“Maria Papoila” foi o grande êxito da bilheteira em Abril de 1938. Exibido no Cine Teatro de Nisa, no dia 17 (domingo de Páscoa) e 18 (dia da Senhora da Graça), o filme português com a grande actriz Mirita Casimiro no principal papel, levou à sala de espectáculos nisense, mais de mil espectadores nas duas sessões.
Tal afluência aos espectáculos pode explicar-se,
por um lado, se tratar de dias festivos e por outro, devido a ser um filme
português, com uma história simples e sem necessidade de legendas, num tempo em
que a grande maioria da população não sabia ler nem escrever.
Antes, a 10 de Abril, houve Teatro e Variedades
com companhia nacional de que não conseguimos obter o nome, num espectáculo que
atraiu 433 espectadores e uma receita bruta de 1522 escudos, dos quais 440
reverteram para a empresa do Cine Teatro Nisense Lda.
Maria Papoila
Maria Papoila, um filme de Leitão de Barros,
realizado em 1937, e estreado nesse ano, a 15 de Agosto no S- Luiz, em Lisboa,
tinha um elenco de grandes atores: Estevão Amarante, Mirita Casimiro, Henrique
de Albuquerque, Joaquim de Oliveira, Emilia Oliveira, Eduardo Fernandes, Lino
Ferreira, Barroso Lopes, Joaquim Pinheiro, Eugénio Salvador, Pereira Saraiva,
António Silva, Virginia Soler, entre outros.
O realizador, anos mais tarde, descrevia, assim,
o filme:
"Maria Papoila é um filme popular. Realizado
dentro de uma técnica simples, pois não pretende revolucionar a cinematografia,
procurei rodeá-lo de todas as condições que possam despertar a atenção do
público. Foi para ele que trabalhei, sem outras preocupações que não fossem as
de realizar espectáculo acessível, no qual a alegria e a emoção têm lugares
marcados. A missão do cinema é contar - e quanto mais reportagem da vida, mais
certo é. Eis por que a realização do meu filme não tem quaisquer aspectos transcendentes.
Pelo contrário, toda a acção decorre numa toada simples, como simples é a
história de amor que a anima. Bem sei que o cinema, para muita gente, devia ter
características intelectuais e directrizes superiores. Mas a verdade é que a
sua feição mais acentuada é a de ser um espectáculo de multidões."
Leitão de Barros (em entrevista)