Instrumentos
de Trabalho
Poema: Maria
Teresa Horta
Como soa uma
navalha
Instrumentos
de trabalho
Em dedos que
nunca falham
Ou mortes de
mãos primeiro
Cresce o
tempo no trabalho
De um
martelo de ferreiro
Primeiro os
mortos são peso
(Ferro no
sangue não fere)
Instrumentos
de trabalho
De um calor
que não requer
Nem será
nunca instrumento
A mão
recobra o metal
De material
nos dedos
Dado o
trabalho transpira
A fome de um
operário
Instrumento
de acidente
Na justiça
de um salário
Semi-desliza
o arado
Que o
camponês não acusa
Ou comemora
a semente
Com as mãos
sem armadura [bis]
Movimento de
calor
Nos músculos
que se recusam
Sol a sol de
instrumentos
Ou mortes de
qualquer cura
Como soa uma
navalha
Instrumentos
de trabalho
Em dedos que
nunca falham
Dado o
trabalho transpira
A fome de um
operário
Instrumento
de acidente
Na justiça
de um salário
Semi-desliza
o arado
Que o
camponês não acusa
Ou comemora
a semente
Com as mãos
sem armadura [bis]