3.2.25

OPINIÃO: "Não podemos esquecer Auschwitz

Esta semana (27-01-2025) recordámos os 80 anos da libertação de Auschwitz. Estima-se que só neste inferno, mais de um milhão de pessoas maioritariamente judeus foram assassinadas. A libertação deste campo de extermínio, deveu-se às tropas russas, conhecidas como o exército vermelho soviético. Hoje, esse exército com tiques nazis, invade e mata civis inocentes. Adolf Hitler, o arquiteto do projeto nazi, escreveu o que pretendia no seu manual de horrores, “Minha Luta” (Mein Kampf), numa contundente declaração de ódio às minorias em setecentas páginas, adorado pelos atuais neonazis de extrema-direita. Neste manual está bem patente o culto do líder racialista, antissemita, antimarxista com o objetivo da supremacia da raça ariana como “raça-mestra”. Com este princípio foram assassinados cerca de seis milhões judeus. Por isso o holocausto nazi perseguiu deficientes, judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová, polacos e homossexuais entre outros. Esta é, também, a orientação da extrema-direita em ascensão e que conta com o apoio de poderosos como Elon Musk. Este magnata não se coíbe de mostrar que apoia a extrema-direita americana e alemã. Recentemente apoiou o AfD por videoconferência e disse para não se envergonharem do passado nazi – para ele a saudação nazi até é um gesto normal… Portugueses nos EUA e na Alemanha, já são alvos da xenofobia da extrema-direita. Apesar de alguns dos mais ricos do mundo apoiarem Trump, nem todos têm esta postura. Por exemplo Bill Gates cofundador da Microsoft, criticou Elon Musk, que acusa de agitador populista e apelou aos governantes para criarem medidas de "salvaguardas para garantir que os super-ricos não influenciem as suas eleições". Estes sinais são muito preocupantes! Estamos numa época em que estão criadas ferramentas que permitem deturpar a informação e apoiar a extrema-direita no que mais gosta de fazer, que é enganar as pessoas com notícias e números falsos. É alarmante vermos que a extrema-direita queira enganar as pessoas, com a teoria de que o holocausto não existiu… Tudo bate certo quanto às tendências neonazis; Trump quer ocupar a Gronelândia e anexar o Canadá, deporta pessoas algemadas, acorrentadas e ataca a diferença, incluindo a homossexualidade. Não tem o bigode do Adolf, mas tem as ideias; este ídolo, amigo de Ventura e Bolsonaro defende a limpeza étnica de Gaza e não existem dúvidas do seu apoio ao criminoso Netanyahu. Já os sionistas israelitas servem-se do holocausto infligido aos judeus para justificarem as suas pretensões colonialistas e invasoras contra os palestinianos, ao contrário dos verdadeiros judeus que contestam a extrema-direita defensora do genocídio em Gaza e na Cisjordânia. Hitler que se dizia “nacional socialista”, era um hipercapitalista imperialista, apoiado por partidos conservadores e liberais. Se era socialista porque razão os neonazis são de extrema-direita? Teve de tudo menos socialismo! Hitler disse: “que sorte para os ditadores que os homens não pensem”… Para que não se repitam holocaustos e para que a verdade não fique prisioneira, não podemos esquecer Auschwitz. PS: Bertrand Russel afirmou: “Primeiro entusiasmaram os idiotas e depois amordaçaram os inteligentes”. Paulo Cardoso- Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre - 31.01.2025