As
eurodeputadas portuguesas Ana Gomes e Marisa Matias questionaram hoje a
Comissão Europeia sobre o que está a ser feito para assegurar "o
funcionamento seguro" da central nuclear espanhola de Almaraz, perto da
fronteira com Portugal.
Ana
Gomes e Marisa Matias querem saber "o que está a Comissão [Europeia] a
fazer, em articulação com a Euratom [European Atomic Energy Community], no
sentido de assegurar o funcionamento seguro da central nuclear de Almaraz,
nomeadamente garantindo que os padrões estabelecidos pela diretiva
2009/71/Euratom são respeitados".
As
eurodeputadas portuguesas querem também saber se a Comissão Europeia "está
a assegurar-se" de que o Governo espanhol "está a partilhar toda a
informação e análise da situação com o Governo português e com a própria
Comissão".
No
documento a que a agência Lusa teve acesso, perguntam ainda em que consiste o
plano de ação da Comissão Europeia e adiantam que caso se chegue à conclusão de
que "esses padrões não estão a ser respeitados" se a Comissão
"prevê pressionar o Governo espanhol no sentido de encerrar a
central".
As
eurodeputadas alertam ainda a Comissão Europeia para o facto de a Greenpeace já
ter descrito a situação da central nuclear de Almaraz como "caso
extremo" no âmbito de um estudo europeu sobre a aplicação dos mínimos de
segurança estabelecidos após o acidente nuclear de Fukushima, no Japão.
Na
quarta-feira, o eurodeputado Carlos Zorrinho questionou também a Comissão
Europeia sobre o seu papel quanto à supervisão das decisões das autoridades dos
Estados-Membros em matéria de segurança nuclear e recordou as falhas
verificadas na central espanhola de Almaraz.
A
funcionar desde o início da década de 1980, a central está situada junto ao Rio Tejo,
e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre,
sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo
depois de o rio entrar em Portugal.
Diario
Digital Castelo Branco/Lusa | 2016-03-10