Se rir é o melhor remédio, a Biblioteca
Municipal José Baptista Martins (BMJBM), em Vila Velha de Ródão, fez jus ao
ditado no sábado, 10 de agosto, ao receber a apresentação do livro "Pelo
Nosso Riso", da autoria de João Cardoso São Pedro, uma obra integrada na
coleção "Rebuscar o Tempo" do projeto "Vidas e Memórias de uma
Comunidade", que a instituição desenvolve desde 2009.
Contador de piadas, anedotas e contos
jocosos, João Cardoso São Pedro foi desafiado pela BMJBM a reunir em livro um
repertório destas pequenas narrativas, um subgénero dos contos tradicionais,
que recolheu e divulgou ao longo dos anos e que são um espelho duma visão do
mundo onde a crítica social e a vontade de fazer rir o outro vêm ao de cima.
“Neste livro (…) não encontramos
anedotas grandes, mas sim aquilo que se poderia chamar “piadas”, (…) ou seja,
micronarrativas que geralmente contêm apenas um diálogo de duas falas com um
final que provoca o riso” e cuja “brevidade deixa espaço para que mais pessoas
intervenham, contando as “suas” anedotas, mas também dá prioridade ao riso,
que, como sabemos, é contagiante e libertador de tensões”, como refere Paulo
Correia, investigador de Literatura Tradicional e Oral da Universidade do
Algarve, na introdução da publicação.
Por entre as tradicionais anedotas
sobre temáticas tão variados como, por exemplo, a inocência das crianças, as
relações conjugais, os vícios ligados à profissões, os choques entre a cidade e
o campo ou as célebres anedotas de alentejanos, na leitura que fez dos textos
de João Cardoso, Paulo Correia descobriu mesmo um texto jocoso que ainda não
tinha sido encontrado escrito em nenhum outro livro em Portugal, facto que
acresce aos outros méritos do livro, cuja apresentação juntou amigos e
conhecidos do autor numa tarde de conversa e convívio na BMJBM.
Presente na sessão de apresentação do
livro, o vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, José
Manuel Alves, agradeceu a João Cardoso pelo trabalho de recolha destes textos e
pelo seu contributo para o enriquecimento do património imaterial do concelho,
assim como por nos ter feito rir de nós próprios e dos outros ao longo de
tantos anos, com todos os benefícios que isso implica para a nossa saúde física
e mental.