O poeta
alentejano Carlos Garcia de Castro faleceu ontem no Hospital de Portalegre, aos
82 anos, na sequência de falhas respiratórias.
Natural de
Portalegre Garcia estreou-se no ramo literário em 1955 com 'Cio', a que se
seguiu, em 1963, 'Terceiro verso do tempo'.
Contactado
pela Lusa, o escritor Rui Cardoso Martins, familiar de Garcia de Castro,
recordou que o poeta tinha "um grande domínio da linguagem" e que a
sua escrita era "muito ligada" a Portalegre e ao Alto Alentejo.
"Era um
homem muito especial, muito apaixonado, com um enorme domínio da língua e que, quando
lançou os seus primeiros livros, toda a gente viu que estava ali um grande
talento. É um poeta completo", sublinhou.
Rui Cardoso
Martins relatou ainda que Carlos Garcia de Castro, que tinha assinalado no
sábado mais um aniversário, era um poeta "na linha" de "outros
grandes poetas" que nasceram ou viveram em Portalegre, tais como Cristóvão
Falcão, José Duro e José Régio.
Após uma
"paragem" de alguns anos, Carlos Garcia de Castro publicou 'Portus
Alacer', em 1987, seguindo-se 'Os lagóias e os estrangeiros' (1992) e 'Rato do
campo' (1998).
Em 2008 foi
editado na cidade brasileira de São Paulo, pela editora brasileira Ponte Velha,
uma antologia de poemas seus, inserida na colecção 'Fora de portas'.
O poeta editou
ainda, entre outras obras, 'Loja, contra-loja e armazém' e, em 2008, apresentou
na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, 'Gloria victis, Não-Poemas'.
Garcia de
Castro colaborou com as revistas Colóquio/Letras, Sol XXI, Atlântida e Ibn
Maruán, entre outras.
Em 2012 foi
distinguido com a Medalha da Cidade de Portalegre, grau ouro. No site da
autarquia não vem qualquer referência à morte do poeta, nem à medalha que
recebeu.
António Manuel Teixeira in www.hardmusica.pt