CONVERSAS DE JARDIM
Cheia de prosápia, num certo jardim
Julgava-se importante, a rosa
Por ter perfume, estava vaidosa
Numa vaidade mesquinha, sem ter fim
Pensava a modesta açucena
- Todas somos filhas da natureza
Todas possuímos alguma beleza
Num tom de desacordo, a condena!
O cravo não tem o perfume dela
É puro. Enfeita muita janela
Altaneiro. Nunca mostra vaidade
Aprumado, como um rapaz novo
É o orgulho deste velho povo
Seu perfume cheira a liberdade
José Hilário