21.4.23

Festival Política regressa a Lisboa

No Cinema S.Jorge de 21 a 23 de Abril
O Festival Política regressa a Lisboa e assume a Pós-Democracia como tema principal deste ano.
O manifesto de A Garota Não, a conversa no feminino convocada por Selma Uamusse e o humor de Fernando Alvim com a cerimónia de prémios Monstros do Ano preenchem três dias de atividades de entrada gratuita, onde também não vão faltar o rap de intervenção da MC G Fema, mais de 20 filmes, debates, oficinas para crianças e o habitual e sempre muito aguardado Cara-a-cara com os/as deputados/as.
Abril é mês de Festival Política em Lisboa. De 21 a 23 de abril, o Cinema São Jorge repleta-se de cinema, performances, música, humor, exposições, debates e atividades para crianças centradas na defesa do sistema democrático e na promoção da cidadania, intervenção cívica e direitos humanos.
Sob o tema da Pós-Democracia, o Festival Política vai ser “palco e voz do resgate da ideia de que os valores democráticos são inegociáveis, tendo na mira os casos crescentes de abraço ao autoritarismo e que levam os cidadãos a votar na sua própria negação”, como explicam os diretores artísticos Bárbara Rosa e Rui Oliveira Marques. Um ano antes das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, chegou o momento de debater os perigos que a democracia enfrenta.
Na edição de 2023 do Política, A Garota Não, cujo álbum “2 de Abril” foi considerado pela crítica como um dos melhores do ano passado, protagoniza uma conversa cantada. “Seleção Portuguesa: 10 milhões de convocados” é um manifesto da artista e ativista de Setúbal, preparado propositadamente para a ocasião, onde se fala de mudanças em que acredita e sobre alguns dos assuntos que a inquietam. Outra música com um grande papel interventivo, Selma Uamusse reúne um plantel de mulheres para dialogar acerca do seu contributo na construção de uma sociedade mais generosa, a partir de lugares de fala distintos. Da mesa redonda para o palco, seguimos ao encontro da doce e feroz MC de Chelas, G Fema, a rimar em Crioulo Badiu, e a afirmar-se enquanto mulher no rap em Portugal. Com humor, os prémios Monstros do Ano, de Fernando Alvim, ocupam o Festival numa “Edição quase quase política” para homenagear os portugueses que têm uma palavra a dizer sobre o país e o mundo.
No cinema, que se mantém um dos braços essenciais da programação, são 21 os filmes que vão desfilar pelas três salas do São Jorge. Do grupo, destacam-se o documentário de realização coletiva, “Novíssimas cartas portuguesas”, onde um grupo de mulheres questiona em que ponto se encontra a luta feminista, no 50.º aniversário do livro “Novas Cartas Portuguesas”; “Absconded. Young Russians On The Run” acompanha as duas primeiras semanas desde o ataque da Rússia à Ucrânia; ou “Alcarràs”, Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2022, da realizadora catalã Carla Simón, sobre a uma família de agricultores, numa pequena aldeia na Catalunha, que luta por novas formas de sustento depois do proprietário dos terrenos decidir arrancar todas as árvores para instalar painéis solares. Antes desta longa-metragem, exibida em parceria com o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa, é feita a evocação do vencedor do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2023: o corajoso povo da Ucrânia. A não perder ainda as sessões de curtas-metragens “Mulheres Que Lutam”, com histórias no feminino, oriundas dos EUA, Brasil e Alemanha, e “Portugal ao espelho”, com cinco propostas nacionais.