Gabriela Tsukamoto “meteu a pata na poça” ao comentar numa rádio regional, uma decisão tomada em sessão da Câmara, a que a própria – por sua exclusiva vontade – faltou.
Podia ter aguardado pela próxima sessão do executivo a que preside e, no local próprio, esclarecer a sua posição sobre o assunto.
Mas não, preferiu, antes, dar pública divulgação ao mal-estar que tal decisão, tomada por unanimidade, lhe causou.
Precipitou-se e, pela ressonância que tais declarações tiveram, sentiu-se na obrigação de fazer marcha atrás e tentar emendar a mão, para não ficar ainda mais isolada e dissociada de um evento do qual julga ser criadora e "proprietária".
Em fim de mandato e de ciclo político, Gabriela Tsukamoto ainda não percebeu que há mais vida para além do aparatchik que a rodeia e da pedra com que forrou o chão do concelho.
A Nota de Imprensa de “esclarecimento” da Presidente da Câmara, nada esclarece nem põe em causa o que disse Gabriela Tsukamoto, de forma voluntária, à Rádio Portalegre.
E o que disse, mais coisa menos jogo de semântica, foi isto: Nisartes em 2012 não lhe dava grande jeito, mas devia apontar-se “baterias” para a sua realização em 2013 (que é ano de eleições autárquicas, sublinhado nosso).
Nisartes em 2012 não, porque não há dinheiro suficiente para um evento que deve ter “qualidade”, deve ser espampanante e devidamente propagandeado. Sem isso, não vale a pena e vai avisando que, a fazer-se a Nisartes em 2012, a mesma corre o risco de ser um fiasco.
Gabriela Tsukamoto, enquanto presidente da Câmara de Nisa devia saber que não haverá dinheiro disponível e sem controlo político, como aquele de que dispôs para as edições da Nisartes de 2007 e, sobretudo, de 2009, curiosamente, (ou talvez não) ano de eleições para os órgãos do poder local.
Uma parte considerável do dinheiro gasto (a presidente dirá, investimento) nessas iniciativas ainda está por pagar.
Seria bom que, com a mesma ligeireza com que falou aos microfones da Rádio Portalegre, a edil nisense tivesse a nobreza de explicar aos munícipes, em forma de comunicado ou Nota de Imprensa, assinada por todos os vereadores, quais os custos, os suportes económicos e as dívidas, descriminadas, desses eventos, que ainda estão por saldar.
Quanto ao resto, este bizarro episódio só serviu para mostrar que a campanha eleitoral para as autarquias locais está já na rua, com grande antecedência.
Que tristeza!...
Mário Mendes