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27.5.25

DIREITOS DA MULHER: MDM faz queixa às televisões por publicidade «violadora dos direitos das mulheres»


O Movimento Democrático das Mulheres (MDM) repudia o anúncio financiado pelo dono da Prozis, exibido durante a final da Taça de Portugal: um «ataque violento» ao direito à Interrupção Voluntária da Gravidez.

Este trabalho audiovisual, um anúncio que foi transmitido pela RTP, SIC e TVI, não é «apenas uma provocação», considera o Movimento Democrático das Mulheres (MDM), em nota enviada à comunicação social – «é um ataque violento ao direito à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)», o aborto, «consagrado na lei portuguesa após décadas de luta, sofrimento e resistência das mulheres deste país».

No anúncio «Obrigado Mãe», que tem uma versão mais alargada a ser divulgada nas redes sociais, é feita uma representação falseada e sem qualquer adesão à realidade de uma IVG, que inclui um documento carimbado pelo «Estado» com a palavra «aprovado» escrita em sangue. O vídeo e a música, financiados por Miguel Milhão, dono da Prozis, «não têm qualquer inocência. São instrumentos de guerra cultural contra os direitos conquistados».

Sob uma «estética encenada e melodramática», o anúncio «manipula emocionalmente, distorce a realidade dos factos médicos e lança um julgamento moral torpe sobre as mulheres que decidem interromper uma gravidez». Miguel Milhão «cria uma imagem falsa, grotesca e desumana do procedimento, como se se tratasse de um assassinato, como se uma mulher, ao decidir pelo aborto, estivesse a renegar a vida», afirma o MDM. «Esta narrativa é abjecta, desonesta e perigosa».

Para além do conteúdo profundamente retrógado e reaccionário que Milhão e outros figuras da extrema-direita patrocinam, todos os dias, nas redes sociais, acrescenta-se o facto de ter sido «transmitido em canal de televisão generalista, propriedade de grupos de comunicação social, com a conivência silenciosa das instituições e a complacência cúmplice de quem não tem vergonha em normalizar o discurso de ódio sob o disfarce da liberdade de expressão».

Os segmentos publicitários da RTP, SIC e TVI estão a soldo, aceitando, sem limitações, qualquer tipo de conteúdo desde que seja bem pago. Cada vez mais, a extrema-direita «serve-se do poder económico para tentar impor uma visão fundamentalista e obscurantista sobre o corpo das mulheres – como se fôssemos propriedade do Estado, da religião ou do patrão». «Não somos», reafirma a organização das mulheres portuguesas, fundada em 1968.

O MDM assume o compromisso de combater esta tentativa «infame de regressar ao tempo da clandestinidade», que provocou a morte a centenas de mulheres, causando traumas irreparáveis a outras milhares, apenas «por não terem acesso a cuidados de saúde seguros, legais e gratuitos». Uma coisa é certa, as mulheres não aceitarão «nem um passo atrás».

Miguel Milhão, que se apresenta com o nome Guru Mike Billions, é o fundador da Prozis, uma empresa de produtos de nutrição desportiva que recebeu milhões de euros em apoios do Estado português e da União Europeia. A sua persona «demonstra uma encenação egocêntrica digna sim de um guru de pacotilha, que se coloca num pedestal de pseudo-salvador moral enquanto cospe preconceito e ignorância com ar de iluminado». «Usa o palco, o dinheiro, o nome» e o facto de não trabalhar como arma contra as mulheres.

AbrilAbril - 27 de Maio de 2025

Foto: Miguel Milhão

17.10.23

MDM exige: Fim à agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente

Tendo em conta o agravamento da escalada de guerra no Médio Oriente, o massacre em Gaza com ataque à população que vitimou nos últimos dias milhares de civis, incluindo muitas mulheres e crianças e a iminente invasão da Faixa de Gaza pelas forças militares de Israel, a maior potência militar da região, o Núcleo de Portalegre do MDM reafirma o seu compromisso com a defesa da paz e a sua solidariedade com as populações afetadas.
O Movimento Democrático de Mulheres apela ao respeito pelos direitos dos povos à liberdade, independência e a uma vida digna e em paz, e consideramos que não podemos ficar indiferentes ao agravamento da situação no Médio Oriente.
Desta forma:
·         Condenamos qualquer ataque contra civis, considerando injustificável a morte de inocentes;
·         Denunciamos actos que figuram crimes de guerra e a violação dos mais elementares direitos humanos, a atitude genocida adotada pelo estado de Israel sobre o povo Palestiniano, o ataque em grandes dimensões a alvos civis, hospitais e escolas, a limitação ao acesso a bens e serviços essenciais à sua sobrevivência, ao longo de décadas e agravada nos últimos dias, como o são a água, alimentos, cuidados médicos, combustível e eletricidade. Medidas estas que aliadas ao ataque bélico, e sob o pretexto de combate ao Hamas, numa absurda desproporcionalidade de forças, afetam toda a população que vive naquele território que é considerado  “uma prisão a céu aberto”;
·         Exigimos o cumprimento das leis internacionais, incluindo da Convenção de Genebra, e a urgência de se criar condições que assegurem a prestação de ajuda humanitária nas zonas afetadas;
Se tivessem sido cumpridas as Resoluções aprovadas nas Nações Unidas a favor do direito dos Palestinianos a uma Terra livre e de paz, com a criação do Estado da Palestina tal como foi o de Israel, não estaríamos hoje confrontados com esta escalada de guerra
As tensões e conflitos na região, a contínua ocupação perpetuada pelo estado de Israel leva a que milhões de palestinianos vivam há muitas décadas deslocados de suas casas, em campos de refugiados ou nos territórios cercados e cada vez mais ocupados com colonatos. Os Palestinianos vivem sob constante humilhação e opressão, homens, mulheres e crianças sujeitos a prisões arbitrárias, sem julgamento, num regime de apartheid e sem o cumprimento dos mais elementares direitos humanos.
O MDM não pode deixar de reafirmar a sua solidariedade com as mulheres e o povo palestiniano no seu inalienável direito à resistência contra a ocupação israelita, assim como de expressar a sua solidariedade com as mulheres e o povo de Israel, também eles vítimas de um estado ocupante e agressor. 
O MDM apela a negociações de paz e que se pare a guerra. Só a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestina garantem os direitos inalienáveis do povo palestiniano a uma pátria livre e independente e a uma paz justa e duradoura.
O MDM exige do Governo português que assuma a sua responsabilidade constitucional, cumprindo o direito internacional que obriga à criação do Estado da Palestina com a capital em Jerusalém, o regresso dos refugiados, a libertação dos prisioneiros, a consagração do direito à terra.

31.1.23

MDM: Números da violência doméstica «não nos surpreendem»

As queixas por violência doméstica registaram em 2022 o valor mais elevado dos últimos quatro anos. MDM alerta para relação entre a degradação das condições de vida e o agravamento da violência sobre as mulheres.
Dados publicados esta segunda-feira na página da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) revelam que as ocorrências por violência doméstica registadas pela PSP e pela GNR aumentaram 14% no ano passado em comparação com 2021.
A CIG avança igualmente que, em 2022, se registaram 28 vítimas mortais em contexto de violência doméstica, 24 das quais eram mulheres e quatro crianças. Em comparação com 2021, ocorreram mais cinco homicídios, mas em 2020 registaram-se 32 vítimas mortais e em 2019 foram 35.
Em 2022, as crianças que morreram em contexto de violência aumentaram, uma vez que nos anos anteriores tinham ocorrido duas vítimas mortais e em 2019 foi uma.
De acordo com o portal da violência doméstica, a PSP e a GNR registaram 29 223 queixas em 2019, números que descem para 27 619 e 26 651 em 2020 e 2021, respectivamente (dois anos marcados por confinamentos devido à pandemia de covid-19), e voltaram a subir em 2022 para 30 389.
«Os números não nos surpreendem», começa por dizer ao AbrilAbril a dirigente do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), Sandra Benfica. «Temos alertado sistematicamente para a relação directa entre a degradação das condições de vida e o agravamento da violência sobre as mulheres», mas também, acrescenta, para a percepção de que a lei falha na protecção das vítimas.
Entre os exemplos a concorrer para esse sentimento surge a decisão recente de uma juíza do Tribunal da Amadora, no distrito de Lisboa, num caso de violência doméstica em que foi dado como provado o crime de ofensa à integridade física. A magistrada aceitou a recomendação de uma procuradora do Ministério Público que propôs que o processo fosse suspenso, ficando o agressor obrigado a levar a vítima em «passeios lúdicos».
Sandra Benfica afiança que os problemas das desigualdades no território e a insuficiência de respostas estão «intimamente ligados» com os números da violência doméstica, um crime com «altíssima prevalência» e um flagelo para as mulheres. Segundo a dirigente, este é um problema que não se resolve sem dar condições de vida às vítimas, a quem muitas vezes faltam condições de sobrevivência, também para os seus filhos. 
«Não podemos tolerar que a resposta do Estado seja mais do mesmo», critica a dirigente, sublinhando que, apesar das campanhas, o subfinanciamento impede, entre outros aspectos, a fixação de «bons técnicos», com consequências na saúde das mulheres.  
«Mil razões para lutar»
No período de Outubro a Dezembro de 2022 foram contabilizadas 7129 ocorrências pela PSP e GNR, tendo sido no terceiro trimestre que se registaram mais crimes, num total de 8887, seguido do segundo trimestre (7641), do quarto e do primeiro (6732).
«Os direitos das mulheres não podem esperar», reconhece Sandra Benfica, acrescentando que a violência doméstica é uma das razões pelas quais o MDM sai à rua no Porto, no próximo dia 4 de Março, pelas 14h30, na Praça da Batalha, e à mesma hora em Lisboa, mas a 11 de Março, nos Restauradores. Com o lema «Mil razões para lutar», as duas iniciativas integram-se nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, que se celebra a 8 de Março. 
Segundo os dados publicados ontem, a Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica acolheu, entre Outubro e Dezembro do ano passado, 1455 pessoas, das quais 54,2% eram mulheres e 44,7% crianças.
No último trimestre de 2022 foram aplicadas 1151 medidas de coação no âmbito do crime de violência doméstica e estão integradas em programas para agressores 3078 pessoas.
Com agência Lusa
AbrilAbril - 31.1.2023

15.6.22

PORTALEGRE: Tomada de Posição MDM: Encerramento da Urgência de Obstetrícia

Tivemos hoje conhecimento que a urgência de obstetrícia do Hospital de Portalegre irá encerrar amanhã, quarta-feira, às 05h00, sendo que só reabrirá na próxima sexta-feira às 08h00. Este encerramento decorre da falta de profissionais de saúde para assegurar o funcionamento do serviço, uma vez que, como afirmou o porta-voz da unidade hospitalar, este hospital só dispõe de um médico obstetra no serviço de urgência. 
Esta situação junta-se assim a muitas outras que têm vindo a ser denunciadas pelo MDM em outras regiões do país. Deixando-nos particularmente preocupadas uma vez que, tendo em conta que este é o único hospital do Alto Alentejo que dispõe desse serviço, o seu encerramento significa a não existência de urgência de obstetrícia em todo o distrito, obrigando as mulheres grávidas que se dirijam ao Hospital Dr. José Maria Grande em Portalegre, ao de Santa Luzia em Elvas e sub de Ponte de Sor a ser encaminhadas para o Hospital do Espírito Santo em Évora, ou para unidade hospitalar mais próxima, o que representará uma deslocação acrescida de várias dezenas de kms. 
Os sobressaltos no serviço de obstetrícia do Hospital de Portalegre são uma situação recorrente e grave que coloca em causa os direitos das mulheres e das crianças do nosso distrito, ao mesmo tempo que contribui para a assimetria no acesso aos cuidados de saúde na nossa região, já por si marcada pelas fragilidades que a interioridade comporta. 
Desta forma, o Núcleo de Portalegre subscreve as posições tomadas pelos núcleos de Lisboa e Setúbal deixando claro que o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) valoriza sempre a capacidade, esforço e empenho dos profissionais de saúde do SNS, mas reclama também, e mais uma vez, que é preciso garantir dignidade a esses trabalhadores, sujeitos a ritmos intensos e muitas horas extra de trabalho.
- Financiamento que garanta a adequada prestação de cuidados de saúde às mulheres ao longo do todo o seu ciclo de vida;
- Contratação de médicos e enfermeiros especialistas, sem recurso a empresas subsidiárias, e com valorização das suas funções e remunerações, dando condições dignas de trabalho; 
- Reforço das equipas de Ginecologia/Obstetrícia preparadas para qualquer tipo de situação que ocorra durante a gravidez, o parto e pós-parto, garantindo em particular o funcionamento regular de serviços de urgência destas valências.
As mulheres do nosso distrito têm direito a especial proteção durante a gravidez e após o parto, no SNS.
Núcleo de Portalegre do MDM 

13.1.22

MDM promove Seminário Tráfico de Seres Humanos

 

O Movimento Democrático de Mulheres -MDM organiza no próximo dia 15 de janeiro, entre as 13h30 e as 18h30, o Seminário Tráfico de Seres Humanos: Realidades, silêncios e mergulhos no escuro, incluído no projecto Para Além do Amor: Agir e Convergir para Mudar. Este seminário realizar-se-á no Cineteatro Grandolense,com um modelo de participação presencial, no respeito integral pelas recomendações sanitárias e terá o apoio da Câmara Municipal de Grândola e da Junta de Freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra.

Pretende-se com a sua realização aprofundar o conhecimento sobre a realidade do Tráfico de Seres Humanos em Portugal e na Europa, mas também proporcionar um espaço de reflexão, a partir do contributo do MDM e de outras organizações, que permita analisar a especificidades deste crime na região do Alentejo, assim como os factores potenciadores do mesmo mas também as mudanças necessária para que o seu combate seja mais eficaz.
Informa-se também que no mesmo dia, às 21h00, subirá ao palco do Auditório Municipal Cine Granadeiro a peça “Silêncios e Tanta Gente” que dá voz e rosto às vítimas de tráfico de seres humanos, quebrando silêncios sobre este crime atroz.

27.11.21

Portalegre assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

 
Hoje, em Portalegre, assinalamos o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Estivemos  na rua, para que não nos esqueçamos de que para vencer violências, há que viver direitos! Esta foi uma iniciativa conjunta de todos os núcleos do Alentejo do MDM,  que contou com o apoio de entidades como as uniões de sindicatos dos distritos de Portalegre, Évora e Beja, a Cooperativa Operária Portalegre e a Tuna Feminina do IPP, Tuninfas que atuo no final. Estiveram presentes cerca de 50 pessoas. 

Esta iniciativa surge da necessidade de assinalar este dia como um dia de convergência entre os vários distritos do Alentejo. Mas também de convergência entre várias organizações, com áreas de intervenção específicas e distintas mas com as quais partilhamos o mesmo objectivo de erradicar as desigualdades e combater as violências. Acreditamos realmente que este é o caminho, procurar convergências, articular esforços e intervir nas várias áreas para aumentar a eficácia de um combate que é cada vez mais o combate dos nossos dias.

Mas esta iniciativa surge também da necessidade de assinalar este dia como aquilo que ele realmente é, o Dia pela Eliminação de todas as Violências contra as Mulheres. Sabemos do flagelo nacional que é a violência doméstica, não podemos nem nunca iremos desvalorizar o impacto devastador que tem na vida de milhares de mulheres mas também na sociedade. Mas este dia é muito mais que isso. As mulheres não estão só em casa e a violência exercida sobre elas tem múltiplas formas e faz-se sentir em casa mas também no trabalho, na sociedade, nas ruas e na internet. 
Por isso consideramos que é necessário sensibilizar para todas as formas de violência, alterar mentalidades e criar uma consciência colectiva de que não há desculpa para nenhuma delas. É preciso que cada um de nós seja agente de mudança, e que todos nós enquanto comunidade afirme-mos que não há desculpa e o Alentejo não desculpa. Queremos uma sociedade capaz de identificar e denunciar cada uma e todas as formas de abuso. Uma sociedade que não tolere nenhuma forma de violência. Que reconheça que a violência exercida sobre uma mulher fere a dignidade de todas as outras. Uma sociedade que atue no seu conjunto para apoiar e proteger as vítimas.
Núcleo de Portalegre do MDM -25/11/2021


25.11.21

PORTALEGRE: MDM assinala Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

O MDM (Movimento Democrático de Mulheres), sendo um movimento com mais de 50 anos de luta pelos direitos das mulheres, ao longo dos quais desenvolveu um vasto trabalho em torno das questões da violência nas suas múltiplas formas, irá assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de Novembro) com uma ação de sensibilização no concelho de Portalegre.
O MDM afirma que a violência contra as mulheres exercida sob múltiplas formas em casa, no trabalho, no espaço público, na publicidade, na internet e nas zonas de conflito e guerra, fere a liberdade, a integridade, a dignidade e o estatuto social de todas e cada uma de nós, devastando as nossas vidas!
Esta violência não pode ser tolerada, nem justificada pela cultura ou pela relação de poder injusta e desequilibrada na família, no trabalho ou na sociedade.
É urgente reconhecê-la e combatê-la. Combatendo também a degradação das condições de vida e de trabalho que colocam as mulheres numa posição de extrema vulnerabilidade às múltiplas formas de violência.
Esta ação de rua  terá um caracter regional , sendo que envolverá todos os núcleos do MDM dos distritos de Portalegre, Évora e Beja, e contará também com o apoio das uniões de sindicatos, afetas à CGTP,  destes três distritos. 
O objectivo é sensibilizar a população portalegrense para esta temática. O ponto de encontro das ativistas está previsto às 15 horas no largo Dr. Frederico Laranjo, com posterior deslocação pela rua do comércio até à Praça da República onde realizaremos uma sessão pública às 16 horas. 
A sessão incluirá uma breve atuação da tuna Feminina do Instituto Politécnico de Portalegre, as Tuninfas. 
Núcleo de Portalegre do MDM

20.10.21

MDM assinalou Dia Europeu contra o Tráfico de Seres Humanos

 
Assinala-se a 18 de Outubro o dia europeu contra o tráfico de pessoas, uma data em que se pretende alertar a sociedade e, particularmente os governos, para a grave violação dos direitos humanos que constitui o tráfico de seres humanos. 
Nesta ocasião, o Movimento Democrático de Mulheres chama a atenção para o agravamento deste crime registado ao longo da crise sanitária Covid 19. 
O confinamento e, sobretudo, o aprofundamento da crise social e económica, conduziram a uma maior vulnerabilidade e exposição das vítimas à exploração e à violência e dificultaram a intervenção em matéria de identificação de pessoas em situação de tráfico, fazendo piorar as respostas dos serviços que têm de ser céleres, adequadas e eficazes no que respeita ao resgate, ao apoio, proteção e segurança, à investigação e à condenação das redes de tráfico. 
A pandemia não veio introduzir qualquer facto que se possa dizer novo no que respeita à natureza do crime de tráfico humano. 
Veio dar-lhe uma momentânea visibilidade, como no caso de Odemira; veio expor o desconhecimento profundo que persiste sobre o crime, as fragilidades e a descoordenação na intervenção aos mais diversos níveis; veio revelar a capacidade de adaptação das redes de tráfico aos mais diversos cenários e a sua incomensurável imaginação para recrutar, movimentar e explorar, mantendo os seus elevadíssimos lucros, e veio, sobretudo, ampliar as condições de pobreza e mal-estar para que mais e mais pessoas caiam nas malhas dos traficantes e exploradores. 
O MDM alerta: o impacto da pandemia não se resume ao aumento da vulnerabilidade das já vítimas, mas ao aumento do risco de recrutamento de mais vítimas, particularmente das mulheres, pela degradação das suas condições de vida e de trabalho. 
O MDM considera determinante para um eficaz combate ao tráfico humano que o governo, e toda a sociedade: 
assuma, de uma vez por todas, que tráfico assenta as suas raízes nas políticas económicas e sociais geradoras de iniquidade e de injustiça social, da pobreza, da miséria e da fome; das discriminações e desigualdades em função do sexo e da classe social, da raça, etnia e orientação sexual. Políticas que, sendo transversais, são geradoras do sexismo, da misoginia, dos conflitos e das guerras de ocupação. 
reconheça que as vítimas de tráfico são pessoas provenientes de contextos socioeconómicos, culturais e pessoais marcados pela pobreza e fome, pelo desemprego, precariedade e baixos salários, pela falta de oportunidades no acesso à educação e à formação profissional, pela migração e pelo racismo, pela desigualdade e por práticas discriminatorias contra as mulheres. 
Agir contra o Tráfico de pessoas 
Não se pode ter a "pretensão" de combater o tráfico humano e ao mesmo tempo compactuar com a generalização e massificação da precariedade e da instabilidade no trabalho; com a indignidade dos salários de miséria e da desregulação dos horários, da negação de direitos que obrigam a ceder e aceitar a crescente exploração e aceitar sem opção um trabalho exercido em condições de tremenda insegurança e violência. 
Não nos podemos indignar perante apenas dois dos elementos constitutivos da definição do crime de tráfico, a saber quem e através de que meio se aprisionam pessoas numa violência sem fim, e fechar os olhos à generalização da exploração laboral ou ceder à tentação de legalizar o negócio do proxenetismo como aqui em Portugal, alguns pretendem. 
O MDM considera indispensável um olhar sobre os dados mais recentes que nos indicam que na Europa as mulheres e as meninas são as principais vítimas deste crime, são 72% de todas as vítimas identificadas, e destas, 92% são traficadas para exploração sexual e a prostituição; que as crianças constituem 22% das vítimas, e a maioria também são meninas com o mesmo destino: a exploração sexual e a prostituição.
Perante esta realidade o MDM entende que para combater o crime de tráfico humano é importante denunciar, sensibilizar e informar, mas é sobretudo indispensável combater as causas que nos colocam em risco e vulneráveis à exploração e às violências. 
Neste tempo de insana intensificação da exploração, no qual o corpo, como entidade física e simbólica, é encarado como consumidor e objeto de consumo, é fundamental impedir que se expanda no nosso país indústrias e mercados multimilionários criados em torno da mercantilização do corpo, e partes do corpo, particularmente do das mulheres, não permitindo que mais violência assole a nossa vida e nos desrespeite e despreze a nossa integridade e dignidade enquanto seres humanos. 
Nesse sentido, o MDM defende que é urgente assumir o combate ao tráfico de pessoas como uma obrigação e uma prioridade dos Estados investindo na prevenção e no apoio às vítimas, na formação e reforço dos meios públicos para a perseguição, desmantelamento e punição das redes de tráfico humano, e reclama do governo português a adoção de políticas e estratégias que em vez de alimentar o desemprego, a precariedade e os baixos salários, combatam a pobreza, a exclusão social, o racismo e a xenofobia; combatam a desigualdade, a discriminação e as guerras; e combatam o lobby dos proxenetas pondo fim ao negócio da prostituição. 
Movimento Democrático de Mulheres - 2021 

27.8.21

MDM em solidariedade com as mulheres afegãs

"Poderíamos falar sobre o que levou ao que está a acontecer atualmente no Afeganistão, ao papel crucial que políticas externas imperialistas do Ocidente tiveram no mesmo e o que era o Afeganistão dos anos 70.
A verdade é que a história do Afeganistão não é a história dos talibãs maus e dos soldados americanos bons que tanto lutaram pela democracia liberal. É a história de um povo que viu a sua história e a sua cultura postos em questão e em 2° lugar por interesses económicos do Ocidente. E acima de tudo, deveria ser deste povo que deveríamos estar a falar.
As consequências de todo o caos que o Afeganistão está a enfrentar, são o povo afegão que as sofre, especialmente as mulheres e crianças que lá vivem. A privação de uma vida segura, estável e em paz, com acesso a segurança, a educação e a saúde, é o povo afegão que a sofre.
Vemos inúmeras mulheres a expressar empatia e solidariedade, por outras mulheres que não perderam os direitos quando os talibãs entraram em Cabul, mas viram-se privadas da sua liberdade ano após ano de guerras. E acima da empatia e solidariedade, é também uma grande admiração por mulheres que não baixam os braços, que já saíram muitas vezes à rua nos últimos dias, pondo em risco as suas vidas e as vidas de quem amam.
Por último, importante realçar que também lhes devemos o respeito de entender que a opressão que vivem nada tem haver com a sua religião. Mais do que nunca, é crucial separar o que é a religião muçulmana e as escolhas das mulheres muçulmanas tomam perante as suas crenças, de um grupo fundamentalista. É importante sim responsabilizar toda a estrutura em que vivemos e não uma religião que já sofre tantos preconceitos no Ocidente." 
Movimento Democrático de Mulheres 


12.2.21

PORTALEGRE: MDM quer política de conciliação Trabalho/Família


O atual contexto veio provocar alterações drásticas na vida de todas as mulheres, afetando de um modo particular as trabalhadoras que são mães. 
A sobrecarga das tarefas domésticas e profissionais devido ao encerramento das escolas, a dificuldade em conciliar o teletrabalho com o cuidado aos filhos e a perda de salário associada à assistência a menores de 12 anos tornam impossível a conciliação entre trabalho e família. 
Neste sentido, o Movimento Democrático de Mulheres exige:
- Pagamento a 100% do apoio especial de assistência a filhos;
- Alargamento do apoio especial de assistência a filhos menores de 16 anos;
- Permitir que, caso os pais estejam em teletrabalho, um deles possa aceder a este apoio.
O Núcleo de Portalegre do MDM, manifesta a sua solidariedade com todas as mulheres nesta situação. E, de um modo particular, com as trabalhadoras da Randstad em Elvas, que lutam pelo direito a ser mães num contexto em que a conciliação entre trabalho e família é impossível. 
Nesse sentido de alertar para estas situações, o MDM - Portalegre enviou o presente comunicado aos órgãos de comunicação social, grupos parlamentares, secretária de Estado da Igualdade, 1º Ministro, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, CGTP, OIT e ACT. 

1.3.18

NISA: Sessão comemorativa do Dia Internacional da Mulher

O Movimento Democrático de Mulheres, que assinala o seu 50º ano de actividade, irá realizar duas iniciativas de Comemoração do Dia Internacional da Mulher no distrito de Portalegre, em Avis e Nisa. 
Em Nisa, a iniciativa terá como tema "Conversa de Mulheres: O estatuto social das mulheres, igualdade, qualificações, saberes e criatividade" e momento cultural "Mulheres que correm com lobos" interpretado pelas actrizes Susana Vitorino e Amélia Videira. 
Dia 8 de Março, pelas 18 horas no Salão da Junta de União de Freguesias Espírito Santo, Nossa Srª da Graça e São Simão, em Nisa.