O Melhor e o Pior em 2014
O Núcleo Regional de Portalegre da
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, apresenta aqui alguns
factos, que na sua opinião, marcaram positiva e negativamente o ano de 2014.
No plano nacional e internacional,
o ano de 2014 continuou a trazer por vários motivos, o Ambiente à ordem do dia.
Nesse sentido, e como tem vindo a ser habitual, a Direcção Nacional da Quercus
emitiu um comunicado oficial sobre o ano que agora termina.
Ao nível do distrito de Portalegre
em 2014, e de acordo com o trabalho desenvolvido, destacamos os seguintes
factos:
O PIOR DE 2014
Aumento da aplicação de herbicidas
Autarquias, serviços florestais e
manutenção de estradas aumentaram o uso de herbicidas no distrito de Portalegre
e nenhuma câmara municipal nem nenhuma freguesia do distrito de Portalegre
aderiu ainda à proposta da Quercus e de outras Associações para se declararem
livres de herbicidas. A extinção/fusão de freguesias agravou também o problema
uma vez que existiam freguesias que não utilizavam herbicidas mas que se
fundiram com outras que usavam, e toda a união de freguesias passou a usar. Com
o argumento de que existem menos verbas e menos recursos humanos, muitas destas
entidades têm infelizmente aumentado o uso destes produtos tóxicos, que vão
levar a um maior custo a longo prazo na saúde e no ambiente. É necessário cada
vez sensibilizar para este grave problema e optar por outras soluções mais
sustentáveis.
No início de 2014 foi concretizada
a instalação de um parque eólico no Alto dos Forninhos, no Parque Natural da
Serra de São Mamede, em
Portalegre. Apesar de ser positiva a produção de energia por
fontes renováveis, em vez de energias não renováveis, é importante relembrar
que mesmo as energias renováveis não têm impactes neutros no Ambiente e,
nalguns casos, os efeitos podem ser mesmo muito negativos. No caso dos parques
eólicos em particular, e de outras grandes infraestruturas, são necessários
cuidados acrescidos e assim, como posição de princípio, será importante
salvaguardar as Áreas Protegidas e Classificadas deste tipo de projectos.
Falta de estímulo à participação
pública
Existiu um período de apresentação prévia de propostas para a alteração do Plano de Ordenamento do Parque Natural
da Serra de São Mamede (PNSSM). Contudo, este período passou despercebido à
maioria da população, uma vez que existiu uma divulgação muito restrita. A
Quercus não foi diretamente contactada para apresentar sugestões neste âmbito,
apesar de ter assento no Conselho Estratégico do Parque Natural da Serra de São
Mamede e desenvolver actividade no PNSSM.
Ao longo do ano de 2014 não se
executaram medidas significativas que minorem o grave problema que alastrou na
zona Norte do Parque Natural da Serra de São Mamede, em especial no concelho de
Marvão, e que se prende com a implantação de vedações de grandes dimensões e em
grandes extensões, dentro desta Área Protegida. Os impactos paisagísticos,
ecológicos e culturais que podem ameaçar o Parque Natural da Serra de S. Mamede
são demasiado grandes para serem ignorados e é necessário tomar medidas
urgentes para resolver o problema criado e criar mecanismos legais para que ele
não se repita no futuro.