As Cinco Fontes
Ó
Nisa, que me estou lembrando
Das
tuas ruas e montes.
Versos
que estou a escrever
Dedico-os às tuas fontes.
Fonte do Frade (local original)
As
cinco que aí existem
Por
essas calmas estradas
São
velhas, mas bem prezadas
Pois
alguém olha por elas.
Que
as reparam das mazelas
Que
os tempos lhes vão dando
Das
tuas águas puríssimas
Ó
Nisa eu me estou lembrando.
Fonte da Aluada
Quem
as quiser visitar
Verá
lindas raparigas
Que
nestas fontes antigas
Lá
se vão dessedentar.
A
água deve provar
Destas
tão saudosas fontes.
Ó
Nisa, não mais me esqueço
Das
tuas ruas e fontes.
Fonte da Pipa
Todas
elas são antigas
Evocam
tempos passados
Encontros
de namorados
Que
lá passam belos serões.
Cai
a água aos borbotões
Para
quem quiser beber.
Ai,
como levam saudades
Versos
que estou a escrever!
Fonte d´El Rei (Fonte Nova)
Bons
tempos que já não voltam
Quando
eu ia namorar
Levavam
serões a bailar
Rapazes
e raparigas
Ao
som de lindas cantigas
Que
ecoavam pelos montes.
Nisa,
os versos que escrevo
Dedico-os
às tuas fontes.
Fonte de Santo António (Fonte da Cruz)
Na
Fonte do Frade eu estive,
Até
alta madrugada
E
na Fonte da Aluada
Na
antiga Fonte da Pipa
Que
em beleza se antecipa
E a
todos nós seduz
Sem
esquecer a Fonte Nova
E a
velha Fonte da Cruz
Manuel Carita Pestana - in "Correio de Nisa" (1965)