28.4.10

NISA: Retratos Pequenos e Breves do Património Cultural e Natural (16)

Continuação da divulgação do original
“Retratos Pequenos e Breves do Património Cultural e Natural do Concelho de Nisa” – 16/17
José Dinis Murta, in Nisa Viva – Revista de Cultura e Desenvolvimento Local, n.º 17, Dezembro 2009, págs. 3/14.
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Deixamos mais algumas perguntas e sugestões para quem de direito:
Será muito difícil evitar que os fios/cabos eléctricos prejudiquem a imagem visual e degradem o brasão do bispo de Portalegre, D. Manuel Tavares Coutinho e Silva, sito na frontaria do edifício n.º 13 (foi paço, palácio episcopal), na Rua do Mourato, ao Palácio (Nisa)? Foi este bispo que, em visita, achando a capela de S. João Baptista de Monte do Claro já era muito pequena … e arruinada a mandou ampliar através de alvará passado nesta sua residência de Nisa em 5 de Maio de 1795 (Figura 12).
Figura 12 - Brasão do Bispo de Portalegre D. Manuel Tavares Coutinho e Silva (1788)
Na frontaria do edifício que foi palácio episcopal - Rua do Mourato, n.º 13 (ao Palácio), Nisa
Para que servem as escadas que contornam a Torre das Portas de Montalvão em Nisa? Por um lado conservam-se e preservam-se as ruínas de antigas habitações (algumas servem de lixeira), que se adossaram às muralhas e por outro introduz-se a vulgaridade da moda da modernice de umas desnecessárias e deselegantes escadas que distorcem a leitura arquitectónica, histórico-militar e estética deste monumento nacional.
A Praça do Município não é aviltada na sua beleza pelo desordenado estacionamento? E o pelourinho (Imóvel de Interesse Público) não merece ser dignificado com o corte dos cedros que com ele concorrem em altura? (Figura 13)
Onde estão as floreiras que embelezavam o Jardim Municipal de Nisa? Quem disse que não eram património cultural?
Por que foi trasladada a Fonte do Rossio e não se deu uma resposta ao abaixo-assinado que pedia a não deslocação?
Sabemos que as lápides que estiveram na Porta da Vila já estão no Museu do Bordado e do Barro (núcleo do bordado), à chuva e ao sol, às baixas e altas temperaturas, sem qualquer tipo de informação. Se estão ao relento porque não a sua recolocação na Porta da Vila?
Por que não há um plano/programa de acções de carácter patrimonial (anual, quadrienal/mandato autárquico) – limpeza de monumentos, pinturas/caiações, desinfestação, sinalização, informação … nas quais, por exemplo, os jovens participariam?
Por que é que não se realizam debates, conferências sobre o património e a cultura? (a Associação Nisa Viva tem promovido alguns).
Hoje fala-se muito no orçamento participativo. A autarquia nisense já pensou na participação dos munícipes (foram eleitores e não perderam a cidadania nas urnas) na elaboração do orçamento, mormente no que concerne ao património cultural e natural?
As comissões municipais têm-se multiplicado porém não há nenhuma de Cultura, Património … Porquê?


Figura 13 - Pelourinho de Nisa – Imóvel de Interesse Público
Já se pensou numa Carta Municipal ou num Livro Branco sobre Património e Cultura?
O que é que nós, cada um de nós, pode fazer pelo nosso Património?
Para que servem os painéis de suporte pintado de amarelo erguidos junto de alguns monumentos?
Por que não tem o Jornal de Nisa, propriedade da Associação para o Desenvolvimento de Nisa (ADN), que é presidida pela presidente da Câmara (ou é pela Câmara representada pela presidente do executivo?), uma secção sobre Património? As recentes intervenções no castelo de Montalvão (Agosto/Setembro), da responsabilidade do Município, foram esquecidas pelo jornal. Porquê?
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, o Dia Nacional dos Centros Históricos e o Dia Nacional dos Castelos são olvidados, não constam do calendário municipal. Porquê?
No Cine-Teatro, antes da projecção de cada um dos filmes, não seria interessante publicitar algo sobre o património - fotos, pequenos filmes, música, recomendações, ditos populares, novidades, informações ...
Como se tem reagido à campanha que se implementou a nível nacional para acabar com as marquises e caixas de ar condicionado exteriores?
A afixação de cartazes, painéis de propaganda/publicidade política não deveria respeitar o património?
A Nisa-Agenda (periodicidade mensal, edição da Câmara Municipal de Nisa) raramente agenda actividades associadas ao património cultural, em flagrante contraste com as desportivas. Porquê? Não há?
A ocupação dos jovens nas férias de Verão em actividades promovidas pelo município não poderia contemplar as de carácter patrimonial?
Quais os projectos desenvolvidos pela autarquia para aproximar as escolas do património cultural?
Houve recentemente escavações arqueológicas no Conhal (Arneiro). Noticiou-se a priori para que as escolas, e não só, pudessem tomar contacto in situ com esta realidade?
(continua em 17/17) - José Dinis Murta