A Câmara de Vila Velha de Ródão solicitou à Agência
Portuguesa do Ambiente (APA) uma "intervenção rápida e adequada" na
empresa Centroliva, alegando inconformidades ambientais graves na sua
laboração, foi hoje anunciado.
Em comunicado enviado à agência Lusa, este município do
distrito de Castelo Branco explica que o pedido foi feito à APA, por carta, na
qual se pede uma “intervenção rápida e adequada” sobre aquilo que classifica de
“inconformidades ambientais graves” resultantes da laboração da empresa.
“Trata de uma situação completamente intolerável, com
impacte direto na saúde e bem-estar da população, constituindo-se ainda como
uma condicionante extremamente negativa a um desejável incremento da atividade
turística, setor onde o município tem vindo continuamente a investir, numa
perspetiva de auxílio ao desenvolvimento económico concelhio”, refere o
presidente local, Luís Pereira.
O autarca reitera a preocupação da câmara e dos habitantes
de Vila Velha de Ródão com a laboração da unidade industrial da empresa
Centroliva e adianta que a constatação de inconformidades ambientais graves não
foi, até ao momento, motivo suficiente para impedir efetivamente a continuidade
da sua atividade.
“Acresce ainda à nossa convicção o facto de todas as
madrugadas a sede de concelho se apresentar envolta numa neblina densa e nauseabunda,
cujo odor denota inequivocamente a proveniência da fonte poluente, sendo uma
evidência clara do aumento da intensidade de laboração noturna da unidade”,
lê-se no documento.
Neste sentido, o município apela à APA para que, no âmbito
das suas competências e atribuições, e “com caráter de urgência”, promova as
ações que entenda adequadas para resolver esta questão, de forma definitiva.
“A criação de riqueza por parte da empresa nunca poderá
justificar o seu comportamento irresponsável e indevido, sem qualquer respeito
pela qualidade de vida da população, nem pelo cumprimento das obrigações legais
vigentes”, conclui.
A empresa Cetroliva, com sede em Vila Velha de Ródão,
reiniciou a sua laboração no dia 05 de maio, após a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) verificar que estavam salvaguardadas
as emissões poluentes para a atmosfera.
Contudo, a 23 de maio, o presidente da autarquia, Luís
Pereira, manifestou novamente preocupação com o funcionamento da empresa e sublinhou
que os níveis de emissões poluentes continuavam inaceitáveis.
in http://24.sapo.pt - 30/10/2017