Ricardo Gordo, aluno do 3º ano da
licenciatura em
Guitarra Portuguesa do IPCB/Escola Superior de Artes
Aplicadas acaba de lançar o seu primeiro trabalho discográfico comercial. Com o
título "Fado Metal", este disco contém cinco temas, dos quais três
irão fazer do seu LP que ainda está em desenvolvimento.
Em
“Fado Metal”, o autor expõe as suas várias influências musicais, uma mistura
entre o fado e o metal, no qual a guitarra portuguesa assume uma sonoridade
mais urbana e erudita. “Num certo sentido, este trabalho reflete variadas
características que me moldaram como ouvinte e músico e que vão desde algumas
bandas Rock e artistas que me marcaram desde tenra idade, à incontornável
guitarra de Carlos Paredes e ao meu mestre e professor Custódio Castelo”, refere
Ricardo Gordo.
Em
resumo, o autor acredita que este disco “é um trabalho rico do ponto de vista
musical, não só por evidenciar, de alguma forma, uma sonoridade nova, mas
também porque procurei manter o som tão característico e original da guitarra
portuguesa, fundindo assim as minhas influências musicais que, aparentemente
divergentes, se fundem numa simbiose quase perfeita”.
Futuramente, Ricardo Gordo
tenciona “continuar a utilizar a guitarra portuguesa numa vertente musical mais
urbana, sem retirar a sonoridade do fado, nem prejudicando a sua identidade
portuguesa”.
Para a produção de “Fado Metal”,
Ricardo Gordo referencia a formação adquirida no IPCB/ESART considerando-a
útil, tanto ao nível da prática como da teoria. “É importante conhecer a
evolução da história da música para podermos fazer uma previsão do que o futuro
nos permitirá. Não só ao nível da composição mas como dos recursos musicais
para o efeito. Ao nível técnico, nunca teria conseguido fazer este trabalho sem
o mestre/professor Custódio Castelo. Pois, foi graças a ele que pude aprender a
tocar corretamente a guitarra portuguesa, que é um instrumento difícil
tecnicamente. Gosto de afirmar que sempre soube o que queria dizer através da
guitarra...o meu mestre fez-me perceber como podia fazê-lo”, afirma.
De referir que o IPCB/ESART é a
única instituição de ensino superior a ministrar o curso de Guitarra Portuguesa.
Biografia
Ricardo Gordo nasceu em
Portalegre a 21 de Novembro no ano de 1987.
Iniciou o seu percurso musical
aos 10 anos de idade em bandas de garagem como executante de guitarra elétrica,
chegando até a atuar no palco Timor na Expo 98 em Lisboa. Mais tarde,
aos 12 anos de idade inicia o estudo de violoncelo com o professor Rogério Peixinho
no conservatório de Castelo Branco.
Em 2005 muda-se para a cidade do
Porto onde integra bandas de blues e rock que o levam a estúdio por algumas
vezes. Nesse mesmo ano inicia a sua formação como produtor musical.
Aos 21 anos de idade, entrou na
Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco na licenciatura de
Guitarra Portuguesa, estudando com mestre Custódio Castelo.
Durante o letivo de 2010/2011
começa a lecionar no conservatório regional de Castelo Branco e na escola de
música Adágio de Portalegre como professor de guitarra portuguesa.
Em Janeiro de 2011 é convidado
pela atriz Isabel Abreu a interpretar o tema de Carlos Paredes - “Verdes Anos”,
na peça de teatro “O crime de Arronches” de Henrique Lopes de Mendonça.
A 23 de Março de 2011 é convidado
pelo Mestre em Literaturas e Culturas Africanas de Língua Portuguesa (prémio
Guerra Junqueiro por duas vezes) António Jacinto Pascoal a tocar Guitarra
Portuguesa durante o lançamento do seu livro “Amor e Pátria” – com prefácio por
Agustina Bessa-Luís.
A 25 de Abril de 2011 é publicada
“Revolução dos Escravos” sendo esta a música oficial da manifestação nacional
desse mesmo ano. Este tema foi gravado pelo projeto “Barca do Inferno” onde foi
compositor e guitarrista.
No dia 16 de Setembro de 2011, lançou
o seu primeiro álbum a solo denominado “Serendípia”, com design gráfico a cargo
do artista plástico Nuno Ezequiel.
Assim, inicia a parceria entre os
dois dando origem ao projeto “Nocturnium Fatum”.
A 25 de Janeiro de 2012 foi
lançada a longa-metragem “Além de ti” de João Marco, que conta com dois temas
de Ricardo Gordo, sendo um de Rock e outro um instrumental de Guitarra
Portuguesa – “Going to London” e “Pastora de Portalegre” respetivamente.
A 3 de Fevereiro de 2012 foi
convidado pela marca de instrumentos APC a visitar as suas instalações com o
objetivo de desenvolver uma guitarra portuguesa como seu modelo de assinatura,
oficializando assim o seu patrocínio da marca.
Em Abril de 2012, tocou na
homenagem a Amália Rodrigues em Castelo Branco , com a presença do Professor Joel
Pina.
NR: Ricardo Gordo tem origens nisenses. Os seus pais e avós são naturais do concelho de Nisa.