Em
tempo de Carnaval (podia ser noutro tempo que não neste?), Filhosina Andrade
produziu uma mega revista, em cinco fascículos com o título “Não consigo dormir
de tanto pensar no povo”.
A
revista foi distribuída gratuitamente - qual bodo aos pobres, que alguém teve
de pagar- pelos principais locais da tabanca e dos Arrabaldes, chegando até à rua da Caganita, circunstância que
enfureceu um dos principais elementos do séquito da edil, garbosamente vestido
com um fato à medida e obrigado a sujar as mãos com a tinta da propaganda
impressa.
Na
revista, cuidadosamente preparada para agradar a “gregos e troianos” e ajustar
contas com o passado e com os elementos do partido da oposição, a edil de
Nhabula bem se esforçou para deixar um retrato “cor de rosa” e benevolente dos
seus três anos à frente da corte. Linguagem a preceito, cuidada, institucional,
sem qualquer acesso de fúria ou raiva como é seu timbre, para ilustrar três
anos de grande trabalho e dedicação, em que mal teve tempo para dormir e para
pagar as dívidas, tal a preocupação em servir o povo e assim poder garantir o
tacho para mais quatro anos de governação filhosinal.
Foram
precisos cinco fascículos, cinco, de conversa da treta, sem focar os grandes
problemas do concelho ou apontar caminhos para o futuro, que Filhosina Andrade utilizou
para enumerar a longa lista de “bordados” - que a edil considera obras – que
deixa como legado de um mandato de quatro anos. O passado está sempre presente
na boca da edil nhabulense, como contas ainda por ajustar ou como desculpa para
o notório fracasso da sua acção municipal. Em
ano de eleições, a mega revista, mostra uma edil “madura e contida”, apenas
preocupada com o bem do povo, principalmente, com o do emblema do Partido da
Sanzala a quem, cirurgicamente, tem colocado em lugares relevantes e de
controlo, através de concursos públicos e respeitando, rigorosamente, a lei dos
primos e dos afilhados.
Filhosina
Andrade disfarçou como pôde, nas palavras e nas fotos da revista, um pouco da
crispação contra os trabalhadores municipais, principalmente aqueles que a edil
colocou, mentalmente, na lista negra, conotados com a oposição e alvo de
assédio profissional.
A
mega revista funcionou como “balanço” e como “manifesto pré-eleitoral” como que
a dizer que está cá para as curvas e contra-curvas, mas que não lhe falem nem
em geringonças nem em trotinetas, pois o caminho faz-se caminhando.
Sozinha.
Como é bom de entender...
Hoji
Ya Enda