1.2.25
TEXTOS DE AUTORES NISENSES - Carlos Franco Figueiredo
UMA FRESTA NO BOQUEIRÃO (I) - Autárquicas à vista: vê-se a parra. Mas a uva?
Fez muito bem este jornal, garantindo a sua inequívoca divisa de génese, como independente, em descortinar desde já as vontades postas ao serviço das forças vivas dos partidos, as quais parecem hesitantes para levar esta Nisa do séc. XXI a caminho do Desenvolvimento que tem sido letra morta e onde, curiosamente, já comungaram todas as bandeiras partidárias, incluindo rostos.
Pela nossa parte, cremos que, venha quem vier dos rostos repetentes ou passadistas a pegar no nobre pendão da Câmara, mais não se adiantará do que ficar no rol do papel prometedor, mormente essa vaga de projectos até agora inconcretizáveis no âmbito da Economia concelhia – que é o “bico d´ obra” fatalista que Nisa tem sido desde há décadas, repletas de palavrosos marasmos.
E, se Nisa tem potencialidades! Oh, se tem!
Ninguém as vê?! Agarre-se pelo menos, numa delas, e caminhe-se para a concretização plena. Agora, projectos ambiciosos, cujos “edifícios” se começam pelo telhado, como aconteceu com a “célebre” Estalagem do Tejo? Ali ficou! Ali está, altaneira e só!
Não é só pensar em “consolidar votos”, em fazer demográcia pela democracia. A verdadeira revolução, ou mesmo reformismo, é Fazer e Fazer Bem, com o verdadeiro norteamento de servir a Todos e não só a alguns, ou sonhar com quimeras de paisagem que nada têm a ver com a transformação da realidade, mas aquela que gera a riqueza e os empregos.
O que pensarão os potenciais candidatos ou quem se perfila parece que à espera certa do surgimento de “andor”, duma economia a sério para o concelho de Nisa, quanto a nós “Barca” demasiado grande para ser concentrada na velha praça do Município, dia após dia, como no tempo em que os lagartos dormiam ao sol e Lisboa era de um outro mundo?
Pareceu-nos ouvir “rufar tambores” em favor de uma estratégia. Porém, quantas estratégias não tem havido, com arrobas de palavras e demasiado egocentrismo vedetista?
Perguntamos, com a devida vénia: Já algum nosso bravo Edil conseguiu atrair o investimento a Nisa, a não ser o caso estrito dos granitos de escoamento garantido?
Onde está o Queijo de Nisa? Onde? A sul de Portalegre e fora da velha Corte das Areias?
Quem se preocupa concretamente com uma verdadeira certificação da marca que detém o nome da notável vila de Nisa, quando o próprio queijo, primeiro que tudo, deveria ser feito numa “fábrica-piloto” e na própria sede do concelho, para dar o exemplo de autêntica produção artesanal, firmemente artesanal.
E a vertente enorme de turismo do Interior, hoje apreciado como o turismo da tranquilidade? Não vamos por ora, falar disto. Na altura própria voltaremos a este tema que tem pano para mangas...
Hoje, uma Autarquia do Interior, como Nisa não pode (ou não deve) viver voltada para si própria. Já se falou em capacidade consequente em oferta de amplas facilidades a quem se propõe fundar empresas e empregos diversificados neste concelho de enorme vínculo territorial?
Já se falou num certo esforço em renovar uma sociedade rural no âmbito do tecido empresarial agrícola, ainda que cooperativista ou não? Já se falou em publicitar vivamente o território concelhio no exterior, exaltando as suas potencialidades naturais, tanto no domínio do lúdico (caça e pesca desportivas), como na produção de bens de variada índole, para quem queira trabalhar e... Desenvolver?
Esta nos parece a verdadeira essência do Neo-Autarquismo que se avizinha, com os desafios inerentes ao final do primeiro lustro de um tempo... em que não se deve perder mais Tempo.
Já chega, caras Senhoras e Senhores da nossa terra!
• Carlos Franco Figueiredo
OPINIÃO: Foi você que pediu mais um imposto?
Imagino que não. Que o caro leitor não tenha tentações masoquistas e anseie pela cobrança de mais impostos. Sobretudo porque, como se percebe no trabalho que publicamos hoje, a engorda do Estado por via fiscal transformou-se numa espécie de desporto não federado. A discussão é antiga e não reúne consensos. Um país que pague menos impostos tem maior propensão para o crescimento, para o risco, para a autossuficiência? Mas um país, como Portugal, em que a dependência face ao Estado é tão notória e crescente, pode algum dia almejar libertar-se desse jugo?
Se recuarmos uma década, verificamos que o nosso esforço contributivo era consideravelmente menor. Em 2024, ano em que o IRS até baixou, cada português pagou, em média, 6400 euros de impostos, o que dá a módica quantia de 530 euros mensais. Se descontarmos o facto de haver uma parte considerável da população que não paga IRS (porque nem rendimentos para isso tem) e outra que não tem esse encargo porque não trabalha, facilmente percebemos a dimensão do desequilíbrio entre o que pagamos e o que recebemos. E aqui podemos universalizar o descontentamento, na medida em que foi no IRC, dedicado às empresas, que se verificou o maior aumento da receita. Os empresários pagaram 10 mil milhões de euros em impostos.
O problema, porém, não está (nunca esteve) na quantidade e diversidade de taxas e taxinhas. A nossa insatisfação terá de ser direcionada noutro sentido. Porque a um enorme sacrifício contributivo não tem correspondido uma melhoria na eficácia dos serviços públicos, algo que tem atirado os portugueses para o regaço do setor privado. O Estado continua a engordar, mas temos hoje melhor saúde, educação ou justiça?
• Pedro Ivo Carvalho – Jornal de Notícias - 01 fevereiro, 2025
ÉVORA: Sessão pública “50 Anos da Reforma Agrária”
2 de Fevereiro, Domingo, Teatro Garcia Resende, Évora
Com a Participação de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP
No âmbito do programa do PCP de comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril, o PCP está a assinalar, com várias iniciativas, os 50 anos do início da Reforma Agrária, processo que marcou de forma profunda as regiões do Alentejo e Ribatejo, a economia, a vida e a cultura das suas populações.
No momento em que se assinalam os 50 anos da realização da 1ª Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul (realizada em Évora a 9 de Fevereiro de 1975) o PCP irá realizar uma importante sessão pública no próximo dia 2 de Fevereiro, Domingo, entre as 15:00h e as 18:00h, no Teatro Garcia Resende, em Évora, que contará com a presença e intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP.
Esta iniciativa política e cultural contará com intervenções temáticas proferidas por Vítor Rodrigues, Raimundo Cabral, Abílio Santos, José Soeiro e Inês Fonseca.
O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, encerrará a Sessão Pública com uma intervenção prevista para as 17:00
A vertente cultural da iniciativa contará com a participação dos Grupos Corais “Ceifeiras de Pias” (Concelho de Serpa); “Vila Morena” (Concelho de Grândola) e “Cantadores do Redondo” (Concelho do Redondo), bem como dos actores Álvaro Corte-Real, Rosário Gonzaga, Victor Zambujo e Luís Varela.
Foram ainda convidados e confirmaram a sua presença várias personalidades que tiveram especiais responsabilidades políticas, institucionais e de governo no período da Revolução.
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