O Afia-tesouras
Dando os bons dias, solarento
Chega o afia-tesoura, melodia
Notas sublimes, soltas ao vento
Ao romper de um novo dia.
Peixeiros, cauteleiros, homens do picão
Trazem à vila o que ela não tem
Chamando os fregueses pelo pregão
E pelo alarido das crianças também.
Mulher das cavacas, homem dos ovos
De porta em porta, batendo
Trazem doçuras aos mais novos
Sonhos e segredos, vendendo.
José Oliveira Mendes (1995)