Proposta apresentada na
Assembleia Municipal de Nisa em 29 de Abril de 1996
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE NISA –
PROPOSTA
A Casa da Cultura/Biblioteca
Municipal tem, ao longo da sua curta existência, dado mostras de uma riquíssima
vitalidade, expressa num valioso conjunto de iniciativas que, correntemente,
são a ”pedrada no charco” de uma terra e concelho onde nada acontece, no campo
cultural.
O importante espólio
bíblio-vídeo-discográfico, são hoje uma referência da região, frequentada por
crianças, jovens e adultos, que ali se deslocam na ânsia de mais saber e
conhecimento.
Esta “bandeira”, este brasão
cultural, reconhecido por todos, pode e deve ampliar o seu campo de acção, na
dimensão exacta da população que serve e que avidamente a solicita.
Para tanto, os horários de funcionamento
devem ser alargados (e não como tem sido feito, restringidos) possibilitando a
sua utilização por trabalhadores, jovens, fora do período das aulas,
investigadores.
Num concelho, onde a ocupação de
crianças e jovens – ocupação salutar, saliente-se – está por fazer e onde os
“desvios sociais” com as consequências que todos começamos a conhecer, causam
sérias perturbações, é por demais evidente a necessidade de prolongar a
abertura, a sábados e domingos, dos espaços de lazer, da cultura, do
entretenimento e do saber, ingredientes indispensáveis “à formação do homem
integral” como o define Bento de Jesus Caraça.
Remodele-se o funcionamento da
Biblioteca, crie-se um novo quadro de funcionários, aumentando o número dos
existentes, mais competentes e especializados ainda, se possível; eleve-se o
nível e alargue-se substancialmente o horário de funcionamento deste “refúgio”
de cultura contra o ócio e o vício, a droga e a delinquência.
Há custos que são ganhos e não
poderemos contabilizá-los numa geração...
O Proponente – Mário Mendes
ABERTURA AOS SÁBADOS DURANTE TODO O DIA
A Casa da Cultura nome por que,
durante anos, se conheceu a Biblioteca Municipal, foi objecto de diversas
propostas e sugestões, algumas por mim apresentadas, visando a melhoria dos serviços prestados
e acima de tudo, a adequação dos horários de funcionamento à procura por parte
dos utilizadores, como foi, por exemplo, o conteúdo da proposta acima transcrita, em Abril de 1996.
Convém lembrar que nos seus
primeiros anos de existência, a Biblioteca Municipal constituiu – como continua
a constituir- um serviço de excelência com muita procura, num tempo em que as
internetes, os facebooks e outras plataformas digitais eram quase uma
“miragem”.
Sempre defendi a Biblioteca
Municipal, a par das piscinas municipais, como estruturas de conhecimento e
lazer que mudaram o paradigma cultural de um concelho em que nada havia. Isto,
apesar de considerar, passado todo este tempo, que há modificações, urgentes, a
operar, no funcionamento da “outrora” Casa da Cultura.
Uma delas, diz respeito à
segurança das pessoas (frequentadores, utentes, utilizadores, leitores, como
lhes queiram chamar). As estruturas metálicas de suporte (vigas e cantoneiras
de duplo U ou H) têm superfícies quinadas, perigosas, que deviam ser
resguardadas, envolvendo-as por uma camada esponjosa ou de outro material que
possa amortecer o impacto de qualquer contacto por parte das pessoas que
frequentam a antiga Escola.
A solução nem sequer tem custos
por aí além; custos agravados seriam, por exemplo, haver um acidente, alguém se magoar e o
Município ter que arcar com as responsabilidades.
A segunda modificação, não menos
urgente, diz respeito ao espaço onde funcionam as Tecnologias Comunicação e
Informação (computadores). Não faz sentido – nunca fez, aliás- que funcione num
primeiro andar, sem possibilitar o acesso a pessoas deficientes e
incapacitadas, conforme a lei prevê. Urge resolver esta situação.
O terceiro reparo (tal como o da
Proposta de 1996) diz respeito ao horário. Não se percebe como é que a
Biblioteca funciona nos sábados da parte da tarde e está fechada da parte da
manhã. O normal será dizerem-me, como noutros tempos, que “não se justifica”.
Claro, se estiver fechada, quem lá vai “bate com o nariz na porta”. Se estiver
aberta, a princípio irão poucas pessoas (até por desconhecerem a eventual
alteração), mas depois terá a sua frequência natural. É como tudo na vida. É
certo que não deve ser muito agradável trabalhar nos fins-de-semana, mas é,
apenas, uma questão de se concertarem horários e períodos de folgas. A sugestão
aqui fica, colocada à consideração de quem manda.
Mário Mendes