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4.11.21

AMBIENTE: PEV exige medidas de combate à proliferação de algas tóxicas no Tejo

 
Perante a presença de algas tóxicas e de espécies aquáticas invasoras no Tejo Internacional, Os Verdes já questionaram o Governo sobre que medidas estão a ser adoptadas para evitar a sua proliferação. 
No passado dia 7 de Outubro foi detectado um crescimento rápido de algas na albufeira da barragem de Cedillo, no Rio Tejo, entre a fronteira de Portugal e Espanha, «por concentração elevada de nutrientes na albufeira, nomeadamente fósforo, condições de temperatura e luminosidade elevadas, que agora se observam, bem como à menor dinâmica de caudais, afluentes e lançados, que desde o mês de Agosto se têm verificado», lê-se na missiva endereçada pelo PEV ao Governo.
Os Verdes alertam que a eclosão e evolução de um bloom algal (intensidade e frequência de florescências fitoplanctónicas), na barragem de Cedilho, diminui consideravelmente a qualidade da água, com impactos directos na biodiversidade e ecossistemas, podendo inclusive afectar a própria saúde pública.
No espaço de uma semana estas algas tóxicas (cianobactérias) provenientes das barragens de Cedillo e de Alcântara alastraram à Albufeira do Fratel, Vila Velha de Rodão, contaminando e pintando de verde o Rio Tejo a montante desta barragem.
Paralelamente, conforme tem sido frequente nos últimos anos, as águas do Tejo Internacional e seus afluentes voltaram a ser cobertas por uma mancha de plantas aquáticas exóticas invasoras, designadamente a azola (azolla filiculoide) por dezenas de quilómetros.
O PEV afirma que, não sendo aparentemente tóxicas, a proliferação destas espécies invasoras tem «impactos consideráveis na qualidade das águas e na biodiversidade», tendo «por diversas vezes» questionado o Ministério do Ambiente a este respeito.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) afirma que tem sido mantido o contacto com a «Confederació Hidrogràfica del Tajo, no sentido de serem tomadas medidas conjuntas para diminuir a ocorrência deste tipo de situações, através da articulação ao nível dos planos de gestão de região hidrográfica, para melhorar o estado das massas de água».
No entanto, alerta o Partido Ecologista Os Verdes, o problema de fundo «está relacionado com a gestão dos caudais do Rio Tejo acordada ao abrigo da Convenção de Albufeira», assinada entre Portugal e Espanha, em 1998. Em 2008, um segundo protocolo adicional à Convenção de Albufeira estabeleceu que os caudais «fossem determinados em função dos interesses das hidroeléctricas e não em função da preservação e da garantia dos ecossistemas fluviais, critica.
Passaram a prever-se caudais trimestrais e semanais, «mas a verdade é que os caudais definidos nunca foram os caudais ecológicos e nem se ousou optar pela previsão de caudais diários», defende o PEV, que tem vindo a exigir a revisão da Convenção de Albufeira.
Os ecologistas alertam ainda que o reduzido caudal do Rio Tejo, para além das implicações directas do ponto de vista ecológico, tem consequências para as actividades económicas, nomeadamente para a pesca, a agricultura e o turismo.
Neste sentido, interrogam o Executivo sobre se os caudais mínimos foram assegurados entre os meses de Agosto e de Outubro, e que medidas têm sido tomadas junto do Governo de Espanha para que seja assegurada a qualidade das massas de água que entram no nosso país e o cumprimento da Convenção de Albufeira. 


11.10.21

Nisa afetada por algas invasoras do Rio Tejo provenientes de Espanha

 
O rio Tejo, na zona da fronteira entre Portugal e Espanha, tem registado o rápido crescimento de uma mancha verde, resultante da multiplicação de algas microscópicas. Segundo avança o CM, a mancha está localizada na albufeira da barragem de Cedillo, sendo que zona atingida compreende as margens do rio nos concelhos de Vila Velha de Ródão, Castelo Branco e Nisa.
Este acontecimento “deve-se à concentração elevada de nutrientes na albufeira, nomeadamente fósforo, condições de temperatura e luminosidade elevada, que agora se observam, bem como à menor dinâmica de caudais, que desde agosto se têm verificado”, refere  a Agência Portuguesa do Ambiente, destacando que há uma “diminuição da qualidade da água”.
“A poluição em Espanha resulta de escorrências para o Tejo de fertilizantes usados na agricultura e também das águas residuais”, refere o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira. Segundo o CM, o "movimento ambientalista proTEJO considera que o esvaziamento de duas barragens espanholas agravou este problema, sendo que o movimento  vai apresentar queixa à Comissão Europeia contra Portugal e Espanha por “má gestão” do rio Tejo. 
Fonte: CM


27.8.21

Câmaras de Vila Velha de Ródão, Mação, Barquinha e Abrantes exigem caudal mínimo diário no Tejo

 
Os presidentes das Câmaras de Vila Velha de Ródão, Mação, Vila Nova da Barquinha e Abrantes defendem um caudal mínimo diário no rio Tejo, como forma de salvaguardar os ecossistemas.
“Há muitos anos que ando a falar nisto, junto da Agência Portuguesa do Ambiente [APA] e do Ministério do Ambiente, manifestando a nossa preocupação face ao que acontece no rio”, afirma à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, no distrito de Santarém.
Manuel Jorge Valamatos diz que nos últimos anos os caudais que se verificam no rio Tejo “são mínimos, mesmo de inverno”, e sublinha que este “não é um comportamento normal do rio, alguém o controla”.
O movimento proTEJO exigiu recentemente que o Governo recuse a distribuição do caudal mínimo semanal para o rio Tejo acordado com as autoridades espanholas, considerando que se está a “atirar água para os olhos dos portugueses”.
“A proTEJO defende caudais ecológicos no rio Tejo e exige que o Ministério do Ambiente não aceite os falsos caudais diários que apenas satisfazem os interesses das hidroelétricas espanholas”, referiu, numa nota, o movimento ambientalista.
Este mês, fonte do Ministério do Ambiente e Ação Climática indicou à Lusa que “Espanha, após conversações com a operadora dos empreendimentos hidroelétricos do Tejo Internacional naquele país, manifestou o seu empenho em distribuir o caudal mínimo semanal da Convenção [de Albufeira] de forma o mais uniforme possível ao longo dos dias da semana”.
O autarca de Abrantes entende que um caudal mínimo diário é importante para “ajudar a natureza e os ecossistemas”.
“Em Abrantes, quando o açude está a funcionar, disfarça [a falta de caudal no rio]. Neste momento, não está a funcionar devido a trabalhos de reparação e é muito visível o baixo caudal do Tejo. Nada justifica que os caudais sejam mínimos, mínimos”, sustenta.
Manuel Jorge Valamatos realça, por outro lado, o trabalho “muito significativo” que foi desenvolvido face à poluição do rio Tejo.
“A água tem uma qualidade diferente da que se verificava há dois ou três anos, mas queremos mais. As cidades ribeirinhas fizeram grandes investimentos para devolver o rio às comunidades. Só podemos convidar as pessoas a virem para cá se houver água em excelentes condições”, sustenta.
Também o presidente da Câmara de Mação, no mesmo distrito, refere que há anos que fala no problema da falta de caudal, reivindicando pragmatismo sobre este assunto: “Há ou não alternativa para esta situação? E para quando é possível fazer uma revisão [da Convenção de Albufeira]?”
Vasco Estrela entende que “não é muito correto” estar sistematicamente a dizer-se que Espanha “cumpre e está tudo bem”.
“Se assim é, está tudo mal, porque foi mal negociado”, afirma, referindo-se à convenção, que regula as relações luso-espanholas no domínio dos recursos hídricos desde 2000.
O autarca de Mação afirma que é preciso “esclarecer de uma vez por todas esta situação” e “defender os interesses de Portugal”.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha (Santarém), Fernando Freire, é taxativo ao afirmar que, em relação à Convenção de Albufeira em vigor, “não há incumprimento” por parte do Reino de Espanha.
“Não vale a pena cumprir caudais quando há cheias. É preciso que o caudal seja um mínimo diário para que os ecossistemas se possam preservar e sustentar”, frisou.
O autarca defende uma posição “clara, precisa e concisa” sobre o assunto: “Faça-se um acordo onde sejam feitos cumprir caudais diários e não anuais”.
Há dias, refere, em que o rio Tejo, devido ao caudal, “sobe dois ou três metros e depois as plataformas [fluviais] ficam no leito quando o rio deixa de correr. Isto provoca danos a nível turístico”.
Fernando Freire entende que o Governo português, “objetivamente, tem de fazer uma negociação diária” do caudal.
O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, realça a “evolução positiva” que se verificou em torno do Tejo.
Contudo, também sublinha que “aquilo que era desejável era a existência de um caudal mínimo diário no rio”.
O autarca deste município do distrito de Castelo Branco faz questão de realçar, ainda assim, que a existência de “um caudal semanal é bem melhor do que aquilo que existia anteriormente”.
Luís Pereira entende que a posição assumida pelo Governo espanhol face às suas hidroelétricas, “posição de alguma exigência, vem ao encontro” às preocupações.
O responsável faz ainda questão de sublinhar uma aproximação de posições dos responsáveis pelas pastas do Ambiente portugueses e espanhóis.
 Segundo o proTEJO, a distribuição do atual caudal mínimo semanal (7 hectómetros cúbicos – hm3) pelos sete dias da semana “não resolve o problema da escassez e volatilidade de caudais, sendo que o caudal diário de 1 hm3 continuará a representar apenas 13% do caudal anual que está previsto na Convenção de Albufeira” e “em nada altera os insuficientes caudais em vigor”.
O mínimo, de acordo com o movimento, seria o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, “fazer vingar na negociação com Espanha a distribuição do caudal anual de 2.700 hm3 na sua totalidade [100%] pelos trimestres, semanas e dias num caudal ecológico contínuo e regular medido em metros cúbicos/segundo [m3/s] que permitiria triplicar estes caudais, acréscimo especialmente importante no trimestre de verão [quando há mais escassez de água] de 17 m3/s para 45 m3/s”.
Tal seria possível, refere, se Portugal tomasse nas suas mãos o caudal anual que já está acordado na Convenção de Albufeira e ditasse como é que seria feita a sua distribuição total ao longo dos trimestres, semanas e dias.

7.7.21

INIJOVEM promove Passeio de Canoas no rio Tejo

 
A INIJOVEM - Associação para Iniciativas para a Juventude de Nisa organiza no próximo dia 31 de Julho, um Passeio de Canoas no rio Tejo, entre Vila Velha de Ródão e Arneiro (Nisa), conforme o programa que consta do cartaz anexo.
As inscrições estão Abertas e podem ser feitas até 24 de Julho em: http://tiny.cc/z4z2uz


24.1.21

Poluição no rio Tejo: crime ambiental está há três anos sem culpados


O Ministério do Ambiente formalizou queixa-crime ao Ministério Público aquando do surgimento do manto de espuma branca no rio Tejo e a ProTEJO fez denúncia, mas ainda não há respostas sobre a responsabilidade da poluição. 
Segundo apurou o Jornal de Notícias(link is external) (JN), as duas queixas foram compiladas no mesmo processo, que neste momento ainda se encontra “em fase de inquérito, sujeito a segredo de Justiça”, de acordo com informações que têm como fonte a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nas primeiras investigações ao desastre ambiental de 24 de janeiro de 2018 na zona de Abrantes, não terá sido possível confirmar a origem em descargas ilegais. Apesar disso, de acordo com o JN, em relatórios das autoridades nos dois anos anteriores, eram sempre apontadas como responsáveis as empresas Celtejo e Centroliva, ambas instaladas em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, como “contribuintes significativas para as ocorrências de poluição no troço superior do Tejo”.
Por exemplo, em novembro de 2017, a ProTEJO já tinha apresentado uma outra queixa por poluição, onde apontava as duas empresas como suspeitas. O processo teve uma acusação deduzida contra a Centroliva, o seu presidente e vice-presidente, no entanto os arguidos pediram a abertura de instrução, o que resultou num despacho de não pronúncia. O Ministério Público recorreu da decisão instrutória e a ação corre agora termos no Tribunal da Relação de Coimbra, informou a PGR à agência Lusa.
Para Paulo Constantino, porta-voz do ProTEJO, em declarações ao JN, “é triste” não ter havido ainda uma decisão judicial em relação ao crime que ocorreu há três anos e transformou o rio num cenário “dantesco”. Na sua opinião, os responsáveis pelo “incidente de extrema poluição” deviam ser “inequivocamente identificados” e sancionados.
Segundo o JN, o Ministério do Ambiente já assegurou ter reforçado a monitorização e está a preparar a implementação de um sistema de gestão inteligente, no entanto os episódios poluentes no rio Tejo têm continuado.
Artigo de Interior do Avesso - 23 de Janeiro, 2021 
NOTAS
Foto1 - Paulo Cunha / LUSA
Foto 2 - Arlindo Marques

22.5.18

VI Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo - De Malpica do Tejo a Oeiras

A associação Confraria Ibérica do Tejo no âmbito da sua atividade cultural, vai realizar o VI Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo. É uma peregrinação fluvial de carácter religioso e cultural e que irá percorrer o Tejo, Tendo este ano o inicio no dia 31 de Maio em Malpica do Tejo e o final no dia 24 de Junho na Marina de Oeiras. È um percurso de mais de 250km que será percorrido sempre pelo rio. Terá 12 etapas e 53 paragens. Sendo o núcleo central do Cruzeiro constituído por três bateiras, tendo um deles perto de 100 anos e outro mais de 70 anos. Estes são barcos tradicionais dos pescadores avieiros e que foram eternizados por Alves Redol no seu livro “Os Avieiros”.

27.12.16

TEJO: Rio perdeu 28% do caudal em 50 anos

Nos últimos 50 anos o rio Tejo perdeu cerca de 28% do seu caudal. A informação foi avançada em Torres Novas na manhã de 22 de dezembro, quinta-feira, pelo secretário de estado do Ambiente, Carlos Martins. O Governo está a negociar “caudais ecológicos” com o apoio das albufeiras privadas.

O cenário junto ao Castelo de Almourol. Foto: mediotejo.net
Carlos Martins abordava a importância do rio Tejo, como “recurso hídrico central”, à volta do qual vivem 3 milhões de pessoas. Em janeiro, em Abrantes, deverá ser anunciado um plano de fiscalização para 2017, que se constituirá em relatórios semestrais sobre o estado do rio. “Existem na bacia do Tejo 6/7 grandes empreitadas”, constatou, além das descargas de atividade industrial. Adiantou ainda que nas próximas semanas sairá um aviso de 75 milhões de euros para sistemas de escala supramunicipal.
Neste âmbito abordaria que, embora se tende a falar que o aquecimento global é um mito, “o Tejo tem menos 28% de água” que tinha há meio século. “Isto é preocupante”, frisou, uma vez que se trata de uma situação verificada independentemente da existência de barragens. “O Governo está a negociar caudais ecológicos” em colaboração com as albufeiras privadas, referiu. “Não vai dar mais água, mas mais regularidade de água ao longo do ano”, terminou.

Cláudia Gameiro in www.mediotejo.net  - 23/12/2016