27.3.17

NISA: A Biblioteca Municipal e o horário de funcionamento

Proposta apresentada na Assembleia Municipal de Nisa em 29 de Abril de 1996
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE NISA – PROPOSTA
A Casa da Cultura/Biblioteca Municipal tem, ao longo da sua curta existência, dado mostras de uma riquíssima vitalidade, expressa num valioso conjunto de iniciativas que, correntemente, são a ”pedrada no charco” de uma terra e concelho onde nada acontece, no campo cultural.
O importante espólio bíblio-vídeo-discográfico, são hoje uma referência da região, frequentada por crianças, jovens e adultos, que ali se deslocam na ânsia de mais saber e conhecimento.
Esta “bandeira”, este brasão cultural, reconhecido por todos, pode e deve ampliar o seu campo de acção, na dimensão exacta da população que serve e que avidamente a solicita.
Para tanto, os horários de funcionamento devem ser alargados (e não como tem sido feito, restringidos) possibilitando a sua utilização por trabalhadores, jovens, fora do período das aulas, investigadores.
Num concelho, onde a ocupação de crianças e jovens – ocupação salutar, saliente-se – está por fazer e onde os “desvios sociais” com as consequências que todos começamos a conhecer, causam sérias perturbações, é por demais evidente a necessidade de prolongar a abertura, a sábados e domingos, dos espaços de lazer, da cultura, do entretenimento e do saber, ingredientes indispensáveis “à formação do homem integral” como o define Bento de Jesus Caraça.
Remodele-se o funcionamento da Biblioteca, crie-se um novo quadro de funcionários, aumentando o número dos existentes, mais competentes e especializados ainda, se possível; eleve-se o nível e alargue-se substancialmente o horário de funcionamento deste “refúgio” de cultura contra o ócio e o vício, a droga e a delinquência.
Há custos que são ganhos e não poderemos contabilizá-los numa geração...
O Proponente – Mário Mendes
ABERTURA AOS SÁBADOS DURANTE TODO O DIA
A Casa da Cultura nome por que, durante anos, se conheceu a Biblioteca Municipal, foi objecto de diversas propostas e sugestões, algumas por mim apresentadas, visando a melhoria dos serviços prestados e acima de tudo, a adequação dos horários de funcionamento à procura por parte dos utilizadores, como foi, por exemplo, o conteúdo da proposta acima transcrita, em Abril de 1996.
Convém lembrar que nos seus primeiros anos de existência, a Biblioteca Municipal constituiu – como continua a constituir- um serviço de excelência com muita procura, num tempo em que as internetes, os facebooks e outras plataformas digitais eram quase uma “miragem”.
Sempre defendi a Biblioteca Municipal, a par das piscinas municipais, como estruturas de conhecimento e lazer que mudaram o paradigma cultural de um concelho em que nada havia. Isto, apesar de considerar, passado todo este tempo, que há modificações, urgentes, a operar, no funcionamento da “outrora” Casa da Cultura.
Uma delas, diz respeito à segurança das pessoas (frequentadores, utentes, utilizadores, leitores, como lhes queiram chamar). As estruturas metálicas de suporte (vigas e cantoneiras de duplo U ou H) têm superfícies quinadas, perigosas, que deviam ser resguardadas, envolvendo-as por uma camada esponjosa ou de outro material que possa amortecer o impacto de qualquer contacto por parte das pessoas que frequentam a antiga Escola.
A solução nem sequer tem custos por aí além; custos agravados seriam, por exemplo, haver um acidente, alguém se magoar e o Município ter que arcar com as responsabilidades.
A segunda modificação, não menos urgente, diz respeito ao espaço onde funcionam as Tecnologias Comunicação e Informação (computadores). Não faz sentido – nunca fez, aliás- que funcione num primeiro andar, sem possibilitar o acesso a pessoas deficientes e incapacitadas, conforme a lei prevê. Urge resolver esta situação.
O terceiro reparo (tal como o da Proposta de 1996) diz respeito ao horário. Não se percebe como é que a Biblioteca funciona nos sábados da parte da tarde e está fechada da parte da manhã. O normal será dizerem-me, como noutros tempos, que “não se justifica”. Claro, se estiver fechada, quem lá vai “bate com o nariz na porta”. Se estiver aberta, a princípio irão poucas pessoas (até por desconhecerem a eventual alteração), mas depois terá a sua frequência natural. É como tudo na vida. É certo que não deve ser muito agradável trabalhar nos fins-de-semana, mas é, apenas, uma questão de se concertarem horários e períodos de folgas. A sugestão aqui fica, colocada à consideração de quem manda.  
Mário Mendes