7.3.17

NISA - POSTAIS DO CONCELHO: Ser Mulher... (2)

A RAINHA DA ALDEIA
Era tanta a sua graça
Quando na rua passava
Com um ar de desafio
O seu corpo era um rio
De beleza, que flutuava

Quando vinha da fonte
Com o seu pote pedrado
Este dançava com ela
Eram mar e caravela 
Arco-iris avistado

No Verão pela tardinha
Com bilros fazia renda
Seus dedos tinham magia
Alheia a tudo, ninguém via
Dava o sorriso por prenda

Em poses de fatal sereia
O seu olhar enfeitiçava
Os rapazes durante o baile
Ou quando ajeitava o xaile
Pra uma dança bem ritmada

Todos dela se enamoravam
Só de vê-la. Sem dizer nada
Em loucos sonhos e fantasias
Ou em breves melancolias
Com a alma despedaçada

Era a rainha da aldeia
Só ela sabia assim trajar
Ondulava como searas
Com curvas tão delineadas
Era a nossa estrêla Polar
José Hilário