5.11.17

NISA: Memória(s) Política(s) Autárquicas - 1979

Intervenção em Nisa na campanha eleitoral para as Autarquias Locais (Dezembro de 1979)
Amigos, Camaradas, Povo de Nisa
Em primeiro lugar apresento a todos as mais fraternais saudações.
É com grande entusiasmo que me dirijo a todos vós, nesta sessão da Aliança Povo Unido, integrada na campanha das eleições para os órgãos autárquicos do nosso concelho.
Apesar de não terem direito a campanha na televisão, estas eleições do próximo dia 16, não são de modo algum, menos importantes do que aquelas realizadas no passado dia 2 de Dezembro.
No próximo domingo trata-se de, por um lado, eleger os representantes do Povo, aos órgãos do concelho, que, mais directamente têm a ver com a nossa vida do dia a dia, com a resolução de muitos problemas que nos afectam, com a melhoria das condições e do nível de vida.
Por um lado, trata-se também, para nós candidatos da Aliança Povo Unido e para todos aqueles que acreditam no Portugal nascido com o 25 de Abril, de dar expressão a nível do nosso concelho, à grande maré de entusiasmo e adesão, verificada nas eleições anteriores de 2 de Dezembro, e que se traduziu numa significativa subida da Aliança Povo Unido, em todas as regiões, em todos os distritos do nosso país.
Trata-se de a nível da Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia traduzir esse apoio popular, colocando mais homens, mulheres e jovens da Aliança Povo Unido nesses órgãos, de modo a garantirem com a sua presença, com a sua dedicação, com o seu dinamismo e competência, que as autarquias, que o Poder Local esteja, de facto, ao serviço das populações e não como forma de trampolim para a promoção pessoal ou para o “aparecimento” de novos caciques, como acontecia antes do 25 de Abril, e como ainda hoje – 5 anos depois do 25 de Abril – acontece em muitas regiões do Norte do país, nos Açores e na Madeira, particularmente em autarquias que têm à frente homens da chamada Aliança Democrática, ou seja, das forças que começaram por em 25 de Abril querer o socialismo, depois a social-democracia e hoje, já sem máscara, querem a mudança de regime, a revisão inconstitucional da Constituição que aprovaram, com aplausos há 3 anos. Querem, no fundo, o regresso ao 24 de Abril, ainda que de uma forma mais liberal.
Tem sido a tónica dominante da nossa campanha para as autarquias, chamar a atenção da importância destas eleições.
Nelas vão ser eleitos os homens e mulheres que terão de orientar a nossa vida colectiva no nosso concelho. Da nossa votação irá depender o progresso da nossa terra, ou a resolução de muitos problemas que nos afectam diariamente.
Os candidatos da APU apresentam-se às populações de todo o concelho, como de resto em todos os concelho do país, com um programa realista, virado essencialmente para a resolução dos grandes problemas, para satisfazer as carências mais gritantes e essenciais.
Não prometemos piscinas, quando em Nisa e no concelho não está resolvido satisfatoriamente o problema do abastecimento de água, problema que as populações sentem principalmente no Verão. Prometemos, sim, o trabalho, o dinamismo, a dedicação e competência, de que temos dado sobejas provas, tanto nas Câmaras onde temos a maioria, como naquelas em que estamos inferiormente representados.
Só por isso, amigos, o voto na APU para as autarquias é aquele que melhor corresponde às aspirações de todo o Povo.
Com o voto na APU, com a eleição de homens e mulheres do Povo Unido para as autarquias, não há hipóteses de se repetirem casos de corrupção, compadrio e caciquismo como o de Valpaços, como o de Vimioso, como o de Vila da Feira, para apenas citar alguns entre tantos exemplos, do que são a gestão de Câmaras onde predominam os homens do “Chefe”
Sobre a actuação da Câmara de Nisa e da Assembleia Municipal falarão, seguidamente, outros oradores, mais qualificados para o fazerem, mas justo será salientar nesta sessão que, pese embora as inúmeras críticas à sua actuação, não se deixou corromper nem pelo compadrio, nem pela corrupção.
Obrigado pela vossa atenção.
Mário Mendes