA LOPES publicou decreto nesse sentido. Que, no seu governo (que durou pouco tempo) e em todos os que (até hoje) se lhe seguiram, nunca passou do papel...

«DEFENDEMOS  A  CONSTRUÇÃO  DE  TODO O IC13 »... Que, até agora só tem concretizado o troço de PORTALEGRE ao nó de ALTER DO CHÃO.

Na sua totalidade vai de MARVÃO até às imediações do local (zona de Alcochete) escolhida para o novo AEROPORTO DE LISBOA .

Legítimo aspirar a boas vias de comunicação, neste caso rodoviárias (do caminho de ferro falaremos noutra crónica...) . Mas é preciso haver sentido de responsabilidade e realismo, sendo pragmático nas propostas apresentadas . Especialmente ( em campanha eleitoral, nos seus programas e discursos) quando provêm dos partidos políticos, que mesmo ao nível regional , têm que evitar cair na ( sempre negativa ) tentação de prometer tudo e  todos os impossíveis. Porque estão a propor para uma legislatura e não um rol de investimentos para o resto do século XXI...

Procurando contrariar tal tendência, tentaremos , modestamente, apresentar , neste setor de infraestruturas , um plano que se contenha nos limites do razoável .

Assim:

O MAIS URGENTE. Num percurso de centenas de quilómetros, percorremos o IP2, como via nacional estruturante para o interior, sem (longe vão, felizmente, esses tempos ) ter de atravessar quase todas as ruas de todas as terras e terrinhas. Em Tolosa, Gáfete, Alpalhão, Portalegre, Monforte,   e em Crato e Alter do Chão , com o IC 13 ) passou a haver variantes que, além da comodidade , encurtam tempo de viagem. Parece estarem em curso os processos de empreitada para as circundantes às cidades de Estremoz e Évora.  Fica apenas o caso inexplicável de FORTIOS, no concelho da nossa capital de distrito. Cuja demora não entendemos. De Portalegre a Alpalhão, esta benfeitoria (com a variante que se impõe) poupará em mais de 20% o tempo gasto em automóvel. Se já há muito devia estar feita, esta VARIANTE, em 2025, é algo de imperioso e URGENTE.

O IC13 é importante para a região e para uma parte do país. Fugindo ao «todo» como marco de irresponsabilidade, com realismo é legítimo reclamar  nesta legislatura o TROÇO ALTER- PONTE DE  SOR, incluindo (importantíssima) a variante a esta cidade.

A ligação adequada (uma solução semelhante ao IC 13) entre as duas principais cidades do distrito (ELVAS e PORTALEGRE) é fundamental para estimular o retorno de maior proximidade nas relações entre habitantes e forças económico -sociais , bem como ajudar ,finalmente, ao pleno sucesso das experiências (nem sempre conseguidas) de COMPLEMENTARIDADE DE  SERVIÇOS  PÚBLICOS, seguramente facilitadas por uma boa estrada. Cujo planeamento possível, com vontade política, poderia integrar uma PRIMEIRA FASE até ao novo ciclo eleitoral legislativo ...

Para a legislatura em curso cremos não ser pedir demais. Na mesma linha de reclamar o que por viável, tem todo o sentido, voltaremos ao assunto na perspectiva de preparar novos projectos para concretização no terreno a partir de 2028... Não é bonito (e retira autoridade) continuar a propor o céu e a terra sem calendarizar no tempo e apresentar prioridades...

·                      *  JOSÉ  MANUEL  BASSO -   (eleito municipal de 1979 a 2001 )

 

SAÚDE: 17 dadores de sangue em Fronteira

O concelho alentejano, afamado pelos termais lençóis freáticos, recebeu mais uma ação conjunta da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – e da Unidade Funcional de Imunohemoterapia da ULSAALE. Pois, desta vez, direcionámos até à vila de Fronteira, bem perto de Cabeço de Vide.

O centro de saúde da vila foi gentilmente invadido por 17 voluntários, dos quais sete do sexo feminino (41,2 %). Um homem deu sangue pela primeira vez na vida.

Em Fronteira, foram armazenadas 16 unidades de sangue total, dado que um dos potenciais dadores não concretizou a dádiva.

Como habitualmente, houve confraternização no almoço convívio que fechou a brigada e que contou com o apoio da Câmara Municipal de Fronteira.

Alpalhão

As nossas colheitas são aos sábados de manhã. A 23 de agosto contamos estar no centro cultural de Alpalhão (Nisa). Depois, a 30 de agosto, será a vez de rumarmos até ao centro de saúde de Montargil (Ponte de Sor).

A solidariedade sente-se nas veias! Abra: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/

JR

Guerra tarifária: A União Europeia capitulou face a Trump


Este é um acordo de vassalagem que cumpre os objetivos dos EUA: a UE apoiará o seu crescimento à custa de austeridade interna, dependerá do petróleo e das armas do outro lado do Atlântico e não tocará nos rendimentos dos gigantes tecnológicos dos EUA. A vitória de Washington é total.

Uma derrota em campo aberto. Concedida sem luta. No domingo, 27 de julho, entre algumas partidas no seu campo de golfe de Turnberry, na Escócia, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a finalização de um acordo comercial com a União Europeia. Durante todo o fim de semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha negociado nas imediações do campo de golfe escocês com um único objetivo em mente: evitar as taxas alfandegárias de 30% que Washington ameaçou impor aos produtos europeus caso não houvesse acordo até 1 de agosto.

Visto a partir desta ameaça, a UE pode julgar que se saiu bem. Assim, será imposta uma taxa alfandegária global de 15% aos produtos europeus em território norte-americano. Mas este alívio não nos deve fazer esquecer três elementos muito desfavoráveis aos europeus.

Em primeiro lugar, este imposto aduaneiro é assimétrico e é acompanhado pela ausência de impostos aduaneiros recíprocos para os produtos dos EUA que, portanto, passarão a competir com os produtos europeus nos seus mercados sem restrições.

Em segundo lugar, este imposto aduaneiro é superior ao nível de 10% aplicado desde 2 de Abril. Portanto, haverá um aumento do preço dos produtos europeus no mercado norte-americano. Isto é especialmente verdade porque o nível do ano passado era inferior a 5%. Certo, a tarifa sobre os automóveis é reduzida de 25% para 15%, mas Donald Trump deixou claro que esta tarifa não se aplicará aos produtos farmacêuticos e à metalurgia. O aço e o alumínio europeus continuarão sujeitos à atual tarifa de 50%, o que efetivamente fecha o mercado dos EUA aos produtos europeus.

Por último, o acordo inclui compromissos consideráveis da parte da UE. Desta forma, o bloco compromete-se em investir mais 600 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, três vezes o valor do excedente comercial bilateral alcançado pelos europeus em 2024. Isto é ainda mais difícil de aceitar, dado que a Zona Euro sofre de sub-investimento crónico há anos e que este é um dos problemas do crescimento relativamente fraco da região.

Mas a isto se junta um montante de 750 mil milhões de dólares em gastos em “produtos energéticos” dos EUA. Também aqui a pílula é difícil de engolir para uma União Europeia que, há não muito tempo, se afirmava pioneira na luta contra o aquecimento global. Porque os “produtos energéticos” dos Estados Unidos são sobretudo combustíveis fósseis: petróleo, gás de xisto e gás liquefeito. Estas importações irão abrandar mecanicamente o uso de energias renováveis no Velho Continente.

Por fim, Donald Trump garantiu que a UE se comprometa a comprar “vastos montantes” de armas aos EUA. E, mais uma vez, é uma má jogada. A UE, mas sobretudo os estados-membros, lançaram programas de rearmamento em grande escala em nome da “soberania europeia”. Esta seria a oportunidade para recriar e fortalecer a fileira na Europa. Mas a UE decidiu continuar a tornar o Velho Continente em grande parte dependente do fornecimento de armas dos Estados Unidos. Dito de outra forma: os planos de rearmamento, que muitos países, a começar pela França, financiarão com cortes nas despesas sociais e redistributivas, permitirão a transferência de fundos para os Estados Unidos. Para sermos ainda mais claros, podemos resumir assim: a austeridade europeia financiará o crescimento americano.

Acordo de Vassalagem

Na noite de domingo, a imprensa económica de língua inglesa celebrava o facto de um acordo ter evitado “uma guerra comercial”, mas, na realidade, a forma da UE evitar a guerra foi capitular. Ursula von der Leyen podia bem afirmar a sorrir que o acordo foi um “bom acordo” e que foi “duro” de negociar. A realidade é que cedeu à pressão dos industriais europeus que não queriam correr o risco de serem excluídos do mercado americano.

Na sexta-feira, 25 de julho, no Le Figaro, Bernard Arnault, diretor-executivo da marca de produtos de luxo LVMH, declarou preferir um “acordo visivelmente desequilibrado” a um “braço de ferro”. Na verdade, estes industriais só trabalham para si próprios: estão pouco preocupados com a concorrência americana e com o modelo social europeu; apenas se preocupam com o seu acesso aos mercados estrangeiros.

“O acordo comercial negociado pela Comissão Europeia com os Estados Unidos trará estabilidade temporária aos atores económicos ameaçados pela escalada alfandegária americana, mas é desequilibrado”, preveniu o ministro francês delegado para a Europa, Benjamin Haddad, na rede social X, alertando para o risco de os europeus “perderem o rumo se não acordarem”.


Um acordo tão assimétrico confirma que a UE de Ursula von der Leyen não tem outras ambições para além de se manter presa ao gigante americano. Este acordo constitui um desmentido retumbante de vários meses de discurso sobre a construção de uma soberania europeia e da ideia de que o bloco, enquanto primeira potência económica potencial do mundo, teria os meios para construir um poder geopolítico equivalente.

O acordo alcançado na noite de domingo é, de facto, um acordo de vassalagem. Donald Trump nunca escondeu as suas intenções e o acordo assinado há poucos dias com o Japão tinha confirmado o seu objetivo. Para a administração norte-americana, trata-se de capturar parte do valor criado nos países aliados, de garantir o acesso das empresas americanas aos mercados e recursos desses países e, finalmente, torná-las dependentes dos produtos americanos.

O acordo UE-EUA cumpre cada um dos seus objetivos: a UE apoiará o crescimento dos EUA, dependerá do petróleo e das armas do outro lado do Atlântico e não tocará nos rendimentos digitais dos gigantes tecnológicos dos EUA. A vitória de Washington é total.

Por seu lado, Bruxelas apenas pode afirmar ter limitado os danos. Certamente, haverá uma eliminação recíproca dos impostos alfandegários sobre certos produtos, como a aeronáutica, os produtos químicos ou certos produtos agrícolas. Mas a realidade continua a ser a mesma: o mercado europeu não está protegido. Enquanto Donald Trump enterra, no seu país, a crença nos benefícios da globalização, a União Europeia sacrifica o seu mercado interno e a sua soberania aos interesses dos seus exportadores. Por isso, não é de estranhar que o primeiro chefe de Governo a reagir tenha sido Friedrich Merz, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, que acolheu um acordo que “evita uma escalada inútil”.

A UE, mais do que nunca um anão político

Mas também aí, esta história, que nos próximos dias tentará esconder o desastre que este acordo representa, é dificilmente sustentável. A escalada foi liderada pelo próprio Donald Trump, que ameaçou a UE com tarifas de 25% e 30%, sem que a UE ousasse realmente responder e procurasse responder com ameaças equivalentes. E compreende-se porquê: um conflito com os Estados Unidos é, na realidade, impensável para o atual executivo europeu e para a maioria dos seus governos. E a UE continua a ser a UE: um bloco comercial focado no apoio aos seus exportadores em detrimento da procura interna.

Porque o que pode acontecer agora? Os exportadores europeus terão de reduzir os seus custos para se manterem competitivos nos Estados Unidos, enquanto o mercado europeu será dominado pelos produtos americanos. O financiamento da compra de armas pelos EUA exigirá cortes maciços nas despesas sociais, embora as despesas militares impulsionem apenas modestamente o crescimento interno.

Como resultado, as empresas europeias que dependem do seu mercado interno sofrerão, enquanto os exportadores aproveitarão para justificar economias de escala. A procura interna europeia só pode, portanto, enfraquecer. E é isso que procura Donald Trump, que segue uma lógica predatória: o seu objetivo é transferir valor da UE para os Estados Unidos. Esta lógica aplicada a uma área que já está a sofrer um crescimento anémico só pode ter efeitos negativos a médio ou longo prazo. Principalmente porque será necessário investir do outro lado do Atlântico e não na Europa.

Em suma, este acordo revela o facto de a UE não ter qualquer desejo real de aparecer como uma “potência” independente. Procura manter-se, acima de tudo, aquilo que é: uma máquina de exportação sob a proteção militar e política dos Estados Unidos. É um anão político que, para continuar a vender máquinas-ferramentas e automóveis no estrangeiro, está disposto a ignorar os seus problemas sociais tanto quanto a crise ecológica ou o exercício autoritário do poder por Donald Trump. O alívio demonstrado pelos líderes europeus na noite de domingo tinha algo de cobarde.

28 de julho 2025 – in www.esquerda.net

·         Artigo publicado originalmente no Mediapart por Romaric Godin

** Romaric Godin é jornalista no Mediapart. Especialista em economia e autor de vários livros entre os quais La guerre sociale en France: aux sources économiques de la démocratie autoritaire publicado nas éditions de la Découverte em 2019.

 

 

IMPRENSA : Trust in News - todos os 80 trabalhadores receberam avisos de despedimento colectivo


 O Sindicato dos Jornalistas considera uma “ignomínia” que a administração tenha pedido para os despedidos continuarem a trabalhar sem garantia de salário e teme que prepare uma venda “a preço de saldo” dos títulos da empresa “sem “o inconveniente e o incómodo” de existirem pessoas a quem pagar salários e garantir direito”.

Em comunicado divulgado este domingo, o Sindicato dos Jornalistas informa que o administrador de insolvência do grupo Trust in News, dono da “Visão”, “Jornal de Letras” e “Caras”, entre outros meios de comunicação social, entregou, na passada sexta-feira, um pré-aviso de despedimento aos cerca de 80 trabalhadores da empresa.

Todos os trabalhadores do grupo foram assim confrontados com este “desfecho que começou a desenhar-se há meses e cujos reais contornos devem ser apurados em todas as dimensões, desde a jornalística, à económica, financeira, política e até judicial”.

Naquilo que a direção sindical considera uma “postura incompreensível e intolerável”, a administração da TiN pediu aos trabalhadores “que continuassem a trabalhar para manter vivos os títulos, com o argumento de gerar receita, apesar de não ser dada qualquer garantia de remuneração”.

O Sindicato dos Jornalistas “teme” que “se esteja a preparar uma venda a preço de saldo” dos históricos títulos da empresa “sem “o inconveniente e o incómodo” de existirem pessoas a quem pagar salários e garantir direito”.

Aos trabalhadores que têm em atraso o salário de junho “e em breve o de julho”, assim como os subsídios de férias e os subsídios de refeição de maio e de junho, receberam um pedido para continuarem a a trabalhar sem garantia de retribuição.

O SJ considera isto uma “ignomínia” e “recorda a todos os que aceitarem continuar a trabalhar poderão estar a ajudar a salvar uma negociata cujos contornos não são claros neste momento e que, perdendo todos os direitos como trabalhadores com o despedimento agora anunciado, não têm qualquer garantia de vir a ser integrados numa empresa que eventualmente possa nascer”.

Para além disso, “podem estar a contribuir para salvar títulos que, no futuro, podem ser usados para fazer um jornalismo completamente diferente do que fizeram nestes anos, em que engrandeceram a profissão e contribuíram para uma sociedade mais esclarecida, dado o rigoroso escrutínio de que se revestiu muito do que foi feito jornalisticamente no grupo TiN, enquanto teve capacidade financeira”.

Finalmente, critica-se o ministro da presidência, Leitão Amaro, que tem a tutela da Comunicação Social, por quase dois meses depois de ter tomado posse ainda não ter respondido ao pedido de audiência solicitado pelo sindicato.

O Expresso deu conta, também este domingo, que um grupo de jornalistas da Visão entregou na sexta-feira no tribunal de Sintra um requerimento em que se solicita que, apesar do processo de liquidação da Trust in News, as publicações da empresa possam continuar a funcionar, alegando terem um projeto para as viabilizar.

Recorde-se que o Tribunal de Sintra tinha decidido não homologar o plano de recuperação que tinha sido elaborado por Luís Delgado, proprietário da empresa, e que os credores tinham aprovado no final de maio. Ao contrário destes, o tribunal terá considera, escreve o semanário, “desproporcionais os sacrifícios exigidos aos credores, isto apesar de nenhum deles ter solicitado a recusa da homologação”.

Face a isto, os onze jornalistas da Visão em causa, nos quais se inclui o diretor Rui Tavares Guedes, requerem uma nova Assembleia de Credores em que a cláusula que foi considerada ilegal seja retirada e o plano de insolvência aprovado. É nesse contexto que, caso isto não seja possível, pedem “autorização para que, até à venda do título da Visão, a revista se possa manter em funções, sob a égide do administrador de Insolvência, considerando o plano que nesta data lhe foi entregue para apreciação, com as demais condições que venham a ser aprovadas nessa assembleia de credores”.

In www.esquerda.net - 28 de julho 2025 



28.7.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XLII) - Maria Pinto

 


VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

Ó Nisa, estás pobrezinha,

Mas ninguém quer trabalhar.

Tudo quer bom ordenado,

Tudo se quer empregar.

 

Na vida da agricultura

Já ninguém quer concorrer

Daqui por mais algum tempo,

Não sei o que isto há-de ser.

 

Tudo quer luxo e vaidade,

Seja pobre ou seja rico.

Estamos na “vida moderna”,

Tudo quer par´cer bonito.

 

Usam lindas camisolas

E camisas de TV

Calcinha de terylene

Em toda a gente se vê.

 

Hoje a vida está boa;

Pobre e rico traja bem.

Hoje o luxo é a riqueza,

Ninguém ajunta vintém.

 

Saia justa é a moda,

E mal podem andar,

Com os joelhos de fora.

Nem sabem o que hão-de usar.

 

Este tempo é muito bom;

E cá na terra já é uso,

Quando vão fazer exame,

Levar relógio de pulso.

 

Nos tempos dos nossos pais,

A moda não era assim.

Camisa de pano cru,

E calcinha de cotim.

 

Minha mãe também usava

Saia comprida e rodada,

Um lencinho no pescoço

E uma “roupinha” encarnada.

 

·         Maria Pinto – 1/5/1965