Está à vista de todos. Até
de muitos daqueles que, na altura, pelo silêncio, foram coniventes com tal
medida.
Há, neste momento, um
claro movimento municipal, no sentido de ser revertida a Lei que, a mando da
troika, o governo PSD/CDS aprovou e o presidente Cavaco ratificou, através da
qual se tentou implementar, de cima para baixo e sem a participação dos
principais interessados, um simulacro de Reforma Administrativa.
“Reforma” que visava
apenas e tão só, reduzir substancialmente o número de freguesias e de eleitos
locais, com o fim, dizia-se, de reduzir custos e – a conversa é sempre a mesma –
racionalizar e optimizar recursos, para (e aqui é mesmo para rir) “melhor
servir as populações”.
As populações ficaram
pior servidas, mais distantes do poder local, entregues a si próprias e os
custos, na maioria dos casos, subiram exponencialmente.
Uma “reforma
administrativa” que saiu furada. Como reconhecem hoje autarquias e eleitos
locais de todos os quadrantes políticos. De tal modo que não surpreende que as
moções aprovadas em
diversas Assembleias Municipais o sejam por
unanimidade, reconhecendo os eleitos que os fins não justificaram os meios e o
caminho trilhado não foi o melhor.
Um exemplo, recente, é do
município vizinho do Crato, conforme documento que se publica e aprovado em
sessão da Assembleia Municipal.
Estou em crer, por ser
oportuno e justo, que uma tal decisão poderia ser tomada em Nisa, na Câmara e
Assembleia Municipal, como venho defendendo em alguns artigos.
No fundo e conhecendo o
perfil psicológico e político de alguns dos eleitos do PS e PSD, coligados no Município, tenho sérias
dúvidas que uma tal moção, a produzir-se, fosse aprovada por unanimidade.
Dou-lhes, no entanto, o benefício da
dúvida!
Mário Mendes