O filme "O que arde", do realizador galego Oliver Laxe, abre a oitava edição do Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valencia de Alcántara, que decorre entre os dias 6 e 11 de agosto, numa dezena de lugares de Portugal e Espanha, com uma programação de cerca de vinte filmes.
Numa versão mais condensada, em resultado das exigências colocadas pela atual situação de saúde pública, o Festival oferece algumas novidades, que incluem uma sessão drive-in, em Carbajo (Espanha), no dia 7, e propostas de cinema online.
No restante, o evento mantém a sua aposta na divulgação do cinema de autor junto das populações da zona, em sessões noturnas, maioritariamente realizadas ao ar livre, continuando a promover temas relacionados com o ambiente, os direitos humanos, arte e cultura.
Entre os palcos deste ano, contam-se Marvão, Santo António das Areias, Beirã, Ammaia, Olhos d’Água, Fronteira de Galegos, Carbajo, Zarza La Mayor, Cedillo e Malpartida de Cáceres. Para o efeito, está a ser desenhado um plano de contingência, de forma a assegurar o cumprimento de todas as normas de segurança necessárias.
O programa dá particular destaque a algumas produções recentes do cinema português e espanhol, entre elas, obras premiadas internacionalmente, como é o caso do filme de abertura, de Oliver Laxe, "O que arde", distinguido com o Prémio do Júri, no Festival de Cannes, ou de "Vitalina Varela" (dia 9, Marvão), do português Pedro Costa, aclamado no Festival de Locarno, onde conquistou o Leopardo de Ouro e, ainda, o Leopardo de Prata, para melhor atriz.
No conjunto de obras ibéricas, incluem-se, igualmente, "Barzakh", de Alejandro Salgado, "Ari Malikian, una vida entre las cuerdas", de Nata Moreno, os documentários "Santuário", de Álvaro Longoria, produzido e apresentado por Javier Bardem, e "El Cuadro", de Andrés Sanz, bem como a reunião de três curtas das jovens cineastas portuguesas, Leonor Teles, Mariana Gaivão e Sofia Bost.
A par destas propostas, a exemplo do que é habitual em todas as edições, vão ser apresentadas obras internacionais premiadas, como é o caso de "O Paraíso, Provavelmente", do realizador palestiniano Elia Suleiman (dia 8) ou “Rafiki”, da queniana Wanuri Kahiu, que terá estreia absoluta em Portugal.
O filme africano vai ser exibido no segundo dia de Festival, integrado num painel dedicado ao tema "sexualidade e género", no âmbito do qual estão igualmente programadas um conjunto de curtas-metragens chinesas, resultado de uma parceria com os Festivais "Critica" e "ShangaiPride". Os filmes deste dia vão ser também disponibilizados on-line, através da plataforma Filmin.
Paula Duque Giraldo, a diretora do Festival, explica que esta proposta on-line foi pensada como "uma alternativa à habitual programação de filmes e debates em sala, de forma a assegurar uma programação rica e diversificada, dando continuidade a parcerias com outros Festivais e agentes culturais".