Após alguns anos como colaborador de vários jornais que se publicaram em Nisa e na região, António Conicha, conhecido pelos seus escritos no "Cantinho do Emigrante", volta a dar-nos o prazer da sua presença e da sua "Escrita de Longe" trazendo ao perto temas que nos são caros e que continuam actuais. Saudamos o seu regresso, através da palavra e restabelecendo a ponte entre nisenses residentes e ausentes.
Como muitos nisenses, estou contente pela
nossa Câmara ter mandado erguer o "Menir do Patalou",
este, que jazia há bastantes anos no chão, sem que alguém até aqui lhe desse a
menor importância. Agora sim! Está no local e de pé, assinalando assim, a
presença de um povo pré-histórico nas terras de Nisa há milhares de anos, e
que hoje podem ser lembrados de uma forma especial, num local que pode ser
visitado e figurar num "roteiro turístico", juntamente com as antas, furdões, figuras rupestres e sepulturas", existentes um pouco
por todo lado no nosso concelho e região.
Por outro lado, estou triste pelo facto de a "Fonte do
Rossio" ter sido mudada do seu local de origem, sofrendo várias mutilações, para não dizer vandalismo, devido a alguma negligência. Não esqueço também a "Árvore das Mentiras", situada no "Jardim Público", que
noutros tempos, foi local de culto romântico, onde se trocaram os primeiros
beijos, na infância, na adolescência e na juventude!...
Pedia às entidades competentes, principalmente, à Câmara Municipal que resolva esta situação e que promova a transferência da paragem dos autocarros para as novas instalações, o mais urgente possível, indo ao encontro de um desejo e vontade, legítimos, dos nossos conterrâneos.
Já agora e para terminar, aproveito para lembrar o nosso "Poder Local",
que Nisa sempre foi e será uma "terra de emigrantes", enquanto não
existirem estruturas, para impedir este flagelo, que é a partida não só para o estrangeiro,
como também para a Grande Lisboa, de todos aqueles que procuram uma vida melhor. Por isso, continuamos a aguardar a erecção de um "Monumento ao Emigrante", tantas vezes referido nas reuniões da
Câmara Municipal de Nisa ou nas redes sociais, como o "Jornal de Nisa", mas sem que as entidades públicas passem das palavras aos actos.
Eu, sinceramente, não quero
louros, por ter sido um pioneiro em defesa desta causa, mas, confesso, gostava sim, de não
morrer, sem ver o meu sonho concretizado, o sonho de todos os nisenses que
vivem fora do nosso torrão natal, que
rumaram para os quatro cantos do Mundo, procurando uma vida melhor, o pão que a terra e o país lhes negaram, ou sonho da dignidade e da liberdade.
Eu acredito, continuarei a acreditar que mais cedo ou mais tarde, as entidades públicas da nossa terra, irão concretizar num local central da vila, esta tão antiga como justa aspiração.
"Aqueles Que Por Obras Valorosas Daqui Partiram...Estão Sempre
Presentes"..
António
Conicha