O governo decidiu a atribuição de uma verba de 27 milhões de euros para obras de revitalização do concelho de Nisa, no âmbito do programa MUNPRIO – Intervenção Radical em Municípios Prioritários.
A decisão foi tomada na reunião do Conselho de Ministros realizada última sexta-feira e esta tranche de 27 milhões de euros respeita apenas à 1ª fase do programa de intervenção, que contempla diversas obras de requalificação nas áreas do ambiente, urbanismo, vias de comunicação e turismo.
No programa de intervenção para o concelho de Nisa, dado a conhecer aos órgãos de comunicação social, sobressaem, na área do ambiente, as obras de requalificação da Ribeira do Figueiró com o consequente tratamento de águas residuais da zona da Fonte da Pipa, em Nisa, a requalificação ambiental das minas de urânio de Nisa e Tolosa, a reabilitação e remodelação das ETARs (para quem não está habituado a estas siglas, trata-se de Estações de Tratamentos de Esgotos) de Nisa e de Tolosa, nesta com a implantação de um parque de campismo e uma piscina.
No que respeita ao urbanismo, a prioridade vai para a intervenção no designado Centro Histórico de Nisa, com obras de requalificação de diversos imóveis e monumentos, a implementação de um programa de iniciativas culturais e recreativas ao longo do ano e a inserção desta zona nobre da vila na rede mundial de cidades com centro históricos e bastides. A ideia é tornar a zona antiga de Nisa num verdadeiro centro de actividade comercial e de preservação das artes tradicionais do concelho.
De igual modo, está prevista uma grande intervenção na zona central da vila, apontando um dos projectos para a requalificação do Rossio de Nisa como a recuperação do antigo jardim público e a implantação de zonas verdes e arborizadas em contraponto à extensa “eira” actualmente existente.
A fatia mais “grossa” desta tranche de 27 milhões de euros vai, no entanto, para o projecto de requalificação do Complexo Turístico e Ambiental “Despenhadeiro do Tejo”. Está prevista uma intervenção radical em toda a área já intervencionada e até o aumento substancial da mesma, de modo a poderem ser ali implantadas várias estruturas desportivas e de lazer.
De acordo com os dados que nos foram fornecidos, as obras e a futura administração e gestão do complexo “Despenhadeiro do Tejo” será feita por um consórcio que integra grandes empresas alemãs, chinesas, italianas, francesas, árabes e paquistanesas.
O projecto do Complexo Turístico e Ambiental contempla a construção de 3 campos de futebol relvados, 2 campos de treino, 2 pavilhões gimnodesportivos, 1 campo de golfe, 1 carreira de tiro com fosso olímpico, 1 piscina olímpica, 2 piscinas de aprendizagem, 1 hipódromo dotado de pista para corridas de competição, uma pista de canoagem olímpica, um parque de campismo e caravanismo, 8 ginásios, 2 hotéis, 4 restaurantes, 1 centro de pesquisa e investigação arqueológica, um centro de requalificação e controle de qualidade do caudal do Tejo e ainda um centro de investigação sobre a pesca da lampreia e do lagostim de água doce.
Quando estiver em funcionamento, o “Despenhadeiro do Tejo” será o mais importante centro de lazer, de desporto e investigação fluvial do país, estando os promotores desde já a trabalhar no sentido de assegurarem algumas parcerias, que consideram fundamentais para a rentabilização do projecto, com empresas, agências de viagens, clubes desportivos e federações de todo o mundo.
Anunciado foi já a formalização de um protocolo com Federações de Futebol de países como a China, Paquistão, Israel, Arábia Saudita, Coreia do Norte, Oman, Somália, Afeganistão e Guiné Equatorial para que as suas selecções nacionais possam realizar no Despenhadeiro do Tejo, os seus estágios de preparação para as competições internacionais.
A concretizar-se este programa de Intervenção Radical em Municípios Prioritários e se não houver atrasos na aplicação das verbas, estamos em crer que a médio prazo, o concelho de Nisa irá sofrer uma notável transformação, gerando emprego, desenvolvimento e atraindo mais pessoas que possam inverter o actual ciclo de envelhecimento da população e de desertificação humana.
Foi, aliás, a pensar neste problema do abandono do interior, que o Governo tomou em mãos uma tão ousada e invulgar iniciativa de investimento que irá ser comparticipada com fundos do FMI, BEI e Fundação Luso-Americana.
Como hoje é dia 1 de Abril e a esperança nunca morre, não fiquem sentados/as à espera que o futuro aconteça.
Levantem-se, vão beber um cafezinho ou um copo do tinto alentejano e agradeçam a Deus por o Governo ainda não vos ter sugado os cêntimos que têm no bolso.
É semana de Páscoa: Aleluia!
Mário Mendes