A saída de mais de 70 aderentes da distrital
de Portalegre, divulgada numa carta enviada
à comunicação social, carece de confirmação.
Os estatutos do Bloco de Esquerda determinam
que as adesões e desvinculações do partido
sejam individualmente comunicadas, de modo a confirmar a vontade expressa de
cada aderente.
Após a divulgação da carta, o Bloco recebeu centralmente 14 pedidos de desvinculação.
A sede nacional verificou que nenhum dos 70 aderentes mencionados na carta tinha
pago quotas em 2024 e procurou contactar telefonicamente os mesmos. A maioria dos alegados demissionários não respondeu a este contacto ou não tinha qualquer número telefónico registado. Cinco dos aderentes incluídos na lista de demissões negaram a intenção de sair e verificou-se, ainda, que uma das pessoas que se teria agora demitido faleceu há mais de um ano. Trata-se de uma situação de enorme gravidade, sem precedentes na história do nosso partido.
Nas próximas semanas vão multiplicar-se na
imprensa anúncios semelhantes. Estas notícias são parte do processo de abandono
público do Bloco por elementos de uma corrente interna - a Convergência -, que
esteve na origem da moção E, cujos eleitos se demitiram também recentemente da
Comissão Política.
Este grupo minoritário fundou sua principal
divergência na questão ucraniana e alimentou, nos últimos anos, um ciclo de conflitos
públicos. A intenção de promover uma ofensiva comunicacional contra o Bloco
explica a escolha do calendário destas saídas, acompanhadas aliás de
declarações públicas que reproduzem falsas acusações, ao mesmo tempo que circulam
apelos à subscrição de um novo movimento fora do Bloco.
Ao longo da sua história, o Bloco já
conheceu divergências e saídas, individuais e coletivas. São decisões legítimas
e naturais em qualquer partido vivo e plural. Mas nunca uma saída coletiva
tinha recorrido à intoxicação política nem ao abuso do nome de aderentes,
incluídos em listas de demissão contra a sua vontade. Na presente conjuntura
política de ofensiva contra a esquerda e contra o Bloco, esta prática define os
seus autores.
A Comissão Política vem dar aos aderentes do
partido no distrito de Portalegre o sinal do seu empenho na construção de uma
organização distrital renovada, aberta e participada. O Bloco relançará a sua
atividade no distrito e, no imediato, será assegurada a normalidade do processo
preparatório da XIV Convenção Nacional.
A Comissão Política