Ó Santo Isidro de outra era,
Usavas polainas e calções;
Com o arado lavravas a terra,
Com a grade desfazias os torrões.
Foste um santo de outrora
E homem de carne e osso;
Quando o trigo deitava a “chora”
Tu tornava-lo mais grosso...
Por isso em Nisa és louvado,
Como és em toda a Espanha;
E o lavrador sente-se orgulhado,
Quando olha para a sua companha...
É por isso que te fazem uma festa,
Em Nisa, ó bom lavrador:
Vê se dás uma seara superior a esta
Para seres venerado com mais ardor.
E que Deus dê saúde aos lavradores,
Que este ano te festejaram,
E os que vêm para o ano te dêem mais valores
Para os espanhóis em festa não nos ganharem.
António Curado Mateus – Cartucho