2.1.15

Apresentação do livro "Nisa, História e Tradição", de Carlos Cebola

 Decorreu no passado dia 20 de Dezembro, em Nisa, no Salão Nobre da Santa Casa da Misericórdia, a apresentação pública do livro “Nisa, História e Tradição” da Autoria do Inspector Escolar Carlos Dinis Tomás Cebola.
Numa sala completamente cheia, o Presidente da União de Freguesias de Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e São Simão, Sr. João José Malpique representando a entidade promotora da edição da obra, acompanhado do Sr. António Manuel Valente, Provedor da SCM de Nisa, do Profº João José Santana, Presidente da Assembleia Municipal; pelo orador e actor Victor Guita e do autor Carlos Cebola; deu as boas vindas aos presentes e indicou as razões que levaram a que a cerimónia tenha decorrido neste espaço, (ausência de resposta da Câmara á utilização do Auditório da Biblioteca Municipal); da pertinência da publicação, uma obra de referência na preservação e divulgação do património imaterial da Freguesia, situação defendida pelos membros da mesa. Da unanimidade dos membros do executivo e da Assembleia de Freguesia, na aposta em apoiar as iniciativas culturais valorizando um homem da nossa terra que mesmo estando fisicamente longe, descreve como ninguém a terra (usos e costumes) que o viu nascer.
O actor Vítor Guita deu a conhecer aos presentes a temática do livro: Concluir a tese defendida pelo autor no livro anteriormente editado “Nisa, a outra história”, O casamento da Dinis, na descrição de um ritual único que é o casamento “ á moda de Nisa”, a linhagem dos Gamas e sua ligação a Nisa, o poeta Gomes Correia, o Visconde Vale da Sobreira, etc… concluiu, no agradecimento ao autor pela forma apaixonada como escreve e que lhe permitiu levar á cena em tantas ocasiões.



O Autor professor Cebola de forma comovida, descreveu a sua vida e obra, agradecendo a todos os que contribuíram para que o livro fosse uma realidade, a quem pesquisou na investigação, à autora da aguarela que é a capa do livro, a Nisa, terra que o viu nascer e às que o acolheram e á sua Família.
O Professor Joaquim Carmona defendeu a pertinência na realização do ato neste salão da Santa Casa, referindo os elementos decorativos existentes na sala Telas e fotografias dos beneméritos da Fundação Lopes Tavares e os presentes, numa geminação perfeita entre Nisa e Montemor-o-novo.
Terminada a cerimónia houve sessão de autógrafos e confraternização com familiares e amigos.
Posteriormente e a convite da União de Freguesias foi efectuada visita á zona retratada na “aguarela” capa do livro identificada como “Portas de Montalvão”, onde foi colocada uma pedra memória (estilização do Desenho de Duarte D’Armas datado de 1 509, executado em granito azul de Alpalhão) alusiva á comemoração dos 500 anos de foral manuelino atribuído à Notável Vila de Nisa em 15 de Novembro de 1 512.
O livro está à venda os locais de atendimento da Freguesia.
João Malpique
Nota biográfica do autor
Carlos Dinis Tomás Cebola nasceu em Nisa, em 9 de Novembro de 1928.
Estudou em Alcains (Castelo Branco) e em Nisa (Colégio Dr. Durões Correia), tendo concluído o Curso Geral dos Liceus, no antigo liceu Mousinho da Silveira, em Portalegre.
Fez o Curso do Magistério Primário em Évora e exerceu o Magistério em Reguengos de Monsaraz, Montemor-o-Novo e em Luanda (Angola) até 1971.
A partir dessa data, ocupou sucessivamente os cargos de subinspector escolar, subdirector do Distrito Escolar de Luanda e inspector escolar. Depois de 44 anos de serviço, aposentou-se em 1994, como inspector principal da Inspecção - Geral de Educação.
Desde então, reside em Montemor-o-Novo, onde havia casado, em 1958, e nasceram os seus dois filhos.
Foi, também, em Montemor-o-Novo que escreveu as suas peças de teatro, a partir de 1956 com "Três tardes de três Outonos", em 1958 com " Cigarra e a Formiga", em 1961 com a "Acácia do quintal", (apresentada pela RTP e, mais tarde, editada em separata pela revista HUMANITAS do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), em 1962 ganhou um segundo prémio no 1° concurso de originais para a RTP com "O Retrato de Marcelo" e nesse mesmo ano a Censura proibiu "Quinto Mandamento" que, no ano seguinte, 1963 foi inexplicavelmente autorizada e acabou por permitir todos os primeiros prémios ao grupo Cénico da Sociedade Recreativa e Dramática Eborense, numa encenação de José Saloio, no Teatro da Trindade, em Lisboa, em 1964 com "João Cidade", que depois dos necessários ajustamentos voltou ao palco do Cine-teatro Curvo Semedo, em 1995, integrada nas Comemorações do 5° Centenário da nascimento de S. João de Deus. Em 1999 escreveu "Tamar", em 2008 "Invasões", no 2° centenário das invasões francesas, em 2012 "Frei Adão", a única ainda não representada. Em 2005, as Edições Colibri e a Câmara de Nisa editaram "Nisa, a outra história". Em 2006, as Edições Colibri e a Câmara de Montemor-o-Novo editaram "Em Montemor, o maior..."
Em Luanda escreveu "Teatro Infantil", (três peças), para a Companhia Teatral de Angola.
* Fotos de José Manuel Lopes