A
RAINHA DA ALDEIA
Era
tanta a sua graça
Quando
na rua passava
Com
um ar de desafio
O seu
corpo era um rio
De
beleza, que flutuava
Quando
vinha da fonte
Com o
seu pote pedrado
Este
dançava com ela
Eram
mar e caravela
Arco-iris
avistado
No
Verão pela tardinha
Com
bilros fazia renda
Seus
dedos tinham magia
Alheia
a tudo, ninguém via
Dava
o sorriso por prenda
Em
poses de fatal sereia
O seu
olhar enfeitiçava
Os
rapazes durante o baile
Ou
quando ajeitava o xaile
Pra
uma dança bem ritmada
Todos
dela se enamoravam
Só de
vê-la. Sem dizer nada
Em
loucos sonhos e fantasias
Ou em
breves melancolias
Com a
alma despedaçada
Era a
rainha da aldeia
Só
ela sabia assim trajar
Ondulava
como searas
Com
curvas tão delineadas
Era a
nossa estrêla Polar
José Hilário