31.5.12

NISA: Estudantes de Medicina promoveram saúde e prevenção das doenças





Durante três dias, 12 alunos da Faculdade de Medicina de Lisboa promoveram no concelho de Nisa acções de informação e consciencialização da população para os problemas de saúde, no âmbito do projecto "Rastreio à Periferia", iniciativa da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa (AEFML).
O projecto contemplou um conjunto de actividades promotoras da saúde visando informar e consciencializar a população e capacitar os indivíduos para o controlo dos determinantes da sua própria saúde.
João Valente e Filipa Costa, alunos do 4º e 5º anos de medicina, respectivamente, e membros da direcção da Associação de Estudantes, traçaram, numa curta exposição, os objectivos das acções de sensibilização efectuadas nos dias 25,26 e 27 de Maio no concelho de Nisa.
"Este é um projecto elaborado pela nossa Associação de Estudantes, através do qual nos disponibilizámos para colaborar com diversas autarquias do país, principalmente do interior e que nos levou já a percorrer concelhos como Vila de Rei, Redondo, Crato e Vendas Novas.
Pretendemos, com estas actividades e simultaneamente, fomentar o trabalho de equipa e sensibilizar os futuros médicos para um investimento sério na prevenção primária.
No concelho de Nisa, propusemo-nos desenvolver uma campanha para a educação da saúde nas escolas, rastreios de sensibilização para os factores de risco cardiovascular e promoção de hábitos de vida saudáveis. "
João e Filipa, futuros médicos, não conheciam o concelho de Nisa, mas não precisaram de muito tempo para concluírem que, na área da saúde pública, os concelhos do interior têm problemas comuns, desde as populações envelhecidas, a carência de recursos a nível da prestação dos cuidados de saúde, os factores de risco associados à velhice e ao isolamento, a falta de locais de socialização.
Na tarde de sexta-feira, os alunos de Medicina promoveram acções de formação sobre alcoolismo, direccionadas para alunos do ensino secundário do Agrupamento de Escolas de Nisa.
Este é um problema juvenil que não passou despercebido ao "olho clínico" de João Valente.
"Fiquei sensibilizado com o facto de Nisa, uma vila do interior, ter uma grande actividade nocturna, o que em si não seria negativo, se não houvesse por parte dos jovens, muitos deles, ainda adolescentes, um grande consumo de álcool. É um problema sério, de saúde e que pode ter graves repercussões na vida escolar, familiar e profissional desses jovens.
Por isso, é fundamental que tenham acompanhamento adequado a nível da saúde pública e da própria escola."
No sábado, decorreram rastreio de factores de risco cardiovascular em Arez, Monte Claro, Pé da Serra, Arez, Salavessa e Velada, e no domingo, dia 27, idênticas acções tiveram lugar em Nisa e Tolosa.
Filipa Costa, em jeito de balanço, referiu-nos que foi "muito gratificante esta experiência, pois permitiu-nos tomar contacto com a realidade do interior do país, onde há diversas carências, no domínio da saúde. Gostamos muito da área de saúde pública e para nós foi um grande prazer sentir que, mesmo por breves minutos, fizemos a diferença na vida de alguém. Saímos mais enriquecidos com esta experiência e mais confiantes, também, para encararmos o futuro."
Em suma, tratou-se de uma boa iniciativa, em favor das populações, ainda que escassa e limitada, no tempo e no modo.
Um último reparo: a acção de rastreio realizada no domingo de manhã, em Nisa, careceu de divulgação adequada. Convém, no futuro, que iniciativas idênticas, sejam devidamente planeadas e acompanhadas, disponibilizando-se toda a informação às populações, para que as pessoas não andem de "Pôncio para Pilatos" à procura do local onde as mesmas se realizam.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 30/5/2012