8.7.23

NISA: Quem acode à Ponte Romana da Senhora da Graça?

 

Há 30 e mais anos fazíamos um apelo idêntico: a ponte romana da Senhora da Graça, ameaçava ruir, tal o grau de degradação e abandono que atingira. Os insistentes apelos, a denúncia pública da situação, como esta do recorte e feita no semanário "Fonte Nova" acabou por ter eco e atenção por parte dos responsáveis que tutelam o Património. A ponte foi reparada, classificada, a Câmara colocou-lhe uma placa metálica com a identificação do imóvel, mas sem mais qualquer dado identificativo (na linguagem camarária seria "identitário") nomeadamente, a época de construção e o grau de classificação. Tudo isso, não obstou que a lindíssima ponte, bastante útil e utilizada noutros tempos, voltasse ao estado de abandono e desleixo. A nova e moderna ponte, na Estrada Municipal, relegou a antiga para um plano secundário, tão secundário que hoje não se lobriga da estrada e só a "descobre" quem sabe que "ela" está ali, bela e imponente como outrora, à disposição de ser utilizada e apreciada pelo caminhante. O caminho vicinal de acesso da margem esquerda e a partir da EM precisa de urgente limpeza e marcação. Mas é a ponte que preocupa, infestada de ervas, silvas e arbustos que ao penetrarem nas frissuras do imóvel, provocam a infiltração das águas pluviais e vão"cavando",  cada vez mais fundo, a insustentabilidade da estrutura.
É urgente que a Câmara proceda às obras de recuperação e consolidação da ponte e que a União de Freguesias faça o mesmo em relação ao caminho vicinal, possibilitando a vista e fruição de um monumento de grande beleza, dos mais emblemáticos do concelho. Vamos lá. Se há dinheiro para prendas e para almoçaradas e tantas coisas inúteis, que se apliquem as verbas municipais na defesa e preservação do legado patrimonial que nos foi deixado pelos nossos antepassados. As entidades públicas têm  essa obrigação.
* Mário Mendes