É uma reportagem com a qualidade a que a SIC e a Cândida Pinto nos habituaram. Passou no "Jornal da Noite" de quinta-feira, dia 28 e só ontem, sábado, me chamaram a atenção para o seu conteúdo e o principal interveniente. É um alentejano, um nisense, há muitos anos radicado em Vendas Novas e mais que tudo, meu "artilheiro". Fosse pela história, comovente até às lágrimas, pela ternura, e - por que não dizê-lo - pela coragem revelada pelo António da Graça Bento, pela beleza e nostalgia que emana de toda a reportagem, sei é que não consegui conter a profunda emoção que o filme me causou. Ponho-me a pensar quantas e quantas histórias como esta, mas sem um final tão feliz ficaram por contar...
O António Bento fez hoje, domingo, a capa do jornal "Público", outro dos parceiros desta reportagem. A foto mostra, em toda a sua alegria e ternura, a feliz expressão do encontro entre um pai e um filho, quarenta anos depois.
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A
Guerra Colonial levou milhares de soldados portugueses para África e deixou por
lá muitas crianças sem pai, filhos de militares portugueses que acabaram as
suas comissões de serviço e regressaram a Portugal. Há quem desconheça que por
lá deixou um filho, há quem o esconda porque construiu uma nova família e há
quem nunca esqueça o que se passou. António Bento apaixonou-se enquanto esteve
em Angola de 73 a
75. Dessa relação nasceu um filho que hoje tem a idade de Angola independente:
40 anos. "O meu filho ficou lá" é a Grande Reportagem que pode ver
hoje no Jornal da Noite, a viagem de António Bento até ao interior de Angola e
à emoção de um primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma reportagem em
parceria jornal Público / SIC.
Já
na parte final do conflito, António Bento foi enviado, por dois anos, para
Angola onde prestou serviço militar entre 1973 e 1975. Foi colocado no interior
de Angola, na província de Luena, perto da fronteira com a Zâmbia.
Durante
a comissão de serviço, António Bento apaixonou-se pela angolana Esperança. O
soldado chegou mesmo a mudar-se e a ir viver para casa de Esperança, numa
aldeia perto do quartel. Mas no início de 1975, a comissão de serviço
termina e António Bento regressa a Lisboa pouco antes do filho de ambos nascer.
O ex-combatente nunca esqueceu que se tinha despedido de uma mulher grávida.
A
longa guerra civil em Angola e as dificuldades de comunicação com o interior do
país foram algumas das barreiras que impediram António Bento de descobrir o
paradeiro do filho. Mas nunca desistiu.
Hoje
"Zito", o filho de António e de Esperança, tem 40 anos, a mesma idade
de Angola independente. E só ao fim de 4 décadas pai e filho encararam-se, pela
primeira vez, olhos nos olhos.
"O
meu filho ficou lá " é a história de uma viagem ao interior de Angola e à
emoção do primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma Grande Reportagem em
parceria jornal Público /SIC.
Reportagem
: Catarina Gomes; Ricardo Rezende (imagem e som)
Edição:
Ricardo Rezende; Rui Berton
Coordenação:
Cândida Pinto