4.8.22

NISA: As Festas de Agosto, as pessoas e a liberdade de circulação

Estamos a alguns dias do início das Festas de Verão em Nisa. A preparação da zona dos festejos no Rossio começou em meados de Julho com todos os constrangimentos (palavra muito em voga para iludir a falta de respostas a nível da saúde, transportes, caos nos aeroportos, aumentos brutais de bens alimentares e outros) que tem provocado.
 A Festa de Nisa não está em causa, mas os transtornos que provoca e que podiam ser evitados, são um problema que terá de ser discutido queira ou não a madame de Amieira. Limitar a circulação de pessoas e veículos, impedir por longo tempo o estacionamento de viaturas num local criado para o efeito ou  criar ainda mais dificuldades de circulação, nomeadamente de veículos pesados no atravessamento da vila, para além das noites de desassossego a que os moradores na Praça da República e zonas limítrofes são obrigados a suportar, são situações que devem merecer, com urgência, o debate que leve a uma alteração do "modelo" festivo existente e a criação de alternativas. Que existem, como existiram num passado recente. A autarquia mudou o local das feiras para a Devesa, uma mudança bastante positiva, mesmo sem a presença nestes eventos dos "municipais" de Alpalhão e Tolosa. Mas as feiras decorrem 4 vezes no ano, de dia e durante algumas horas. As Festas, não. Obrigam, com grande antecedência, à montagem de infraestruturas e por esse motivo, à limitação dos espaços de fruição das pessoas, à retirada de grandes zonas de estacionamento e à imposição de diversas regras e limitações que chocam com a liberdade dos cidadãos. Não é aceitável que, para haver festas durante quatro dias, moradores e visitantes sofram os seus efeitos durante quase um mês. A autarquia tem espaço livre, extenso, plano e sem obstáculos junto ao campo de jogos do Nisa e Benfica onde pode realizar as festas, sem constrangimentos para quem quer que seja. Mantê-las no centro da vila com todos os condicionalismos e prejuízos para a população é que não me parece correcto. Tenham a coragem de voltar ao "modelo antigo", pelo menos no que toca à implantação das infraestruturas da Festa, deixando livre o espaço público que, por ser público, deve ser usufruído por todos os cidadãos, em condições de segurança e sem impedimentos de nenhuma ordem.
Em nome do bom senso e do respeito pelos munícipes é urgente que sejam tomadas medidas e  dadas respostas que satisfaçam os anseios da comunidade.
Mário Mendes