Decorreu no passado dia 20 de
Dezembro, em Nisa, no Salão Nobre da Santa Casa da Misericórdia, a apresentação
pública do livro “Nisa, História e Tradição” da Autoria do Inspector Escolar
Carlos Dinis Tomás Cebola.
Numa sala completamente cheia, o
Presidente da União de Freguesias de Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e
São Simão, Sr. João José Malpique representando a entidade promotora da edição
da obra, acompanhado do Sr. António Manuel Valente, Provedor da SCM de Nisa, do
Profº João José Santana, Presidente da Assembleia Municipal; pelo orador e actor Victor Guita e do autor Carlos Cebola; deu as boas vindas aos presentes e
indicou as razões que levaram a que a cerimónia tenha decorrido neste espaço,
(ausência de resposta da Câmara á utilização do Auditório da Biblioteca
Municipal); da pertinência da publicação, uma obra de referência na preservação
e divulgação do património imaterial da Freguesia, situação defendida pelos
membros da mesa. Da unanimidade dos membros do executivo e da Assembleia de Freguesia, na aposta em apoiar as iniciativas culturais valorizando um homem da
nossa terra que mesmo estando fisicamente longe, descreve como ninguém a terra
(usos e costumes) que o viu nascer.
O actor Vítor Guita deu a conhecer
aos presentes a temática do livro: Concluir a tese defendida pelo autor no
livro anteriormente editado “Nisa, a outra história”, O casamento da Dinis, na
descrição de um ritual único que é o casamento “ á moda de Nisa”, a linhagem
dos Gamas e sua ligação a Nisa, o poeta Gomes Correia, o Visconde Vale da
Sobreira, etc… concluiu, no agradecimento ao autor pela forma apaixonada como
escreve e que lhe permitiu levar á cena em tantas ocasiões.
O Autor professor Cebola de forma
comovida, descreveu a sua vida e obra, agradecendo a todos os que contribuíram
para que o livro fosse uma realidade, a quem pesquisou na investigação, à
autora da aguarela que é a capa do livro, a Nisa, terra que o viu nascer e às que o acolheram e á sua Família.
O Professor Joaquim Carmona
defendeu a pertinência na realização do ato neste salão da Santa Casa,
referindo os elementos decorativos existentes na sala Telas e fotografias dos
beneméritos da Fundação Lopes Tavares e os presentes, numa geminação perfeita
entre Nisa e Montemor-o-novo.
Terminada a cerimónia houve sessão
de autógrafos e confraternização com familiares e amigos.
Posteriormente e a convite da
União de Freguesias foi efectuada visita á zona retratada na “aguarela” capa do
livro identificada como “Portas de Montalvão”, onde foi colocada uma pedra
memória (estilização do Desenho de Duarte D’Armas datado de 1 509, executado em
granito azul de Alpalhão) alusiva á comemoração dos 500 anos de foral manuelino
atribuído à Notável Vila de Nisa em 15 de Novembro de 1 512.
O livro está à venda os locais de atendimento da Freguesia.
João Malpique
Nota biográfica do autor
Carlos Dinis Tomás Cebola nasceu
em Nisa, em 9 de Novembro de 1928.
Estudou em Alcains (Castelo
Branco) e em Nisa (Colégio Dr. Durões Correia), tendo concluído o Curso Geral
dos Liceus, no antigo liceu Mousinho da Silveira, em Portalegre.
Fez o Curso do Magistério Primário
em Évora e exerceu o Magistério em Reguengos de Monsaraz, Montemor-o-Novo e
em Luanda (Angola) até 1971.
A partir dessa data, ocupou
sucessivamente os cargos de subinspector escolar, subdirector do Distrito
Escolar de Luanda e inspector escolar. Depois de 44 anos de serviço,
aposentou-se em 1994, como inspector principal da Inspecção - Geral de
Educação.
Desde então, reside em
Montemor-o-Novo, onde havia casado, em 1958, e nasceram os seus dois filhos.
Foi, também, em Montemor-o-Novo
que escreveu as suas peças de teatro, a partir de 1956 com "Três tardes de
três Outonos", em 1958 com " Cigarra e a Formiga", em 1961 com a
"Acácia do quintal", (apresentada pela RTP e, mais tarde, editada em
separata pela revista HUMANITAS do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade
de Letras da Universidade de Coimbra), em 1962 ganhou um segundo prémio no 1°
concurso de originais para a RTP com "O Retrato de Marcelo" e nesse
mesmo ano a Censura proibiu "Quinto Mandamento" que, no ano seguinte,
1963 foi inexplicavelmente autorizada e acabou por permitir todos os primeiros prémios
ao grupo Cénico da Sociedade Recreativa e Dramática Eborense, numa encenação de
José Saloio, no Teatro da Trindade, em Lisboa, em 1964 com "João
Cidade", que depois dos necessários ajustamentos voltou ao palco do
Cine-teatro Curvo Semedo, em 1995, integrada nas Comemorações do 5° Centenário
da nascimento de S. João de Deus. Em 1999 escreveu "Tamar", em 2008
"Invasões", no 2° centenário das invasões francesas, em 2012
"Frei Adão", a única ainda não representada. Em 2005, as Edições
Colibri e a Câmara de Nisa editaram "Nisa, a outra história". Em
2006, as Edições Colibri e a Câmara de Montemor-o-Novo editaram "Em
Montemor, o maior..."
Em Luanda escreveu "Teatro
Infantil", (três peças), para a Companhia Teatral de Angola.
* Fotos de José Manuel Lopes